-10 de maio, 1998 -
Harry Potter ON.
Estava no Hospital Saint Mungus, Molly estava no quarto comigo. Depois de tantas perdas, ela me confessa que sempre me via como um de seus filhos, e achei nela o carinho de uma mãe.
Ela queria garantir que eu estivesse bem e seguro, então havíamos marcado uma consulta aqui, o lugar estava cheio, muitas pessoas feridas espalhadas pelos cantos, o ambulatório com sua capacidade máxima atingida e ainda assim atendendo pacientes.
-Ainda bem que o senhor é o senhor, Harry Potter, muitos pacientes não conseguiram marcar hora, a maioria das internações são compartilhadas... bom, menos uma – o médico pausa e ri com apreensão - imaginem só, um comensal liberto de pena está aqui e todos os dias recebe a visita de outro – ele se vira e pega uma papelada na gaveta debaixo – tentamos expulsa-lo, mas... este fez grandes contribuições para o hospital, não tivemos poder... mesmo que fosse dinheiro sujo.
-O que o senhor está falando? - pergunto me acomodando na poltrona de frente pra mesa dele – quem está internado?
-O ex-diretor de Hogwarts, ele foi trazido para cá antes do final da guerra, o mesmo comensal que vem o visitar que o trouxe. Não tínhamos como recusar serviço depois do investimento generosíssimo que fez antes de ser julgado
-Professor Snape? - pergunto virando até a senhora ruiva, tinha confessado meus sentimentos a ela, sentimentos que eu guardo pra mim desde muito tempo atrás, pelo homem amargo, mas que por trás das cortinas parecia ser gentil e mais humano do que qualquer um.
Pego na mão dela e a aperto em ansiedade, ele tinha morrido a minha frente... eu tinha visto isso...
-Sim, ele mesmo... está em coma, não imagino que vá acordar, mas aquele lá não aceita desligar os aparelhos – me responde pedindo para que eu me levantasse e deitasse na maca para os exames.
-E-em coma? - pergunto fazendo o que ele me pediu, meu corpo todo estava dormente com a noticia, ele estava vivo... Precisava visita-lo depois...
O médico faz o exame rapidamente, estava tudo em ordem, minha saúde era melhor do que a de um touro. Ele me dá o número do quarto do moreno e sigo correndo pelos corredores, Molly tentava me seguir de perto, mas tínhamos uma certa distância um do outro.
Quarto 394, irônico para ele, mas não é? O mundo é cheio de ironias. Abro a porta e encaro o homem loiro sentado ao lado do acamado. Não me importo com a presença alheia, me aproximo da cama e me sento ao lado dele.
-Céus... - começo a chorar, ele tinha uma aparência deplorável ali, os olhos fechados fundos, as bandagens enroladas no pescoço tampando quase até o começo do rosto. Vários fios estavam presos em seu braço até bolsinhas com soros, um bip era ouvido da máquina, medindo o compasso fraquinho dos batimentos cardíacos dele.
-Os médicos me disseram que é quase improvável que ele acorde – o Malfoy diz, estava com a voz rouca, e olhando de perto, seus olhos estavam vermelhos, parecia ter chorado por horas.
-Não pode ser... - Seguro na mão dele, estava fria e sem vida – acorda, Snape, por favor acorda - peço me curvando sobre o corpo dele, queria ver se ouvia os batimentos dele, precisava saber se estava vivo, garantir isso.
Escuto a porta se abrir e um suspiro da matrona, fico chorando por um bom tempo ali, tentando sentir qualquer traço de melhora do moreno.
-Você... vem todo dia aqui Malfoy? - pergunto me sentando corretamente e secando as lagrimas. Tentando me recompor um pouco.
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Sonhos reais
Fanfiction"Se um amor verdadeiro quer ver, na hora dos sonhos segure a pedra magica, veja o amado aparecer, e por uma noite inteira viaje no mundo sem lógica" Mas...Severus estava em coma... E onde Malfoy se encaixava? Porque estava aqui? O que o nosso salva...