Um barulho alto e insistente fazia minha cabeça tilintar como se fosse uma bomba prestes a explodir.
Fui vencida pelo barulho e abri os olhos, então voltei a fechá-los por causa da claridade, depois virei-me de lado e os abri de novo, bocejando e reunindo toda a minha coragem para levantar da cama confortável na qual havia adormecido.
As memórias foram voltando aos poucos e lembrei-me de tudo o que tinha feito na noite anterior, odiando-me profundamente por ter perdido a razão e beijado o último homem que eu deveria beijar, não só por ser o inimigo do homem que eu amava, mas também por Diego ter tentado me matar.
Ele não era um homem bom.Massageei os olhos e fui me levantando, estreitando as vistas para enxergar melhor e, aos poucos, estiquei o braço para desligar o despertador que estava apitando insistentemente de novo, como se não compreendesse que já tinha me arrancado do sono.
Encarei o papel de parede vermelho do quarto de hospedes e pensei que seria melhor levantar e ir embora logo, depois eu agradeceria por tudo, apesar dos pesares.
Talvez eu conseguisse o telefone da Lety e ligasse pra ela pra agradecer. Boa idéia.Eu tinha que falar com o Ruggero para procurar saber como minha irmã e o bebê estavam, se ela precisava de mim, se eu poderia ajudar em algo...
Valentina não merecia um pingo de empatia, mas a criança não tinha culpa e, sinceramente, eu deixaria meu orgulho de lado, caso pudesse fazer algo para ajudar.Durante a noite conturbada de sono que eu tive, pensei sobre o quão errado estavam meus pensamentos, nas burradas em que me meti, no beijo que dei em Diego, no desejo que senti queimar minha pele quando ele estava por perto... Isso não era certo, tampouco deveria voltar a acontecer.
Eu tinha que retomar o controle dos meus sentimentos e, principalmente, das minhas malditas ações.Sai da cama e fui ajeitando meu vestido, passando as mãos pelos cabelos; depois fui até o banheiro que ficava dentro do quarto e lavei o rosto, escovei os dentes com uma escova reserva que Lety tinha deixado para mim em cima da pia e, por fim, dei uma olhada no espelho, repetindo para mim mesma que era hora de enfrentar as coisas de frente, sem ficar me escondendo atrás dos meus receios.
Pousei a mão na maçaneta e já ia girá-la quando ouvi um estouro alto o suficiente para me fazer recuar alguns passos.
Um tiro.
Arregalei os olhos e senti o coração solavancar como um louco no peito.
Outro tiro.
Tropecei na barra do tapete e cai sentada no chão, arrastando-me para perto da cama, apavorada.
Mais um tiro.
Eu queria gritar por socorro, mas a minha voz entalou na garganta, assim como minha cabeça parou de processar qualquer ato e, simplesmente, congelei, encarando a porta, esperando o momento em que aqueles tiros chegariam ao andar em que eu estava.
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Monarquia dos Cafajestes (Pausada)
FanfictionA emocionante sequência de Império da Sedução. * Entre traumas irreparáveis e dores que nunca serão esquecidas, Ruggero Pasquarelli se tornou o homem que é, incapaz de domar os instintos, dominado por todos seus fantasmas e sombras que, como num pas...