Outra vez em um táxi - O Casamento - Parte 5

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Inspirei fundo enquanto observava Maxon pegar uma cadeira que estava encostada no canto da sala e aproxima-la perto da maca.

— Esse hospital me lembra o jogo de basebol — Comentou ele se sentando. Me pus a pensar naquela ocasião também. O jogo dos funcionários da empresa, onde eu e Maxon basicamente competimos um com o outro e acabamos nos machucando. Fomos para a enfermaria e...

 Meu Deus, aquela lembrança trazia muitas coisas. Acho que Schreave também estava pensando o mesmo que eu, então para o clima não ficar tenso, complementei:

— Sim, lembro que machuquei a espinha e tive de ficar alguns dias em repouso — Me lembrei e ao ver a feição de Maxon ele parecia estar seguindo totalmente a linha de raciocínio.

— E aí, eu fui até sua casa e seus pais me convidaram para jantar.

— E meu pai te deu uma camiseta do... — Não me recordava o nome do time.

— Chicago Bulls — Maxon respondeu e sorriu — E nós fomos, inclusive fui até sua casa de novo depois do jogo.

— E depois, no aniversário de May — Tudo parecia voltar a minha mente como se tivesse acontecido ontem — Na verdade você frequentou muito a minha casa.

Maxon sorriu assentindo um pouco envergonhado.

— Aposto que Gerad ainda daria tudo para dar uma volta em seu carro — Me lembrei de meu irmãozinho que era apaixonado pelo Audi de Maxon.

— Ahhh, não conte para ele, mas estou tentando vendê-lo — Schreave manteve uma voz decepção — Ele não é muito útil para mim em L.A, a empresa fica perto da minha casa, eu só estaria poluindo o ar ao gastar gasolina para atravessar duas quadras — Explicou ele e eu assenti como se entendesse — E eu poderia fazer algo proveitoso com o dinheiro.

— Como comprar uma fatia de bolo de chocolate — Sugeri e Maxon olhou para mim revirando os olhos mas ainda sim sorrindo — Não subestime o poder do cacau.

— Vou tentar, Singer — Exprimiu ele como se estivesse vencido e eu ri orgulhosa.

Por um momento, comecei a pensar em tudo que Marlee me falara. Eu sentia em algum lugar de meu ser que tinha muita coisa a dizer a Schreave mas quando eu sequer pensava na possibilidade de soltar essas palavras, me encabulava toda.

— Têm falado com a Lora? — Perguntei sem entender porquê perguntei aquilo. Eu já havia notado que os dois estavam conversando, e este certamente não era o melhor assunto entre nós dois.

Maxon pareceu um pouco confuso com a pergunta também.

— Ahm... sim, eu imaginava que ela estaria aqui, é prima do Carter — Respondeu e eu apenas concordei com a cabeça. Era óbvio. — E você, falou com ela?

Senti minhas mãos soarem um pouco pelo tom de voz dele, não era irônico, mas ainda sim mostrava curiosidade.

— Sim, um pouco, ela é legal — Disse sem saber se minha fala transpareceu verdade. Maxon me olhou por um segundo e logo abaixou a cabeça.

Ainda que eu não quisesse, e soubesse que não era a melhor pessoa com as palavras, não conseguia conter a vontade inquietante de falar logo o que faltava.

— Sabe... — Chamei a atenção dele que logo levantou a cabeça mais uma vez — As vezes eu penso — Fechei meus olhos tentando formular as palavras — Que se eu tivesse contado a verdade para você do que aconteceu com a Kriss e tal, se tivesse te avisado, acho que algumas coisas poderiam ser diferentes.

Schreave não expressou nenhuma reação mas continuava atento a mim.

— Eu tive tanto medo de perder o meu emprego, e de fazer você perder o seu, que apenas me calei e entreguei tudo de mão beijada para ela — Continuei sentindo as palavras pesarem — Na verdade, eu sempre tenho muito medo. Medo das pessoas, do que vai acontecer, de mim mesma. Eu insisto em dizer que sou um pinscher.

Sr. Maxon SchreaveOnde histórias criam vida. Descubra agora