Capítulo Único: O Natal

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Oii, bom, primeiramente eu queria agradecer a todos que estão aqui e resolveram tirar um tempinho pra ler essa historia. Ela está sendo meu debult no projeto e de certa forma eu tô receosa de não estar boa, massss seja o que for, lá vai :) Queria deixar um agradecimento especial aqui pelas incríveis capas que o @boiolajeon fez e que eu amei de paixão e pela betagem da @Soonavic que teve todo o trabalho de betar mais de 18k pra que vocês pudessem ler agora minha obra em parceria com esse projetinho especial de vhope. Espero que goste :)

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O natal deveria ser uma época boa.

Uma época feliz e cheia de sorrisos.

Ao menos, era isso que eu costumava pensar...

Nos últimos 10 anos, ao que me lembro, sempre odiei esse período. Minha família sempre se ocupava desde o final de novembro em decorar a casa, preparar festividades e, acima de tudo, estampar um sorriso e imagem de família perfeita para todos. Aquilo me incomodava. Não éramos e nunca havíamos sido uma família unida e carinhosa como eles gostavam de demonstrar para todos. Era tão falso... tão insignificante.

Para alguém que gastava suas tardes lendo e assistindo histórias sobre romances, com famílias perfeitas e amorosas, aquilo era frustrante. Era desestimulante a um nível que, hoje, com vinte anos, eu, Kim Taehyung, me via odiando o natal. Odiando tudo que tinha nessa época, incluindo meu próprio aniversário.

Não era somente pela falsidade que aquela época sempre trazia, mas também por toda pressão e expectativa que insistiam ano após ano em pôr sobre mim.

Todos os anos, ao que minha mãe arrumava a decoração da casa juntamente à meu pai, eu me trancava no quarto. O dia terminava em brigas.

Em noventa por cento das vezes era eu quem terminava chorando agarrado ao travesseiro até dormir.

Sempre as mesmas questões de porquê eu não poderia ser mais másculo, por quê eu não poderia agir de forma mais parecida com meu pai, por quê eu não era meu pai...

Se meu pai pegava sua velha e empoeirada caixa de ferramentas e consertava o pisca-pisca da árvore, por que eu não poderia fazer isso também? Se ele carregava as caixas do depósito, montava a árvore, organizava as coisas consideradas mais braçais, por quê eu também não poderia fazer? Simples, eu não queria. Não por uma falta de tentativa, longe disso, pois eu tentei, durante muitos anos eu me metia a tentar consertar as coisas e ajudar como podia, mas nunca estava bom, nunca esteve e aquele esforço que eu fazia sempre era irrelevante ao que desmanchavam o que eu havia feito e refaziam tudo como achavam melhor. E eu? Eu observava e sofria em silêncio.

Por muito tempo foi assim. Por muito tempo eu chorei, gritei e me odiei por não suprir as expectativas deles, afinal, eram meus pais. A necessidade de agradar acabou sendo meu principal foco, até o momento em que não aguentei mais. Não me recordo bem se fora quando completara 18 anos ou antes, mas desde então, essa época do ano se tornara vazia para mim. Hoje, eu nem mesmo saio do quarto – porque sim, eu ainda moro com meus pais – apenas passo as últimas semanas do outono e as primeiras do inverno, trancado no único lugar onde tenho o silêncio como aliado.

Meu quarto.

Há alguns dias atrás, minha família havia tirado o fim de semana para organizar a casa, separar enfeites, decorar tudo... E eu como um bom filho e ciente de que minha presença só atrapalharia, me mantive no quarto conferindo trabalhos acadêmicos que teriam de ser enviados para avaliação final antes do final do semestre. Fora um dia tranquilo, isso foi até que meu pai com sua expressão séria, carregada de raiva entrasse escancarando a porta, sem mais nem menos.

Oito Dias Para o Natal - kth+jhsOnde histórias criam vida. Descubra agora