8 - Dean

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Quando Dean termina o banho, ele está se sentindo melhor do que nunca. A conversa que ele teve com Cas antes correu tão bem... perfeitamente, na verdade.

Dean realmente sente que eles fizeram um grande avanço, e não apenas por causa do momento excitante que tiveram na noite anterior. Bem, tudo bem. Talvez isso tenha desempenhado um papel importante também. Mas principalmente por apenas aprender a realmente conhecer um ao outro. Quase todas as suposições que Dean fez sobre Cas ao longo dos anos se mostraram erradas. Ele tem certeza de que Cas se sente da mesma maneira depois que eles terminaram de conversar.

Para dois jornalistas, eles realmente foram péssimos em se comunicar por um longo tempo. Tudo está aberto agora, no entanto, e Dean sente que pode sair deste lugar com um novo amigo, pelo menos. Se eles puderem deixar este lugar.

Assim que sai do banheiro, Dean percebe pela expressão de Cas que algo está acontecendo.

— Essa expressão não parece promissora — Dean diz, deixando cair sua toalha enquanto vasculha sua mala à procura de roupas.

— Eu, hum... o que você disse? — A voz de Cas é baixa e distraída, e Dean não consegue deixar de sorrir quando ele se vira para olhar por cima do ombro em direção à cama onde Cas está apoiado na cabeceira da cama. Sim, ele definitivamente está checando o traseiro de Dean. As bochechas coradas. A respiração superficial. O olhar culpado no rosto de Cas. Tudo isso lembra Dean da noite anterior e instantaneamente o deixa duro de novo. Realmente não há tempo para isso agora. Bem, provavelmente não.

De qualquer forma, ele ainda não tem certeza de como Cas se sente em relação à repetição da performance, agora que ambos estão totalmente sóbrios. Ele definitivamente não quer pressionar Cas se ele estiver se arrependendo pela noite passada.

Ainda assim, é divertido provocá-lo um pouco.

— Você ligou para a recepção? — Dean pergunta, adotando uma abordagem mais direta depois que veste uma cueca boxer para cobrir sua ereção. — É por isso que você parecia tão chateado há um minuto?

Ele termina de se vestir antes de se virar para encarar Cas novamente. Não faz sentido provocar demais o cara, principalmente se isso não levar a nada divertido. Além disso, se algo está acontecendo com a situação do quarto deles, Dean precisa de detalhes.

— Ah, certo, sim... — Cas suspira e depois aponta para a janela. — Ainda está uma bagunça por aí. Liguei para a recepção, mas estava apenas perdendo o fôlego. Eles pediram desculpas, é claro, e arranjaram isso, eles nos ofereceram o pacote de lua de mel que inclui massagens para casais e terapia com fontes termais e eu nem sei mais o que. Tentei dizer a eles que não éramos um casal, mas...

— Espere, espere, espere — Dean levanta as mãos enquanto um sorriso se espalha por seus lábios. — Quero dizer... são muitas coisas caras que eles estão oferecendo. Se vamos ficar presos aqui, é melhor tirar proveito disso, certo?

— Eu... acho que sim? — Cas parece que ainda não tem certeza se tudo ficará bem. — Foram eles que ofereceram, e não é como se estivessem recebendo novos hóspedes para usar essas comodidades enquanto as estradas estão fechadas, então...

Dean espera um momento, enquanto Cas justifica a si mesmo e acrescenta: — E quero dizer, é bastante comum lugares como este oferecer algum tipo de compensação quando seus hóspedes são incomodados, e nós definitivamente fomos incomodados, mesmo que tenha sido meio divertido no final.

Cas imediatamente cora de novo, ponto! Mas o raciocínio de Dean parece conquistá-lo.

— Você não acha que eles se importam com o fato de não sermos... você sabe... um casal? — A expressão de Cas parece tão dolorida que Dean realmente atravessa o quarto com a intenção de lhe dar um abraço antes de parar.

— Você vai ter que relaxar um pouco se quiser ser meu namorado por um dia — Dean diz, lançando uma piscadela divertida para Cas quando se senta na beira da cama. — Não acho que eles nos façam provar que somos um casal, não é? E eu quero dizer... eu acho que eu poderia simplesmente aguentar e beijar você de novo se fosse para o bem maior.

