Chapter 2

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Helena: Bia! Já não te via há tanto tempo!  - Diz ela esticando os braços para me abraçar, mas pára quando se apercebe que algo está errado. - O que se passa?

Eu: Preciso da tua ajuda! Posso entrar? Ele não me pode encontrar!

Helena: Claro, entra! Mas de que estás a falar? Quem é ele?

Eu: O Ricardo! O homem que fez com que os meus pais fugissem! Ele voltou e quer-me apanhar! - Helena repara no meu andar estranho e levanta-me ligeiramente a camisola.

Helena: O que se passou?

Eu: Ele deu-me um tiro na semana passada, mas eu consegui fugir e hoje tentou apanhar-me quando eu estava a caminho de casa vinda do hospital.

Helena: Isso tem sangue; os pontos devem ter-se rompido. Deixa o meu pai tratar disso. - Anui. Helena chamou o seu irmão que me levou escadas acima até ao seu quarto e o seu pai trouxe uma mala de primeiros socorros. O pai de Helena era médico até uma lesão na perna o impedir de trabalhar normalmente, pelo que deixou o hospital.

Pai da Helena: Está com mau aspeto mas penso que depois de voltar a cozer e de umas semanas de repouso deves ficar bem. Agora o problema é que eu não tenho anestesia que te possa dar...

Eu: Não se preocupe eu aguento. Não tenho outra opção.

Pai da Helena: De certeza? É que vai doer bastante.

Eu: Simplesmente despache-se enquanto o efeito da adrenalina ainda não passou por completo.

Pai da Helena: Claro. Desculpa por tudo o que vou fazer daqui em diante. Helena traz uma toalha e algo para ela apertar, como uma almofada. - Helena volta ao quarto em menos de um minuto. Depois de tudo pronto ele começou a "operação". Quando finalmente acabou de cozer de novo a minha ferida fez um curativo e deu-me o analgésico mais forte que tinha.

Helena: O que é que vais fazer agora?

Eu: Não sei. Tenho que arranjar algum sítio onde possa ficar onde ele não me encontre, mas isso não vai ser fácil; ele tem contactos em todo o país e em muitos outros países.

Helena: Tens aí o teu telemóvel?

Eu: Sim. Está no meu bolso das calças. - Ela tira o telemóvel do meu bolso e vai lá para baixo. Uns minutos depois ela volta e devollve-me o telemóvel. - Para que precisaste do telemóvel?

Helena: Arranjei solução para o teu problema.

Eu: Arranjaste-me um sítio onde ficar?

Helena: Sim.

Eu: A onde? Com quem?

Helena: Isso agora não interessa. O que interessa é que estarás segura lá. - Não insisti muito no assunto pois sabia que podia confiar na Helena.

Não consegui dormir, não só por causa das dores mas também porque sentia que algo de importante ia acontecer no dia seguinte.

Eram sete da manhã quando me levantei juntamente com Helena e o seu pai. Vestimo-nos e fomos até à casa da minha avó. Eu tinha-a avisado que me ia embora, no dia seguinte, durante tempo indefinido e ela apesar de não lhe agradar a distância concordou, pois sabia que se continuasse aqui não estaria segura. Entrei em casa e com a ajuda de Helena fiz as malas e como era óbvio não me podia esquecer do meu "piano" (teclado), uma das coisas mais importantes na minha vida apesar de nunca mais o ter tocado; era como se tivesse criado uma ligação com ele. Quando estava prestes a fechar a mala reparo num envelope que dizia: "Abre apenas quando chegares"; coloquei-o na mala e entreguei-a ao pai da Helena.

Estava-mos a caminho do aeroporto. A tal pessoa a que Helena tinha telefonado e não me queria dizer quem era tinha reservado um bilhete em meu nome para as dez da manhã pelo que tinha-mos que nos despachar pois ainda tinha que fazer o chek-in e isso tudo.

...

