Liar. -Bakudeku/ katsudeku.

Dois.

Izuku tragou pela última vez a nicotina do cigarro que estava preso entre seus dois dedos, soltou toda a fumaça que segurava logo em seguida, apagou o cigarro no chão e se reencostou no encosto da cadeira suspirando, estava muito cansado.

Havia visto currículos de seguranças a noite inteira e sua cabeça já latejava de tanto ler, fazendo o esverdeado crer que talvez aquela merda toda fosse uma incrível perda de tempo. Ouviu seu nome ser chamado e levantou o olhar a tempo de ver Denki entrando no cômodo com seu sorriso eletrizante e sua animação costumeira. Animação essa que enchia o coração do esverdeado de carinho sempre que via o loiro, mas dessa vez o sorriso não durou muito tempo no rosto do mesmo o que levou Izuku a estranhar.

— Eu tenho uma boa e uma má notícia, qual você quer ouvir primeiro, Izu? –Kaminari perguntou enquanto se sentava na mesa onde os papéis descansavam.

— A má. –Izuku disse enquanto se endireitava na cadeira e apoiava o queixo na mão.

— Tivemos um problema no carregamento das drogas ontem no caminho da Rússia para cá. –O loiro disse sério.

— Polícia?

— Quem dera se fosse isso, era só ter molhado a mão do guarda e tudo certo, mas foi roubo. Levaram um dos caminhões. –Denki falou e então ficou mais sério ainda. — Mataram o Joe, Zuku. –Joe, um dos melhores seguranças que Izuku já teve foi para a Rússia junto de Hitoshi para que pudessem tratar dos negócios lá. Ao todo, os lugares onde as máfias tinham Izuku como chefe eram cinco: Rússia, Polônia, Estados Unidos, Inglaterra e claro, Japão. Ele deixava pessoas de confiança no comando de cada uma das filiais para tomar conta das drogas, dos carregamentos de armas e do dinheiro que entrava e saía em cada um dos lugares enquanto ele ia junto de Kaminari e Hitoshi para outros lugares fazer novos negócios e expandir seu território.

— Porra. –Izuku exclamou e relaxou a postura, colocando a mão no rosto. — E qual era a boa notícia?

— Hitoshi está vindo para cá de novo, chega daqui a seis dias! –O loiro disse um pouco mais animado e Izuku levantou a cabeça, dessa vez sorrindo. Faziam mais de três semanas que ele não via seu irmão de criação e saber que ele estava voltando era um alívio para o esverdeado. — Tem outra coisinha.

— Diz.

— Nós vamos precisar mais do que antes de um novo segurança, Joe protegia você e foi com o Toshi só para garantir que as drogas chegassem em segurança, mas agora ele está morto e você sabe que a CIA ainda está na sua cola. –Kaminari começou a balançar as pernas como se fosse uma criança pois não alcançava o chão e Izuku achou certa graça nisso.

— Sabe que eles nunca viram meu rosto, certo? E outra, tem muita coisa envolvida nisso, tenho muitos homens ao meu favor e eu sei me defender muito bem, não preciso de ninguém tomando conta de mim. –Izuku disse e se levantou da cadeira, levando Denki a se levantar também e acompanhá-lo ao que caminhava para fora do cômodo.

— Não é só para tomarem conta de ti, Izu. –Denki falou, mas Izuku apenas ignorou e continuou caminhando. — Midoriya, escuta.

Izuku parou e se virou para Denki, ouvir seu sobrenome sendo pronunciado pelo seu irmão de criação era estranho, principalmente pelo fato de que ele nunca o chamava assim.

— Nós não precisamos apenas para te proteger, sabe que quanto mais a gente expande nossos negócios mais carga arrumamos, ou seja mais chances de roubo. Precisamos de ajuda e você sabe disso. –Denki disse e colocou a mão no ombro do esverdeado que suspirou.

— Ok, Den. Vamos no bar hoje e a gente conversa com a Ochako, olhei alguns relatórios e acho que dá para conseguirmos uns seis novos seguranças para a equipe. –Izuku falou para que Kaminari pudesse se acalmar e Denki sorriu, fazendo que sim com a cabeça. — E nós precisamos conversar sobre seu amigo novo.