Numa noite fria
Em mais uma noite fria
Vinha em minha direção
Como sempre
A solidão...
Um abuso a qual
Ninguém via
Chega a me dilacerar
Por dentro
Mas por fora
As poses se mantinham
Como numa apresentação
Onde a vida era um palco
E como sempre diziam
O show tem que continuar
Mesmo morto por dentro
Por fora todos querendo
Meu rosto rosado
Cheio de vidaVocê me usou de marionette
Como no ballet
Mesmo sendo perfeito
Ainda não era o suficiente
Mesmo sem forças
Me arrastando pelo chão
Com o pouco de sanidade
Que ainda me restava
Eu continuei
E mesmo assim
Continuava a não ser
O suficiente
E aí de mim se reclamasse
Esse direito me foi tomado
Minha luz, fui apagado
E os mesmos
Me cobraram de brilhar
Mais e mais
Sem parar
Pois suas baterias
Não podiam acabar
Ninguém se importou
Quando cai
Meu corpo estirado no chão
E eles me chutaram
Ordenando que levantasse
Que estivesse mais uma vez
Pronto para lhe servirem
Mas sinto em lhes dizer
Mas seu servo morreu
E com essa dor
Vão ter que conviver
Pois se realmente
Se importaram comigo
Vão saber que a culpa foi de vocês
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solidão
RandomServentia humana, só quando você está bem, você serve bem a alguém...