O avião tinha finalmente aterrado e a única coisa que sabia era que estava nos Estados Unidos da América. Obrigada, Helena, por me dares tanta informação! Eu não era uma pessoa que gostasse muito de surpresas e não saber onde estava ou com quem ia ficar não era muito agradável. Caminhei até à zona onde os familiares e amigos esperam pelos que acabam de desembarcar. Olho em várias direções mas não vejo ninguém familiar até que vejo quatro rapazes altos com capuzes e óculos de sol. O rapaz com cabelo loiro sujo chama-me a atenção, não conseguindo desviar o olhar dele, e ele também parecia estar a olhar para mim. É tão parecido... Mas não pode ser ele, ele é famoso agora não quer saber de alguém como eu... Após alguns segundos a olharmo-nos constantemente ele tira os óculos de sol passando-os para a mão de um dos outros três rapazes e olha mais uma vez para mim antes de começar a correr na minha direção. Porquê... Como... Luke... voltas-te! Começo também a correr na sua direção largando as malas pelo caminho. Ele abraça-me e eu faço o mesmo e lágrimas começam a cair dos nossos olhos. Toda a gente a olhar para nós a pensar que somos namorados à muito separados quando a nossa história não é nada parecida com isso. Finalmente consigo ganhar coragem para falar.

* A partir daqui imaginem que eles estão a falar em inglês porque eu não quero escrever em inglês por receio que algumas leitoras não compreendão *

Eu: Porquê? Porque é que nunca mais atendeste as minhas chamadas ou respondeste ás minhas mensagens?

Luke: Desculpa. Tudo começou quando perdi o telemóvel. Esperei duas semanas até voltar para a Austrália e comprar um novo e um cartão novo. Assim que me deram um cartão novo pedi para me porem o número antigo, o que ainda demorou uma semana porque na altura as coisas eram muito menos eficientes do que agora. Assim que voltei a ter o número antigo, todos os dias quando voltava a casa reparava que tinha chamadas não atendidas tuas. A ínicio não tinha mesmo tempo para te telefonar de volta porque tinhamos que escrever músicas novas para terminar a EP e sentia-me muito culpado por isso, mas com o passar do tempo fui ganhando tempo mas as tuas chamadas eram menos frequentes e eu tinha receio de atender pois devias estar chateada comigo e eu não consigo aguentar estar chateado contigo, até que um dia nunca mais recebi uma chamada tua e pensei que tinhas desistido. Quando vi o teu nome ontem a brilhar no ecrã do meu telemóvel senti o meu coração ser invadido por alegria, mas depois era a Helena a dizer que precisavas de ajuda e que estavas em perigo e o meu coração desfez-se em pedaços e toda a culpa que sinto todos os dias triplicou. Desculpa por tudo. Desculpa. Desculpa. Isto foi tudo culpa minha! - As lágrimas escorriam apressadamente pelo seu rosto e por mais que eu estivesse zangada com ele não conseguia aguentar vê-lo assim, mas não podia perdoa-lo assim.

Eu: Eu teria compreendido o não teres tempo se me tivesses ligado de volta depois. Tantas noites que fiquei á espera das tuas chamadas, tantas noites que não dormi por estar muito ocupada a pensar em ti, tanto sofrimento causado pelo simples facto de sermos humanos. Pelo simples facto de criar-mos laços com as pessoas e de não as conseguir-mos esqueçer. - Digo eu afastando-me dele e olhando para baixo.

Luke: Por favor deixa-me arranjar a porcaria que fiz, deixa-me compensar-te o tempo perdido.

Eu: Não é assim tão simples quanto isso. Não dá para esquecer todos aqueles anos em que passei a maior parte do tempo sozinha; todos os erros que cometi por causa disso; grande parte da minha vida em que só estava lá eu. Não dá para apagar o passado! Se desse eu apagava-o agora mesmo e voltava tudo a ser como de antes mas não pode ser assim. Como queres que eu confie em ti como dantes depois de tanto tempo? Como queres que eu me divirta como antes sem me lembrar de toda a angustia que me causaste? - Ele baixa a cabeça enquanto que eu vejo os outros três rapazes se aproximarem. 

* Já estava à espera há algum tempo para começar a publicar esta fic por isso double update. Leiam a minha outra fic "I Will Protect You".

Love you to the moon and back *

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