What?

138 13 0
                                    

Quando Tamlin se aproximou do cavaleiro, ficou supreso com o que viu. Mais do que isso, ele estava totalmente enganado. Não era um cavaleiro que estava no chão, mas uma cavaleira....

Ela estava ali deitada junto ao seu cavalo sacrificado, cheia de sangue dela e também da besta com a qual lutara, o que diferenciava era que o seu estava fresco e o outro seco em sua pele. Estava muito machucada pela queda, mas havia ferimentos de sua luta anterior, antes de chegar à Corte Primaveril supôs ele. Observou que na sua outra perna havia um pedaço do que seria uma lança de madeira, ou estaca. Não conseguia identificar, mas havia uma espécie de líquido roxo escuro escorrendo da mesma e que fazia a ferida da guerreira ficar ainda pior do que já estava, talvez fosse algum veneno.

Ele se pôs então a observar a guerreira mais de perto e sim, sua pele era negra, parecida com mel, e era brilhante, como se a luz do sol a acompanhasse mesmo na escuridão. Ela tinha longos cabelos cacheados e castanhos com fios dourados que estavam presos em um rabo de cavalo, o comprimento do cabelo estava sobre seu pescoço, como que para evitar o frio. Ela vestia uma camisa branca bem larga e calça preta mais justa, além de botas. Ela abraçava o próprio corpo que ainda tremia um pouco.
A Corte Primaveril não era um lugar frio, mas talvez a perda de sangue tivesse feito com que a temperatura corporal da mulher guerreira caisse.

Tamlin acreditava que ela estivesse morta ao chegar no local, mas observou um pequeno brilho na direção de suas costas. Ele deu a volta para ver do que se tratava e se deparou com um fio de luz que descia de sua nuca até a sua lombar, por baixo de sua camisa.

Viu que a luz estava quase se apagando a medida que os batimentos dela também desaceleravam. Ouviu também que ela pronunciou algumas poucas palavras mesmo de olhos fechados, incompreensíveis para ele,  talvez uma oração.
O que seria aquilo? Quem era aquela cavaleira? De quem estaria fugindo daquela forma?

Ele decidiu então que não a deixaria morrer daquela forma, a pegou nos braços e a levou para suas ruínas. Lá, ele tentou usar de magia para curar seus ferimentos mas viu que não surtia qualquer efeito na guerreira. Ficou chocado. Mas decidiu apenas limpar os ferimentos, retirar a estaca da perna e fazer alguns bons curativos.
"Agora é com você, guerreira", pensou ele antes de se retirar e a deixar desacordada. Foi então para sua vigília habitual e por um tempo esqueceu de sua visitante inesperada, perdido em seus próprios pensamentos...
*
*
*

O Grão Senhor sem Corte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora