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- Venha, filho! San acabou de chegar, está te esperando na sala.
Era um natal diferente, pode-se dizer que foi o primeiro em que passei sentindo-me grato e muito, muito feliz.
Eu tinha meus dezenove anos quando tive a magia natalina percorrendo verdadeiramente cada terminação nervosa de meu corpo. Para tudo - ou quase tudo - se tem um motivo, e o meu, para tamanha expectativa em relação àquela noite, era o mais belo, o mais encantador. Tinha nome, sobrenome, um rosto lindo, esculpido por anjos celestiais que tinham um dom espetacular para criar suas obras em carne e osso. Choi San.
Fazia-me sorrir como nunca, dizia que meu sorriso iluminava tudo e que agraciava os olhos de quem o via. Arrancava-me boas gargalhadas, estas que sempre foram reprimidas por não serem tão normais como as da maioria das pessoas. San me trouxe de volta o riso solto que jurei deixá-lo passar o resto da vida acorrentado no fundo de minha alma.
Se eu tivesse de descrevê-lo em apenas uma única palavra, escolheria luz.
Luz porque San fez-me renascer, e minha vontade de viver, lutar contra o mundo e agir em prol de meu bem estar, de meus sonhos e desejos, aumentava a cada vez que o admirava, a cada vez que ouvia-o falar sobre o mundo e como tudo poderia ser diferente se tivéssemos, ao menos, um fio de esperança e uma força que nos motivasse como nunca antes. Dizia que essa força encontra-se naquilo que é lar para cada um, sendo algo ou em alguém, não importa.
Com meus dezoito anos, descobri que essa tal força encontrava-se em um garoto fabuloso, com a alma tão magnífica quanto seu físico. San era como um anjo, um anjo enviado à Terra para fazer meros mortais mais fortes, esperançosos e felizes.
Ninguém era como ele, ninguém jamais chegara aos pés de tudo o que San me fazia sentir. Meu coração batia rápido quando via seu rosto, mas acalmava-se quando eu mesmo parava o tempo para apreciar cada detalhe de sua face. Meu corpo entrava em pânico quando o via dançar de sua forma única e esplêndida, ou quando ouvia sua voz, falando ou cantando, recitando pequenas letras de canções ou lendo trechos de livros que líamos juntos, mas, depois, o êxtase consumia-me a alma apenas por saber que San amava-me, que San esforçava-se para ser ainda melhor no que já era perfeito aos meus olhos, que San lutava para fazer-me feliz, para ouvir minha risada, para me devolver a gana de viver, de sonhar, de lutar que nem ele mesmo havia arrancado de mim.
- ...Wooyoung está demorando, vou verificar se está precisando de al-
- Está tudo bem, mamãe, pode ficar tranquila. - Sorri sereno para ela, segurando seus braços para evitar que trombássemos um no outro. O arco o qual dividia a sala de um corredor quadricular, onde localizavam-se várias portas para a entrada dos outros cômodos da casa, quase sofrera consequências graves se não fosse por mim.
- Querido, algo aconteceu? - Perguntou, preocupada. Ainda que eu dissesse mil vezes que estava tudo bem, minha mãe sempre desconfiava de que nem tudo estivesse tão bem assim.
- Eu garanto, está tudo bem, nada aconteceu. - Abraço-a com sinceridade, sem conseguir tirar o sorriso do rosto. Seus braços enlaçaram meu corpo e suas palmas acariciavam minhas costas por cima de minha camisa de botões azul bebê.
- Hoje vai ser memorável para você, meu amor, eu garanto. - É o que me diz antes de desfazer nosso abraço, sorrir para mim e anunciar a todos que iria até a cozinha pegar alguns aperitivos.
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A Magical Christmas Night • woosan
Fanfiction"Eu tinha meus dezenove anos quando tive a magia natalina percorrendo verdadeiramente cada terminação nervosa de meu corpo. O motivo para tamanha expectativa em relação àquela noite tinha nome, sobrenome e um rosto lindo. Choi San." Relatos de Jung...