Capítulo 48 - Nada Acabou

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Os pequenos frutos amadureceram

As mudanças fluíram

Lembra-se daquele coração que possuía um dono?

Isso não mudou ou será que sim?

Cada pedaço se transforma e o mundo se distorce

A vida pode ser repleta de surpresas

Em algumas eu irei acertar.

E o tempo passa...

Samanta

Seus olhos são tão expressivos que me emocionam, o amor que nasceu em mim é maior do que qualquer coisa que já senti. Ela segura meu dedo como se eu pudesse salvá-la e eu posso.

Farei qualquer coisa por ela, sempre será o maior presente que ganhei do universo, fui recompensada com este pequeno ser que já me conquistou e preencheu o vazio que se formou naquela noite, eu o tenho, portanto estou completa.

A Alice vai completar sete meses de vida, são os meses mais felizes da minha vida. A gestação foi difícil e em alguns momentos achei que não conseguiria, mas então ela veio.

Chegou trazendo o amor para todos nós. O Rafa mudou completamente, não reconheço mais o amigo que conheci e posso afirmar que o prefiro agora, mas eu o amaria de qualquer forma.

Acaricio o seu rosto e sorrio quando ela começa a chorar, ela sempre chora quando sabe que vai tomar banho e só se acalma com água fria, não consigo compreendê-la ainda, contudo sei que irei conseguir.

Verifico a temperatura da água e quando acho que esta bom tiro sua roupa e a coloco em sua banheira lentamente, ela reclama um pouco, mas se acalma e logo esta sorrindo para mim.

Este é o melhor sorriso que já recebi, pois é tão sincero e sem promessas, posso afirmar que não me canso de vê-la e fico ao seu lado todo o tempo que posso.

Com alguns brinquedos deixo esse momento ainda mais divertido e me encanto conforme ela sorri, seu sorriso é como o combustível que me abastece diariamente, sinto-me melhor com ela do que em qualquer outro lugar.

Brincamos com o patinho de borracha, o peixe e o tubarão, todos soltam água conforme eu os encho e isso a faz sorrir ainda mais. Seus cabelos são cheios e um pouco mais escuros do que os meus, eu me encanto com eles, pois a amo.

Quando decido que chegou o momento de sair da banheira ela começa a chorar, não gosta de começar a tomar banho, mas detesta ter que sair, sorrio com a forma que tenta franzir o cenho para mim, isso me recorda muita coisa.

Permito que fique mais um pouco na banheira, mas explico que não pode brincar por muito tempo no banho e como se me compreendesse quando a tiro da banheira ela não reclama mais.

Deixo-a confortável no berço e vou para a cozinha preparo algo para nós duas comermos, efetivamente eu vou comer e ela vai tomar vitamina, mas sinto que isso não faz muita diferença.

Pego algumas coisas na geladeira para fazer um lanche, mas paro rapidamente quando ouço o meu telefone tocar, atendo no terceiro toque.

- Isa, você esta bem? - Indago animada.

- Estou sim muito bem e você? - Pergunta.

- Bem, novidades? - Questiono distraída.

- Sim. Sam acha que o Rafa ficaria com a Lice hoje para sairmos? - Indaga insegura.

- Ficaria sim, mas o que houve? Estou curiosa. - Assumo e sorrio.

- Prefiro falar pessoalmente, passo ai às 18 horas. - Diz.

- Tudo bem, vou aguardá-la ansiosamente. - Confesso e nos despedimos.

Não sei exatamente o que ela não pode falar por telefone, mas tenho que respeitar essas necessidade. Preparo o meu sanduiche e vou para o quarto da Alice, lhe entrego a mamadeira e devoro meu lanche no quarto dela.

Eu amo minha vida, devo assumir que estou muito feliz com o que estou vivendo, mas eu não posso negar que é muito exaustivo fingir que eu o esqueci.

Todas as noites digo para mim mesma que estou melhor sem ele, mas o quarto da Alice é pintado em um tom verde tão aconchegante que parece o seu abraço, o abraço doce que sinto falta todos os dias.

Gosto de cantar algumas músicas para que ela possa dormir, mas tem uma que nunca falta no repertório, todas as noites canto a música here without you da banda 3 doors down, ela sempre se acalma quando canto essa música, é como se ela soubesse.

Conto a ela histórias sobre universos que se completam e a ensino a nunca ter medo do amor, mesmo que ele a assuste e digo constantemente que quando o amor assusta é por que ela encontrou a pessoa certa.

Encaro este cômodo que me traz tantas lembranças e me recordo que por algum motivo idiota eu convenci o Maicon a me vender o carro dele, porque é o carro do Marcos e ele vendeu por que no fundo ele sabe, mas ninguém mais desconfia.

Vejo a forma como minha pequena franze o cenho sempre que se sente injustiçada e isso me faz sorrir, pois ela se parece muito com ele. Levanto assim que a mamadeira esta vazia e a deixo sozinha.

Vou para a cozinha e abro o armário inconscientemente, respiro fundo como todos os dias ao ver alguns chocolates que insisto em comprar, mas que ninguém come, sinto os meus olhos se emocionarem e fecho as portas daquele espaço que de alguma forma me traz dor.

Não sei se o Rafa percebe essas coisas que eu faço, só sei que não quero feri-lo. Também não sei por quanto tempo salvaremos um para o outro, mas eu sei que o amo, da mesma forma que nunca esqueci aquele que me rejeitou e por algum motivo quero lembrar-me dele o tempo todo.

Será que agora eu saberia o que é o amor? Não, eu não sei. Mas posso afirmar que ele é teimoso e não vai embora quando deveria ir. O amor é traiçoeiro e nos obriga a vê-lo onde só existe a ilusão. Ele me engana tão bem que mantêm uma chama dentro de mim mesmo que eu tente apagá-la todos os dias. E ele também nos envia pessoas para nos salvar e o meu anjo sempre foi e sempre será o Rafael.

Mas o amor também é uma semente, ela se desenvolve e nós ensina a confiar. O amor é a esperança que sinto todos os dias e tenho certeza que o amor é a minha pequena Alice que faz os meus dias terem sentido.

O amor é uma grande confusão que me mantêm em alerta em cada segundo do dia, não me diz o que é certo e às vezes me assegura no que acho errado. Ele é complexo e difícil de ser desvendado.

O amor é o Batata, que surgiu em um momento de minha vida em que nada fazia sentido. Ele me trouxe paz e vontade de viver.

O amor não sabe o momento de partir e nós não sabemos dizer ao certo onde ele realmente existiu.

O amor não sabe o momento de partir e nós não sabemos dizer ao certo onde ele realmente existiu

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