Capítulo 1

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Soluço Haddock III destrancou a porta da frente de sua nova casa, cruzou a soleira e balançou o braço para mostrar ao pai o interior estilo vitoriano pelo qual ele se apaixonou no instante em que o corretor de imóveis lhe deu o tour.

- Nada mal.- Disse Stoico ao entrar na sala de estar principal.- É um pouco grande só para você. Qual é a metragem quadrada?

- 2.000.- Soluço respondeu.- Principalmente por causa do segundo andar e da sala de estar.

Stoico se virou bruscamente, com os olhos semicerrados.- E por quanto você disse que a comprou?

Soluço girou a grande chave em suas mãos. Era maior do que as chaves modernas, mas ele adorava a sensação dos velhos tempos. Em vez de responder ao pai imediatamente, ele deixou seu olhar vagar pela mobília no lado leste da sala de estar. Madeira sólida. O material seria caro demais para comprar hoje em dia.

- Soluço?- Stoico perguntou, com uma carranca se formando.

- 55.- Ele finalmente responde.

As sobrancelhas de Stoico se ergueram.

- 55.000 dólares?

Soluço assentiu.

- O que há de errado com esse lugar?- Stoico exigiu, dando uma rápida volta no primeiro andar. Ele passou pela porta lateral para a área de jantar, passou pela cozinha recentemente renovada, que conduzia a um corredor estreito que dividia a área de estar da sala do primeiro andar da biblioteca.

O homem ressurgiu na sala e parou perto da escada que levava ao segundo andar. O corrimão era de madeira espessa e lustrosa. Cada detalhe havia sido esculpido à mão há cerca de 100 anos, assim como a maior parte da casa.

- Não há nada de errado.- Soluço gira a chave entre os dedos.

- Insetos no sótão? Mofo? Cupins? Encanamento com chumbo? Nada?

- Não, eu verifiquei tudo isso antes de comprar.- Soluço fala.

- Então qual é o problema? Ninguém em sã consciência venderia uma casa de 2.000 pés quadrados como esta por 55.000 sem que houvesse algo muito errado com ela. Sua mãe e eu pagamos 110 por um casa com metade deste tamanho.

- Você mora na cidade.- Soluço recruta.- Estamos a uns bons dez minutos dos limites da cidade. Tecnicamente, fica em um pequeno subúrbio de Berk. Com a população sendo de cerca de 15.

- 15.000?

- Não, uh, apenas 15 pessoas. Pode ser que no total dê 50, mas não tenho certeza.

Stoico deixou escapar um suspiro pesado, esfregou as têmporas e se virou para o filho.- Olha, Soluço, uma casa é uma grande responsabilidade. E pode se tornar uma responsabilidade que custe caro. Eu só queria que você tivesse me dito o que estava olhando antes de partir e assinar sua vida por um erro.

- Não é um erro.- Ele defende a casa que ele economizou durante anos para comprar, para ficar longe de seus pais, para finalmente começar uma carreira por conta própria.- Eu não sou mais uma criança. Mandei verificar a casa profissionalmente pela prefeitura. Eles não encontraram nada que pudesse estourar, quebrar ou me causar problemas. A única coisa que viram foi o telhado. Talvez seja necessário ser substituído nos próximos dez anos.

Stoico bufou. Ele colocou a mão na extremidade decorativa do corrimão. Ergueu a mão e a abaixou com força. O corrimão não se mexeu. Ele disse:- Robusto.

- Vou lhe mostrar o andar de cima.- Soluço contorna o pai até a escada.

O andar de cima era um longo corredor com dois quartos, um banheiro principal, uma escada estreita que levava a um pequeno depósito, e uma sala de estar que dava para uma pequena varanda com vista para o gramado da frente e outra pequena sala no final.

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