Capítulo 8

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Acordei e deixei que meus olhos se acostumasse com o breu do quarto, tinha apenas uma fresta de luz que refletia no chão. Me espreguicei e bocejei, admito que foi uma das noites mais bem dormidas que eu tive em semanas. Me levantei e fui para o banheiro, fiz outro coque no cabelo e lavei com rosto, fiquei um tempo encarando meu reflexo no espelho e eu estava com algumas olheiras e meu rosto ainda dava um aspecto de cansaço. 

Antes que eu pudesse ao menos me mexer, eu ouço algumas risadinhas baixas, estranhei, pois achava que estava sozinha. Saí do banheiro e fui direto pra cozinha de onde estava vindo o som, assim que cheguei lá Miguel estava em pé em uma cadeira ao lado de David todo sujo de farinha de trigo.

-OLHA MAMÃE VAMO FAZER PANQUECA - Miguel grita animado, eu arregalo os olhos e sinto minha pressão caindo aos pouquinhos.

-Filho, mas... - David me puxa pela braço me segurando firme em um abraço.

-Sua mãe deixou ele aqui hoje de manhã, ela disse que ele já está bem, o médico receitou alguns remédios pra ele, e disse que ele deve comer pra repor os nutrientes do corpo dele - ele diz e eu ainda fico meio pasma.

Saio de seus braços e pego Miguel no colo o abraçando e beijando sua bochecha cheia de massa de panqueca.

-Meu neném, eu te amo muito - digo e ele sorri e segura meu rosto com as mãozinhas e me da um selinho.

-Eu te amo mamãe - ele diz e me abraça.

-Também quero um abraço poxa - David diz e faz bico, Miguel ri e levanta um de seus braços o convidando pra entrar no abraço.

David nos abraça, nos tirando do chão e fazendo Miguel gargalhar alto. Ajudei eles com o resto do café, e depois deixei Miguel vendo desenho na sala vendo desenho. Eu estava aliviada, parece que tiraram um elefante de cima de mim, ver meu filho bem e rindo novamente é a melhor coisa que existe, não tem como explicar o que estou sentindo.

-Oiii, ta me ouvindo? - Olho para David e ele esta estralando os dedos na minha cara.

-Desculpa estava pensado em umas coisas, o que você estava dizendo? - digo.

-Vamos no shopping pra comprarmos a roupas de vocês para hoje a noite - ele diz e eu o encaro.

-Como assim? O que tem hoje? - pergunto sem entender.

-Meu Deus, você não lembra? - ele pergunta com uma cara divertida.

-Do que? - pergunto mais uma vez ainda sem entender.

-Você disse que iria naquele evento comigo hoje a noite - ele diz e eu franzo a testa.

-Disse? - pergunto.

-Meu Deus.

-AAA DESCULPA SE EU TENHO A MENTE FRACA - digo e ele ri.

-Então ta bom senhora mente fraca, se arruma que eu passo aqui em 20 minutos, vou lá em casa tomar um banho e volto - ele diz e beija minha testa.

-Está bem - digo.

Lavei a louça e fui dar banho em Miguel, assim que terminei de arrumar ele fui tomar o meu banho. Vesti uma saia longa preta com flores brancas e uma fenda do lado, coloquei um cropped branco tomara que caia e calcei um all star branco. Fiz um rabo de cavalo com uns fios soltos do lado, passei rímel e um gloss. A campainha tocou, e eu "corri" até a porta.

-Vamos? - David diz e sorri me olhando por inteiro - Você está linda.

-Obrigada. Vou só pegar minha bolsa, espera um minuto - digo e vou até o quarto.

Passo perfume e pego minha bolsa, confiro se estava tudo lá e pego um óculos escuro. Tranco o apartamento e fomos por elevador, me agacho para ajeitar o cabelo de Miguel e passo a mão em sua blusa pra tirar algumas dobras.

-Ele está ótimo - David diz e eu o olho.

-Sim, mas só estou ajeitando nada de mais - digo e me levanto.

-Desnecessário - ele diz e entramos no elevador que havia chegado.

-Não interessa - digo e ele ri.

-Ta estressadinha é? - ele diz puxando minha cintura e beijando minha bochecha.

-Ta carente? - digo com cara de deboche.

-Engraçadinha.

Saímos no elevador e fomos até o carro dele, e eu lembrei que ele estava sem cadeirinha.

-Ele está sem cadeirinha, ela ficou na casa da Isis - digo.

-Eu tenho uma aqui atrás - ele diz abrindo o porta-malas.

-Porque você tem uma cadeirinha? - pergunto franzindo a testa.

-Eu emprestei o carro pra um amigo há um tempo, ele saiu com o filho dele e esqueceu a cadeirinha ai. Ai eu deixo ela aqui, pra devolver quando ele voltar da Argentina - ele diz e fecha o porta-malas com a cadeirinha na mão.

-Entendi.

Eu o ajudo a encaixar a cadeirinha lá e coloco Miguel nela. 

🌼

-Essa loja é caríssima - digo olhando os preços das roupas.

-Para de olhar os preços, não tem que se preocupar com isso - David diz.

-Posso ajudar? - diz uma moça muito elegante num vestido tubinho preto e um salto bem alto.

-Nós queremos um vestido pra um evento "formal" - David diz.

-Seria para você? - a moça pergunta me olhando com um olhar simpático.

-Sim - digo - Nada muito chamativo por favor - ela sorri pra mim e pega na minha mão.

-Venha, eu tenho algumas opções perfeitas pra você - ela diz - Os dois rapazes podem sentar ali e esperar.

David, que estava com Miguel no colo, se dirige até um sofá que parecia bem confortável que tinha de frente aos provadores. A moça me levou até o provador e que era uma espécie de sala com vários provadores, um espelho de teto enorme, e dois grandes espelhos no fundo e um banquette redondo enorme branco de camurça, e no chão tinha um carpete com pelinhos.

-Eu vou buscar os vestidos e uns saltos também, já volto - ela diz e sai.

Em menos de 5 min ela volta segurando vários vestidos e com outra moça com umas 6 caixas de sapatos. Ela colocou eles encima do banquette e me entregou um vestido azul escuro lindo de alça com um renda preta transparente na barra. Eu entrei em um dos provadores e vesti o vestido, ele era realmente lindo, eu sai elas abriram um grande sorriso e  me analisaram.

-Ficou incrível - a outra diz.

-Sim - a moça que me atendeu inicialmente concorda.

Eu provei mais uns 10 vestidos eu acho, e foi bem difícil escolher, mas eu acabei optando por um vestido tubinho de seda laranja que ia até abaixo do meu joelho, e um salto prateado todo aberto com umas pedrinhas na frente.

Depois que saímos de lá, fomos olhar a roupa pra Miguel. Pra ele eu comprei um calça social azul escura, com uma blusa social branca, um suspensório e uma gravata borboleta na cor da calça. David aproveitou e comprou um terno pra ele. De lá nós fomo pra praça de alimentação e depois fomos para casa.

Mãe SolteiraOnde histórias criam vida. Descubra agora