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Explicar para minha esposa que eu dei fim a todos os membros de sua família seria algo fácil se ela não fosse Violeta

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Explicar para minha esposa que eu dei fim a todos os membros de sua família seria algo fácil se ela não fosse Violeta.

Ela era uma flor em botão. Eu nunca pensei isso de mulher alguma, mas ela era uma flor em botão. Todos falavam sobre Violeta, em como ela mostrava uma doçura extrema com os sicários, os criados, com todos. Os meus soldados sempre aproveitavam para falar que "señora Violeta gosta de fazer bolos e dividir com todos os sicários", ou que "señora Violeta sempre pergunta se precisa costurar uma roupa".

- Señora Violeta me passou um chá pra curar minha dor no estômago, patrón, por isso que tô em pé hoje pra cuidar do laboratório.

Eles falavam dela com brilho nos olhos, como se estivessem falando sobre uma santa. Violeta era uma santa, no fim. Uma pessoa que intercedia por seus agressores só podia ser isso mesmo. Só que eu não era santo, e tinha de ter matado os miseráveis.

Não queria nunca mais ver aquele olhar desesperado, o medo dela com a aproximação de qualquer pessoa, nem que fosse para perguntar algo. Como alguém poderia viver assim por tantos anos? Violeta não tinha confiança em mim o suficiente, e temia cada passo meu, o que eu imaginava que se dava por causa do trauma que Ibarra e todo o resto fizeram nela. Além disso, eu tinha a maldita fama de monstro.

La puta madre.

Hora de revelar o que eu fiz com os desgraciados, e Violeta tinha o direito de saber. Pouco me importava se ela gostaria da informação ou não; mas ela precisava saber que as ameaças mais miseráveis contra sua vida já não estavam mais aqui, e sim ardendo en el infierno.

Melina e Cordelia me contaram por alto que Violeta nunca tinha ido à praia. Capaz dela nunca ter saído daquela casa horrível.

Decidi contar a Violeta na praia, ela iria gostar. 


Pelo que Armando me dissera, Violeta estava na cozinha fazendo um bolo. Eu sempre sentia o cheiro dos bolos quentes, pareciam deliciosos. Imaginava que ela fosse uma cozinheira de mão-cheia, e segundo Iolanda, ela adorava a cozinha.

Cheguei bem perto de lá e fiquei olhando a conversa.

- Da próxima vez, precisamos ir ao shopping juntas! Chega dessa casa!

Melina adora sair. Fútil. Mas atira bem.

- Eu... Eu gosto daqui. – eu gosto quando ela se sente confortável em minha casa. Quero que ela se sinta em casa, mas não a quero escondida.

- Violeta, próxima sexta a gente sai, gasta o cartão do patrón e compra logo o shopping todo!

"Usa tu propia tarjeta, Melina."

- Mujer, ele nem vai reclamar! – "quem disse, Cordelia?" – Por ele, você compra até outra casa!

- Queria... Comprar sementes. De flores, para crescer um jardim nos fundos da casa.

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