Um segundo de silencio- Peter

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Peter Pettigrew
Seu nome significa, em uma tradução literal: "o Pequeno que cresceu"
Mas não era assim que ele se sentia.
Um garoto rechonchudo pequeno e idiota, era o que todos pareciam pensar dele.
As piadas depreciativas de Sirius ecoavam em sua mente sempre que a escuridão o dominava.
Ele sabia que o amigo não fazia por mal, Sabia que não deveria ligar. Mas era impossível silenciar as vozes em sua cabeça. Jamais quietas, jamais satisfeitas.
Peter tinha uma necessidade de provar a essas vozes que estavam erradas. E acabava sempre falhando no processo. Se atrapalhando com os sussurros e os olhares julgadores que ele tinha certeza que recebia.
Quando foi selecionado para a Grifinória, os sussurros das vozes o fizeram duvidar se aquele era mesmo seu lugar. Se aqueles jovens corajosos seriam como ele.
O pequeno menino Peter era grato por James e Remus em sua vida, que sempre o protegiam de pessoas maldosas.
Mas nenhum deles nunca viu as sombras de Peter, nenhum deles nunca percebeu as vozes sussurrantes ao seu redor, o embebendo de escuridão. Nenhum deles reparou nele o suficiente para ver quem Peter poderia ser, eles apenas enxercavam o garoto assustado e desastrado que nada sabia fazer, que tinha dificuldades em tudo.
Peter, por anos, ignorou as vozes que o chamavam com tanto fervor. E ajudou os outros 3 marotos em suas pegadinhas, riu com eles, sorriu com eles e foi feliz, de certo modo.
Mas Peter passou anos se sentido pequeno perto de seus amigos.
Peter lutou anos sozinhos contra aquela escuridão solitária.
Mas um dia... Um dia o pequeno Peter cedeu a aquelas vozes, e ouviu coisas horrendas, viu coisas horrendas.
Peter viu os marotos mais felizes sem ele, viu a pena em seus olhos por ele ser tão desajeitado, viu a insignificância que era para a ordem da fênix e quis mais. As vozes o incentivaram a querer mais, a ser mais, a provar que poderia ser um grande e poderoso bruxo.
Peter estava cansado, falavam as vozes para ele, das comparações medíocres que faziam dele com os outros 3 marotos.
Peter viu a guerra ser praticamente ganha por Voldemort e seu exército e cansado de perder, ele permitiu que as vozes da escuridão o dominassem de vez. Elas irrompiam medo e raiva nele, deixaram seu senso de preservação mais forte que o amor pelas pessoas que o haviam acolhido e amado também.
Peter não via mais o amor, apenas havia a raiva por ter sido ignorado e mal tratado durante anos. Sempre sendo nada além do pequeno e doce Peter, admirador dos marotos.
Então quando Voldemort lhe prometeu glória, poder e segurança, Peter, consumido pela escuridão, não conseguiu dizer não.
Ele espionou a ordem para lorde, traiu a confia de todos. Hesitou em alguns momentos quando os outros suspeitavam de um espião, temendo que aquilo fosse um erro. Mas quando todos achavam que Peter seria incapaz de fazer tal ato, apenas por quê o achavam burro demais, deram para as novas vozes de Peter um alimento ainda maior.
Então entregou sua única família ao lorde e Sirius a prisão. Sem desculpas dessa vez, seu coração havia se tornado tão negro quanto a escuridão das vozes a seu redor.
Os anos foram se passando, e as vozes diminuindo de volume, mas seu coração já estava completamente dominado e nada poderia o convencer do contrário.
Quando Peter descobriu da saída de Sirius, o medo o invadiu. Medo de ser achado e ter de pagar pelos próprios crimes, que agora eram apenas isso, crimes.
Peter se viu diante de seu lorde, tremendo de medo e com o alto som das vozes novamente em seus ouvidos, dominando seus pensamentos.
"Você não tem um lugar a mesa dele tem?"
"você não está sendo valorizado como merece, Peter"
"mostre a eles quem você é"
"mostre a eles do que é capaz"
As vozes repetiam, repetiam e repetiam.
Mas o garoto o permitira viver. Ele estava certo, Peter tinha uma divida com ele. Por mais que não gostasse, aquele menino era filho de James e Lily, e ele os havia matado. Não poderia fazer o mesmo com o garoto. Não podia fazer aquilo. Não poderia mata-lo, mesmo que isso significasse mentir para seu lorde. Ou poderia? O garoto algum dia o perdoaria?
Nesse momento, por um pequeno segundo, Peter silenciou as vozes que gritavam em sua cabeça. E no segundo seguinte, ele havia deixado o mundo para trás.

Nas palavras de Sibila Trelawney: "Um coração que carrega um assassinato."
Sem nenhum tipo de remorso ou compaixão. Dominado pela auto preservação, o ódio, e a escuridão. 

One shots de Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora