Meu Presente de Natal

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A vida é uma coisa engraçada, desde a infância vivi cercado de luxo, minha família é uma das mais ricas do país, meu pai era dono de uma das maiores conglomerações de tecnologia do mundo, claro que foi um caminho certo eu seguir os seus passos, e quando ele faleceu eu assumi o seu legado, aos 30 anos sou diretor de uma das maiores multinacionais do Brasil.

Sempre tive tudo que quis, mas quando eu quis alguém essa pessoa não me quis, não de imediato, por seu caráter e força, diferente do que eu estava acostumado não consegui conquista-la facilmente. E isso me deixou mais interessado e por um grande tempo corri atrás do que eu desejava, até que finalmente poderia ter uma chance de provar que podia fazê-la feliz.

Verônica é minha assistente pessoal, uma mulher decidida e muito profissional. Gostosa dos pés a cabeça, com curvas generosas e uma bunda que me faz endurecer toda vez que a vejo, e não me dá uma chance. Mas eu sinto os olhos dela em mim muitas vezes e sei que o desejo é recíproco, depois de dois anos trabalhando juntos já sei exatamente como ela age quanto está excitada, mas nunca me deixou apagar seu fogo, até agora.

Este ano a empresa ganhou um grande prêmio de empreendedorismo, e para comemorar vamos passar a semana do Natal com estilo, todos os funcionários da filial ganhadora do prêmio ganharam uma estadia em uma pousada em Gramado. Como são várias famílias algumas irão dividir as cabanas, e por 'coincidência' Verônica ficou na mesma cabana que eu, são poucos os que não têm família, e ela é uma delas.

Quando percebeu que ficaria na mesma cabana que eu tentou resistir e mudar, mas não permiti, pois que injusto seria ela pagar sua estadia em um hotel quando todos tinham um lugar bem confortável e aconchegante para ficar? Assim consegui que sossegasse e aceitasse o seu prêmio. O meu viria com o tempo.

***

Eu odiei a ideia desde o inicio, claro que os funcionários mereciam essa recompensa, mas porque não dar a opção de cada um ir onde quisesse? Já era difícil conviver com Marcelo sem dar bandeira, mas passar uma semana na mesma casa que ele e ainda sem nenhuma questão da empresa para resolver? Isso não ia dar boa coisa. Ou ia, mas de qualquer jeito eu ia me arrepender.

A cabana 10 era a maior de todas, mas claro que ele teria escolhido a maior para ele. A porta estava escancarada e pude ver que algumas pessoas largavam caixas na sala. Ele estava se mudando para lá?

— Bom Dia — falei para um senhor que estava saindo da cabana — Essa é a cabana do Sr. Marcelo?

— Oi moça! Você deve ser a Verônica! O Marcelo está no supermercado ali no centro. Pediu que mostrássemos a cabana para a senhorita.

Ele me mostrou tudo e me acomodou no meu quarto, me deu a pequena chave da porta e fez questão de dizer que era a única copia, claro que isso devia ser coisa do Marcelo.

— E essas caixas?

— São as decorações, guardamos sempre para ele, e este ano ele pediu para que deixássemos para que ele as colocasse.

Não conseguia imaginar Marcelo colocando a mão na massa e arrumando decorações de Natal. Era eu que organizava a maior parte da vida dele. Até as compras da casa eu agendava, mas sempre imaginei que algum empregado as faria.

— Tião! — ele gritou da porta — Já mostrou tudo para Verônica?

— Sim! Agora é com vocês! Mas já sabe que se precisar é só chamar. — ele se virou para sair da casa, mas voltou a falar — Chefe, já acomodei todas as famílias, como você pediu no dia de Natal haverá uma grande festa para todos, mas na véspera já providenciamos para que todos tenham sua ceia em família.

Marcelo me olhou de cima a baixo, algo que já havia me acostumado e sempre que possível retribuía o olhar, mas de modo que ele não notasse.

— Então? O que achou da cabana?

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