Acordo Policial

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Os outros dois guardas estavam mortos, não poderiam falar nada à respeito do ocorrido com autoridades da cidade. No entanto, restava o atendente da chamada. Este acreditara que o ocorrido fora uma brincadeira pregada por seus companheiros, mas em pouco tempo saberia da morte dos dois. E apesar das versões oficiais, não poderia descartar o envolvimento do comandante.

O delegado sabia bem disso, então após deixar aquela cena da batida de carro, foi prontamente em direção a esse terceiro envolvido. Chegando na delegacia, vai para a seção de comunicação e, encontrando o atendente, diz:

- Foi uma bela pegadinha, tem que admitir.

O policial o olha com uma expressão de medo. Se tudo fora uma brincadeira, por que seu comandante estaria ali? Mesmo assim o responde:

- Sem dúvidas foi, fiquei apavorado com toda aquela situação maluca que o guarda Morales havia contado.

- Você sabe, ele geralmente tem uma imaginação fértil.

- Sei sim.

- E mesmo assim está nervoso, como se um assassino estivesse na sua frente.

O guarda fica ainda mais assustado, e leva sua mão até a arma que estava em sua cintura.

- Não precisará disso. - Continua o comandante, que percebe o movimento. - Basta fingir que não sabe nada deste ocorrido. Além do mais, você tem família, acredito que gostaria de continuar a tendo.

- Por que fez isso?

- Ora, pelo mesmo motivo que ficará com a matraca fechada. Só eu e você sabemos do ocorrido, se a notícia se espalhar, considere-se um homem morto. Você, e sua família. Espero que estejamos entendidos.

- Não machuque minha mulher, nem meu filho. É só o que peço. Ficarei calado.

- É uma sábia escolha.

O comandante vira-se e sai daquela sala. Tinha a situação em controle, ao menos por hora.

Ele havia dado um jeito nos três policias, mas não tinha conhecimento sobre Edson, e o senhor da biblioteca que buscavam por informações.

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