Só para lhe causar dor

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Estava andando calmamente pelas ruas de Konohagure quando um carro preto de vidros escuros parou à minha frente, exatamente na esquina do restaurante onde eu iria jantar com meu pai.Três homens desceram e sem dizer uma única palavra, sem ao menos justificar o porque daquele ato -Não que houvesse justificativa, me atacaram, colocaram um capuz na minha cabeça e me enfiaram dentro daquele maldito carro.

É claro que eu tentei gritar, correr, lutar...mas já era noite, 19:37 para ser mais exata.Estava escuro e haviam poucas pessoas naquela parte da cidade.O restaurante para onde eu estava indo antes de ser sequestrada é um lugar simples, calmo, de poucos clientes.Por isso ninguém viu aqueles homens me pegando bruscamente e me levando embora.

Eu nem sei onde estou, aquele capuz foi tirado da minha cabeça apenas uma vez, quando cheguei aqui.Um homem estranho, de cabelos compridos, olhos em tons amarelados e exageradamente pálido foi quem retirou o pano e colocou uma mordaça em minha boca, calando os meus gritos por socorro.E novamente o capuz foi colocado, desnecessário, ele dificulta minha respiração, me deixa atordoada e me impede de raciocinar.Bem, talvez seja essa a intenção.

Nunca imaginei que um pedaço de pano pudesse ser usado como objeto de tortura.

Eu não sei à quanto tempo estou aqui, tudo que sei é que parei de tentar me soltar quando não aguentei a dor nos meus pulsos, eles estão presos assim como todo o resto do meu corpo.Tudo está dolorido, principalmente a região do meu rosto.

Provavelmente já é dia, eu adormeci e acordei algumas vezes, torcendo para ser só um pesadelo.Mas não!Isso é real.A confusão, o medo, a raiva e até mesmo a fome...Eu só consigo sentir isso.

Eu não consigo ouvir nada, nem um único som.Fico me perguntando se estou sozinha, abandonada em algum lugar, deixada para morrer.E me pergunto quem seria capaz de fazer isso, por qual motivo alguém me machucaria dessa forma?
Eu cheguei a pensar que estava delirando, que perdi a cabeça e que tudo não passa de fruto da minha imaginação.Mas descartei essa hipótese depois de um tempo.

Finalmente consigo ouvir um barulho, o som de uma porta sendo aberta e logo em seguida passos que aos poucos vão ficando mais altos.
Alguém está se aproximando.

Não consigo ficar aliviada, muito menos feliz, o medo está em cada parte do meu corpo.Eu não estou sozinha, mas porque isso seria bom?Os passos são lentos, se alguém estivesse aqui para me ajudar teria vindo ao meu encontro o mais rápido possível, correndo.Mas essa pessoa não estava preocupada, só pelo seu caminhar eu pude notar a sua calmaria.

Eu estava imóvel, o único movimento que se podia ver meu corpo fazendo era o do ar entrando e saindo de meus pulmões de forma dificultosa, é claro.Eu não entendi o porque, mas para mim, fez algum sentido ficar quietinha, não me mexer.

Se tivesse sorte, algo muito difícil de acontecer, eu estaria escondida e ele não teria me visto.Volto a perguntar, porque isso seria bom?Eu não sei quem é, e não acho seja uma boa idéia descobrir.Isso é agonizante.

Ouvi um estalar de dedos e no segundo seguinte a escuridão não rodeava mais meus olhos, o capuz foi retirado.Senti meus olhos pesarem por conta da luz, ou talvez fosse cansaço.Pisquei muitas vezes, até conseguir me acostumar com a claridade do ambiente.

A mordaça ainda era um problema, mas poder ver quem estava à minha frente já era um alívio.Um homem moreno, alto, com olhos negros, assim como seus cabelos levemente bagunçados e caídos sobre seu rosto pálido, mas não tão pálido quanto aquele cara estranho de antes.
Estava sentado à uma cadeira, bem à minha frente, pernas cruzadas.

A filha do meu irmão -A Vingança!Onde histórias criam vida. Descubra agora