Eu queria muito fazer uma tododeku de natal, sei que já estou um pouquinho atrasada, mas antes tarde do que nunca.
Foi inspirado numa pub que vi no face, as semelhanças não são mera coincidência. E desculpem pelos prováveis erros grotescos e intromissões do corretor, depois volto aqui pra uma segunda revisão.
Enfim, bora pro que interessa e boa leitura ;)***
Com a pança cheia de arroz tradicional e frango frito Kentucky, Izuku se perguntava seriamente sobre como aguentaria comer o bolo de morango — ele tinha que dar um jeito, simplesmente precisava comer um pedaço daquela iguaria divina preparada por sua mãe. Com sorte, o estaria ingerindo assim que aquela pergunta fosse feita, de modo que poderia desviar da resposta.
Os natais em família tinham se tornado uma tradição desde que ele tinha 5 anos de idade, quando o pai de Katsuki falecera há poucos dias do natal. Inko, num ato de solidariedade, convidara os Bakugou para comemorar com eles naquele ano, e desde então Bakugous e Midoriyas meio que formaram uma família composta de dois pedaços de gente excêntricos e duas mães desesperadas — uma com o filho chorão e emotivo e a outra com o filho explosivo e briguento.
Mas o que fora uma tradição de paz por longos anos acabou por mudar tão logo entraram no ensino médio: no mesmo ano, a tia de Izuku que residia no Brasil decidira que seria uma boa ideia visitá-los nos natais. Não que a irmã de Inko, Izumi, fosse má, de jeito nenhum! Ela só tinha uma mania invasiva de fazer perguntas cuja resposta ele não saberia dar em voz alta. Especialmente naquele ano.
Então ali estava ele novamente: encarando Inko, Mitsuki, Kachan e Izumi jogados na sala de estar; alguns sentados com as costas apoiadas na mesa de centro e outros simplesmente deitados e completamente jogados no tatame — claro que esses seriam os Bakugou e ele próprio, que andava tanto com bombinha raivosa que começava a pegar alguns trejeitos inofensivos de sua personalidade.
— Sabe de uma coisa? Não tô bêbada o suficiente pra lidar com essa data — rezingou Mitsuki repentinamente, levantando de forma brusca. — Vou ali pegar um saquê, alguém quer?
Izumi e Kachan acenaram positivamente — enfim com seus dezoito completos, ele não costumava desperdiçar chances de beber. Izuku apenas continuou deitado, imaginando quando a bomba viria.
A lei da atração devia ter lá seus pontos de verdade, considerando que após pensar tanto no assunto e tão logo sua tia de consideração saiu da sala, a tia "legítima" começou seu discurso — as duas eram tão legítimas para ele quanto podiam ser, e essa diferenciação de títulos era apenas uma piada que visava zombar daquela noção que parentes eram mais parentes quando tinham o mesmo sangue.
— Então, esse já é nosso terceiro ano juntos, não é? — Izumi sorriu, afastando a franja negra de seus olhos com as mãos pálidas. — Essa não é uma época de namoro por aqui, Inko? — observou a irmã assentir ao seu lado e voltou-se para o sobrinho. — Então, querido, e as namoradinhas? Por que está aqui reunido com essas velhas solteironas quando podia estar andando de mãos dadas pela cidade?
Essa pergunta era especialmente dirigida para Izuku, pois Izumi desistira de fazê-la no plural logo no início, quando tudo o que recebeu de Katsuki foi um rosnado irritado. Assim sendo, a tortura natalina sobrava única e exclusivamente para o jovem Midoriya, que pensava o que poderia responder já que naquele ano não teria bolo de morango no timing certo para evitar sua resposta. Mas antes que pensasse em algo, a voz de Mitsuki se fez ouvir lá da cozinha, quase gritando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
E as namoradinhas?
FanfictionIzuku adorava os natais em família, exceto por um detalhe: aquela infame pergunta - que dessa vez teria uma igualmente infame (ou nem tanto assim) resposta.