Número 28

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A L L Y S O N   S A N D E R S O N 

Eu ouvi o barulhos de passos se aproximando, e reconheci o rosto de Rebecca a distância. 

Ela estava no celular e nem olhava pra onde andava, digitando uma mensagem. 

Respirei fundo, tentando pensar em minha amiga e em como alguém necessitava da minha ajuda agora.

— Rebecca, oi. — Chamei ela. 

A garota levantou o olhar e franziu a testa. 

— Ah.. olá. Você é a Allysa né? — Ela perguntou, comprimindo os lábios em um sorriso falso. 

Eu percebi que a menina não gostava de mim naquele instante.

— É Allyson. Eu quero conversar com você em particular, pode ser? — A perguntei, apontando pra sala de vídeo do outro lado do corredor. 

Ela seguiu meu olhar, erguendo a sobrancelha.

— Desembucha, garota. — Rebecca declarou, cruzando os braços e apoiando o peso na outra perna, parecendo entediada.

Deu uma olhada no relógio, conferindo o horário. 

— É sobre a Athena. Tem certeza que quer falar aqui mesmo?

— Óbvio que é sobre ela. Athena vive de ajuda das pessoas. — Rebecca acusou. 

Eu mordi meu lábio, me controlando pra não começar uma briga bem aqui. Eu já tenho problemas demais. 

— Sua prima está dividindo um apartamento minúsculo com uma desconhecida, que leva homens estranhos diariamente. Isso não preocupa você? Que tipo de mulher faz isso com a outra? — Falei. 

— Mande a garota do apartamento dela parar de ser assim. Athena causou isso e está pagando pelo que fez. 

Eu estava de boca aberta com aquilo. 

— Pagando pelo não fez, você quer dizer. Por que ela nem mesmo sabia que você estava namorando com o Jonathan. Antes de agir por impulso, tente conversar. Ela é sua família!

— Você nem sabe de nada, Allysa! E não tem nenhum direito de falar o nome do meu namorado, pois ele nem gosta de você. Nenhum deles gosta. O Logan menos ainda. — Ela me falou. Só isso foi capaz de me fazer rir. Eu cobri a mão com a boca tentando abafar o riso.

A imagem de Jonathan, Nathan e Nicholas no meu quarto do hotel usando minhas máscaras faciais era a prova suficiente. 

Ele não confessaram, mas tenho certeza que gostam de mim muito mais do que gosto deles. E ela tem algum problema com meu nome.

— Então é isso. — Eu percebi uma coisa importante. 

Isso o quê? — Perguntou, dando um passo a frente em ameaça. 

— Você está achando que a sua prima vai roubar seu namorado. — Sorri em provocação. Eu era uma gênia.

— Pode falar o que quiser. Jonathan jamais iria me trocar por qualquer idiota que aparecesse no nosso caminho. E a Athena nem ousaria, não é louca a esse ponto. — Rebecca protestou. 

Seu olhar ficou furioso, me encarando em busca de respostas. 

— Ela está tentando roubar ele! Eu sabia. E você está ajudando.

Não queria dizer nada, mas essa garota tem graves problemas.

— Rebecca, preciso que me escute. 

Aproveitei que tinha atraído sua atenção.

— Sua prima está morando com uma desconhecida. Vai embora pra outra cidade em breve. E sua tia está internada. Seu namoro não veio primeiro que sua família. — Falei toda a verdade. Alguém precisava fazer isso. 

— Ela vai embora?! — Finalmente aquela garota reagiu. 

— Sim, vai. E apesar de querer que permaneça aqui e cuide da família, se a família não a aceita e ainda expulsa de casa, estou a favor disso.

— Mas... como vou cuidar da minha mãe sozinha? Eu preciso da ajuda dela. Athena está sendo egoísta. Não é assim que as coisas funcionam.

Isso sim que eu chamo de hipocrisia.

— Você que expulsou ela da sua casa por causa de um garoto! — Eu falei, aumentando um pouco da minha voz. Ela era doida ou estava fingindo. 

— Acha que o Jonathan vai terminar comigo por causa disso? Aí meu Deus, e se... — Rebecca passou a mão pelos cachos.

— Rebecca, eu gosto muito do Jonathan. Ele é um rapaz decente. Mas nenhum namorado deve ser tão importante quanto sua família. Vocês são praticamente irmãs. Devem se manter unidas para que possam cuidar de tudo.

Parecia enfim ter entendido.

— Tenho aula daqui a cinco minutos. — Me avisou, suspirando.

Eu permaneci parada, esperando ainda algo dela a respeito disso. 

— Allyson, você tem razão. Eu exagerei um pouco. Nunca tive um namorado tão incrível como o John. Ele é muito importante pra mim. Entretanto, a Athena é realmente muito mais. — Ela ficou envergonhada.

Fiquei aliviada ao ouvir aquilo.

— Já somos consideradas minorias aqui dentro. Teremos menos vagas de emprego apenas por sermos mulheres, pois nos acham incapazes. Não temos tempo de brigar e rivalizar o que não existe. Não importa o quão incrível esse rapaz seja, suas família e suas amigas sempre serão mais importantes. Lembre-se disso. — Foi o meu conselho a ela. 

Era o que eu queria falar desde o início.

Acredito que Jonathan é bom. Rebecca não tem muito o que se preocupar, pois caso ele faça algo ruim, os meninos sempre vão corrigir.

No meu caso foi bem diferente. Eu não tinha ninguém para me avisar.

Mas não é hoje que vou querer lembrar dessa história.

Preciso contar as novidades para as meninas depois da aula.

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"Seja uma mulher que levanta outras mulheres

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"Seja uma mulher que levanta outras mulheres."

Eu não sou feminista. Existem muito que não concordo com o feminismo e por isso não me considero. Entretanto, algo que deveria ser comum é uma mulher apoiando, cuidando e levantando a outra.
Como a Ally disse, nós passamos tanto pra chegar onde estamos.

Juntas somos eternamente mais fortes.

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