Capítulo 1

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POV Natasha

  —PIETRO— grito meu irmão pestinha a plenos pulmões.

  Esse menino está simplesmente correndo pela correndo pela casa com meu tênis preferido em mãos. E o pior é que ele faz isso só para me tirar do sério, porque sabe que meu pai não está em casa, então pode fazer o que quiser sem ele saber e sabe, também, que se eu tocar um dedo nele, papai acaba comigo. Ahhh, as desvantagens de ser irmã mais velha.

  Consigo pegar Pietro e ele começa a discutir comigo, acabo perdendo a paciência e dando alguns tapas não muito fortes nele. No entanto, o menino grita como se eu tivesse matando ele. E adivinhem só? Meu pai chega bem na hora.

   —NATASHA!Parabéns, você está fudida. Solto meu irmão rapidamente e olho pro meu pai pensando em alguma desculpa. —Você quer fazer o favor de me explicar o que estava fazendo, garota? Eu saio para trabalhar e você já sai brigando e batendo no seu irmão?—Ele diz isso segurando a ponta do nariz, o que significa que ele está perdendo o fio de paciência que tem.

   —Pai, ele está correndo por ai com meu tênis e eu não fiz absolutamente NADA para ele! Queria o que? Que eu ficasse parada enquanto seu filho faz o que quer? E o senhor ainda chega me xingando, agora, deixa eu adivinhar, vai passar a mão na cabeça do seu protegido?—Falo isso com um pouco mais de petulância do que eu queria e com a ironia pingando na minha boca. Mas ele me irritou, odeio que me xinguem assim do nada, ainda mais pelo Pietro que faz as coisas só para provocar. Entretanto, meu pai não gosta nem um pouco do meu tom e logo agarra minha orelha e me dá uma forte palmada.

   —Você acha que está falando com quem? Minha paciência tem limites, Natasha. E falando desse jeito você só está piorando sua situação. Vá pro seu quarto, depois conversamos, preciso me acalmar um pouco.— Dito isso, ele solta minha orelha e eu saio correndo. Nem tentei discutir, porque, do jeito que está, é possível que me dê mais um tapa, então prefiro não arriscar.

   Chego no meu quarto e ligo a TV, não estou a fim de ficar contando os minutos para meu pai chegar, prefiro ver séries que me distraem. Depois de quase 1 hora, ouço leves batidas na minha porta e vejo meu pai entrar, com um semblante bem mais calmo do que antes. Melhor assim.

   —Nat, desligue a televisão, por favor.— Faço o que ele manda e espero ele pegar uma cadeira e se sentar na minha frente. —Filha, conta para mim o que aconteceu.

   —Papai, não aconteceu nada demais, apenas Pietro fazendo o que faz de melhor: me irritar. E eu acabei batendo nele.— Digo um pouco emburrada. Confesso que tenho um pouco de ciúmes do meu pai, até porque Pietro e Wanda foram adotados depois de mim e de Thor. Sim, somos adotados. Meu pai vivia sozinho e acabou encontrando a gente no meio de uma missão e nos levou para casa com ele. Levou um tempo para eu acostumar com a ideia de ter um irmão e um pai, principalmente, pelo fato de ter inúmeras regras e punições. Mas, com um tempo, me acostumei e acabei gostando.

   Steve fez muitos esforços pela gente, largou tudo que tinha e foi cursar medicina para cuidar de nós. Ele, no começo, não sabia muito bem como cuidar de dois adolescentes, mas deu um jeito e, independente de tudo, sempre nos deu amor, carinho e proteção. Depois de dois anos, ele recebeu Pietro e Wanda no hospital, com muitos ferimentos e os adotou, afinal, eram órfãos e precisavam de um lar. Isso tudo foi muito bom para mim e para Thor. Eu acabei me identificando mais com Wanda, porque eu era a única mulher na casa e me sentia um pouco sozinha, mesmo que Thor vivesse no meu pé. Eu também amo Pietro, apesar de tudo, o problema é que, por ser o caçula, ele é bastante mimado, mas tem um coração enorme e sempre me ajuda quando preciso.

   Enfim, voltando ao atual momento. Steve me olha com um misto de compressão, afinal, ele pode até fingir que não, mas sabe como o caçula é, e raiva, porque ele detesta brigas entre irmãos, eu e Thor sabemos bem disso, até porque já levamos diversas palmadas ou até surras mesmo por esse motivo.

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