A boca de Cas se abre por um momento antes que ele pareça perceber que Dean está apenas brincando. Bem, parcialmente brincando. Dean pode pensar em coisas muito piores do que outro beijo de Cas, se ele estiver sendo honesto.

— Você está realmente ansioso por isso, não é? — Cas pergunta, parecendo um pouco incrédulo. — Mesmo a parte de fingir ser um casal.

Dean dá de ombros. — Por que não? Não é como se tivéssemos mais alguma coisa para fazer. E é melhor que ficar sentado neste quarto o dia todo. Isso só levaria a mais bebida e...

— Não, você está certo — Cas diz, cortando Dean antes que ele possa terminar a frase. Dean segura uma risada. Cas é realmente tão previsível. Tão fácil de provocar. Tão bonitinho. — Devemos aceitar a oferta deles e sair deste quarto por um tempo. Quem sabe quanto tempo ficaremos presos aqui?

— Assim é que se fala — Dean diz, sorrindo. — E nunca se sabe... você pode até se divertir, apesar de tudo.

Dean ganha outro olhar surpreso, seguido por um rolar de olhos. Dessa vez, Dean nem tenta conter a risada. Ele vai puxar Cas para fora de sua concha, de um jeito ou de outro. E se Dean tiver alguma opinião sobre o assunto, eles podem realmente se divertir um pouco.

[...]

— Sinceramente, não acredito que deixei você me convencer disso — Cas diz, olhando para Dean do outro lado do vestiário.

Dean simplesmente dá de ombros e prende a toalha branca e fofa em volta da cintura enquanto Cas faz o mesmo. — Tente não pensar nisso como uma massagem de casal, se isso ajudar. Pense nisso como dois amigos. Dois colegas.

— Eu não fico nu com meus amigos — Cas murmura, ainda mexendo na toalha.

Dean quase faz um comentário sobre os amigos de Cas perderem, mas de alguma forma consegue se segurar. Ele sabe que Cas já está bem longe de sua zona de conforto. Dean não quer pressioná-lo a ponto de ficar chateado. Ele quer que isso seja divertido para os dois, e tem certeza de que será uma vez que Cas se permita relaxar um pouco. Ele é provavelmente a única pessoa que Dean já conheceu que parece ficar mais tensa com a perspectiva de uma massagem.

— Isso não prejudica a mentira dessa coisa de casal se agirmos como amigos? — Cas pergunta, arqueando uma sobrancelha enquanto os dois se preparam para deixar o vestiário juntos.

— Acho que não existem regras sobre isso — Dean diz, fazendo o possível para manter a cara séria. — Escute, podemos fazer o que queremos, ok? Com que frequência você tem a chance de fazer algo assim? Ser mimado e receber o tratamento VIP? Vamos nos divertir com isso.

Ele realmente não espera que suas palavras causem grande impacto, mas na verdade ele pode ver um pouco da tensão escapar dos ombros de Cas enquanto eles saem pelo corredor onde a massagista os aguarda pacientemente.

— Por aqui, senhores — ela diz, gesticulando para seguirem enquanto se dirige para uma sala no final do corredor. Ela se vira e olha por cima do ombro para Cas.

— Você já teve uma massagem antes?

Não faça piada sobre a noite passada.

Não envergonhe Cas na frente de estranhos.

Deve... deve... deve se comportar.

— Não, é a minha primeira vez — Cas responde, lançando um olhar nervoso a Dean antes de voltar sua atenção para a massagista.

— Ele está preso em um quarto comigo há vinte e quatro horas — Dean diz. — Então você precisará realmente dar a ele o tratamento completo de relaxamento.

Ela ri. — Não se preocupe com isso. Vocês dois estarão em boas mãos hoje.

— Viu — Dean fala para Cas quando as costas da mulher viram novamente. — Nada para se preocupar.

Cas apenas balança a cabeça em resposta. Dean tem certeza de que vê os cantos da boca de Cas se contorcerem um pouco. Quase pode ser chamado de sorriso.

E por enquanto?

Dean levará isso como uma vitória.

O Natal Nos Uniu ❆ Destiel VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora