O Garoto Mau Caiu - Livro I [EM REVISÃO]

Capítulo 21

Dia 14: Pedido de desculpas

Levantando meu olhar em sua direção, um sorriso forçado surgiu em meu rosto quase que instantaneamente.

— Foi o único jeito. — respondi. — Eu não quero que ela pense que nós dois temos algo.

— Mentindo? Ao menos... Crie uma mentira mais convincente. — apontou o celular para mim. — A pior parte foi ter que admitir que sou amigo do Vincent, sem saber o que ela deve estar pensando agora. — Ele se sentou na beira da cama, com uma expressão de cansaço. — Estou sem saber como lidar com você, garota. Parece que está determinada a me provocar.

— Mas... Você também faz isso. — Envolvi meus braços em torno das minhas pernas, repousando a cabeça nos joelhos.

— Não me compare.

— Então, deixa eu me redimir? — pedi, engatinhando até ele e colocando minhas mãos nos seus ombros.

Minha mãe sempre fazia isso no meu pai quando eles brigavam ou estava estressado com o trabalho.

— O quê? — Jason ficou surpreso. — Vai me fazer uma massagem agora?

— Você quer uma? — perguntei, aproximando meu rosto do dele por trás, sorrindo.

Ele virou o rosto para mim e segurou minha mão, me encarando por um breve tempo.

— Eu devia aceitar, só que não vou. — negou, levantando em seguida.

Isso me fez tombar para frente. Fiquei ajoelhada com as mãos apoiadas no colchão.

— Por quê? — questionei, um pouco chateada.

— Você faz tudo errado. — retrucou. — Não quero acordar torto pela manhã.

Não pude conter o riso, perdida em meus pensamentos. Agarrei o travesseiro e o lancei em sua direção, mas ele habilmente o pegou no ar.

— Procura outra vítima. — Jogou o travesseiro de volta.

— Como posso me desculpar então? — Abracei o travesseiro e fiz bico.

— Continue me contando suas histórias. — Blake sugeriu, acomodando-se ao meu lado, perto da cabeceira da cama.

— Hum... — murmurei, pensando em uma proposta. — Só vou contar as da minha infância.

— Sem problema. — concordou.

Retomei minha posição ao lado dele, porém desta vez mais afastada. Estava em busca de manter uma distância segura entre nós dois.

Jason pulou mais algumas imagens com o controle e parou em uma foto onde eu estava trepada em uma árvore, próxima à janela do meu quarto, com uma expressão de choro no rosto. Ele me lançou um olhar curioso.

— Fiquei presa na árvore naquele dia. Felizmente, meu pai chegou a tempo e conseguiu me resgatar, mas minha mãe passou mal com a situação. — compartilhei, sentindo um pouco de vergonha. — Eu era um pouco travessa.

— Um pouco? — indagou.

— Vai me dizer que você também não era desse jeito? — questionei, esticando os braços à frente com as mãos entrelaçadas.

— Não, eu era tímido. — respondeu.

O quê? Virei uma estátua após ouvir o que ele disse.

— Você, Jason? Tímido? Pare de graça! — Comecei a rir. Jason sorriu de canto, olhando para o nada, como se esperasse essa minha reação. — É sério? — Inclinei-me para a frente, tentando vê-lo melhor.