de todas as noites para nossas vidas.

Aquele primeiro encontro.

O barulho dos saltos ressoava pelo local enquanto os olhos cor-de-mel da moça encarava com atenção a ponta de sua bota preta, descendo e passando por todos os andares do luxuoso prédio. O mármore prendia a atenção dela, acalmando os batimentos acelerados. Ela não conseguia acreditar que estava indo em um encontro com o famoso Park Jimin, piloto e um dos únicos sobreviventes de uma missão espacial em Júpiter. Um renomado piloto que salvou 467 pessoas, 35 sendo membros de duas tripulações diferentes. 432 humanos que estavam tentando povoar o enorme planeta.

Ele estava em todos os jornais há meses atrás, sendo admirado pela sua coragem, humildade, empatia e habilidade. A guerra entre humanos na Terra, Marte e Júpiter duraram anos, afinal. Houve muitas mortes e Jimin estava presente em todos os enterros. A guerra não está completamente finalizada, mas há acordos sendo feitos e esperança dominando todos os humanos de todos os planetas envolvidos na guerra.

Sinceramente? Ela não sabia quando a guerra começou ou como conseguiu marcar um encontro com Park Jimin. Isso a surpreendeu e a ficha ainda não caiu. Mas ela vai encarar isso, ela vai conhecer ele e... Bom, seja o que Deus quiser.

O restaurante que combinaram não estava longe de seu apartamento e isso a aliviou. A tecnologia de hoje em dia a faria chegar lá em 3 minutos, mas ela ainda preferiu ir andando, mesmo que os saltos machucasse seus pés. Ela admirava as coisas mínimas da vida, como caminhar, ler um livro, escrever em um caderno, descer e subir escadas... A tecnologia domina vários planetas e viver de "forma humana" invés de robótica é uma prática de lazer comum para preserver a saúde mental e física.

Eram somente 20 minutos andando e a dor em seus pés a fazia se sentir viva e livre, de certa forma.

E o céu estava lindo nesta noite. Valia a pena sofrer a dor para poder observar-lo.

Ao chegar ao restaurante, ela soube que Park Jimin já estava a esperando. É claro que um homem como ele seria pontual, mas isso ainda a surpreendeu. Ela chegou 15 minutos antes do horário marcado e Park Jimin estava sentado como se estivesse esperando há 2 horas!

De repente, o pensamento a deixou tímida. Não era comum um homem se dedicar tanto para se encontrar com ela e tal conclusão a intimidou.

"O que faria a seguir? Como iria cumprimentá-lo? Sobre o que falariam? O que comeria? Ele pagaria por sua refeição? Ele a levaria para casa? Ele tentaria a beijar? Por que ele é tão intimidador? Oh! Ele está usando saltos?!"

Os pensamentos dominavam sua mente enquanto seu corpo permanecia congelado na entrada do local.

"Por que parece haver um holofote nele? Ele está... brilhando!? Como um homem pode parecer tão elegante? Como ELE estava praticamente vivendo no espaço conduzindo naves de guerra ao invés de sendo um modelo ou ator famoso internacionalmente?"

Ela não tinha as respostas e, sinceramente, ela não queria ter. Se tudo fosse diferente talvez ela não estivesse ali tendo um encontro com ele. Tendo os olhos dele acariciando sua silhueta.

...

Espera.

"Oh, meu Deus! Ele está olhando! O que acontece agora? Sair e voltar para casa não é uma opção! O que vou dizer?!"

— Hum, senhorita? Por favor, posso guardar seu casaco? — O surto mental dela foi interrompido pela funcionária que sorria gentilmente e, enquanto ela entregava seu casaco para a trabalhadora, ouviu Park Jimin levantar de onde estava sentado e esperar pacientemente que ela se aproximasse.

— Ahm, Park Jimin, certo? — Perguntou tentando parecer a confiante mulher que sempre parecia ser, respirando profundamente enquanto observava o sorriso satisfeito enfeitar o lindo rosto de Jimin.