P.O.V Carol
Não importa o tempo, os fantasmas do passado sempre aparecem, não adianta correr eles me cercaram para sempre. Hoje eles apareceram e foi como um soco no estomago. Ser tratada com algum tipo de sentimento de posse por Pedro e Dayane me destroiu, me fez lembrar de antes, e me fez ver que aquele desgraçado filho da puta nunca deixará a minha mente, não importa o que eu faça ou onde estou.
Me sinto um grande lixo sempre que lembro de tudo, e me sinto pior ainda quando me colocam em situações que me fazem lembrar do passado, a verdade é que ele fodeu a minha mente, e ninguém, nunca, poderá apagar isso.
-Amiga calma, vai ficar tudo bem. - Assim que sai do quarto vim correndo para os braços da minha amiga, eu chorava no colo da Elana. Eu tinha fracassado, mais uma vez. Eu nunca voltaria a ser a Carol de antes. Day e Pedro batiam na porta e imploravam para entrar no quarto, mas eu não podia, e não iria deixar ninguém além de Elana e Thay entrarem aqui e presenciarem mais um dos meus fracassos. Eu fui a culpada de tudo. - Thay vai lá fora e dá um jeito de tirar o Pedro e a Day daqui. - eu chorava cada vez mais, uma dor interna se formando dentro de mim, mais uma vez.
-Me leva pra casa nana, por favor - Implorei aos prantos, eu estava tremula, meu ar faltava, e algo dentro de mim falava que eu era a única culpada de tudo isso.
-Vem amiga, eu não vou deixa...- não consegia ouvir mais nada, estava completamente desesperada. Elana me pegou no colo e me colocou dentro do carro me levando embora dali.
Acordei já na minha cama, olhei pela janela e vi que já era dia, minha mãe estava sentada na poltrona ao meu lado e me olhava com a expressão que eu conhecia bem e odiava, pena.
-Como você está? - Perguntou acariciando meu rosto. - Isso já não acontecia há um bom tempo, achei que não voltaria a acontecer. - Ela tem razão, isso não acontecia há algum tempo, na verdade, isso aconteceu nos primeiros meses após a minha vida virar uma grande merda, era horrível, está sendo horrível.
-Desculpa, não queria te deixar preocupada.
-Você não me deve desculpas meu amor.
-Talvez eu seja mesmo a culpada de tudo isso, é isso que todos dizem né? Talvez eu seja mesmo esse monstro. - As minhas lágrimas rolavam pelo rosto, eu me sentia um lixo, nada disso aqui tinha mais sentido pra mim.
As minhas esperanças de esquecer tudo que aconteceu e ser uma pessoa feliz de novo morria a cada segundo.
-Nunca mais repita isso Carol, eles não sabem o que dizem. - Ela enxugava minhas lágrimas que ainda insistiam em cair. - Eu só quero que saiba que independente de tudo eu sou sua mãe, e que eu estarei aqui sempre meu amor, mesmo quando o mundo parecer desabar lá fora, eu estarei aqui, por você. - Agora ela também chorava, a culpa era toda minha, como todos falavam. - Vou te apoiar, te amar, te fazer carinho e até te dar uns esporros se for preciso - Riu.- Porque eu te amo filha, e nada que os outros digam vão mudar isso, eu estarei aqui, sempre. - Nos abarçamos, as duas chorando, como sempre fazíamos quando o mundo desabava lá fora, era sempre assim quando tudo desmoronava, choravamos, nos abraçávamos e ela dizia que tudo ficaria bem.
-Obrigado mãe. - Falei quando nos soltamos do abraço. - Por tudo.
-Eu te amo meu neném. - falou deixando um beijo na minha testa. - Pedro veio aqui mais cedo, queria falar com você, mas eu pedi para ele voltar outra hora já que você estava dormindo. Você sabe que eu sempre apoiei muito vocês dois né? - Assenti lembrando que ela sempre falou que formávamos um casal lindo.
Ouvimos duas batidas na porta, nos viramos para olhar quem era, e vimos Mário encostado na porta, com a cara de preocupado, é fofo e engraçado a forma que ele se preocupa comigo e com a minha mãe.
-Tudo bem Carol? - Apenas assenti e ele suspirou aliviado. - Tem uma moça lá embaixo querendo falar com você, Day o nome dela, posso deixar subir?
-Pode. - Uma hora ou outra eu teria que falar com ela, Day iria querer entender o que aconteceu, então que seja o mais cedo possível. Mário e a minha mãe saíram do quarto, me deixando sozinha, mas logo ouvi alguém batendo na porta.
-Entra. - Day entrou, linda como sempre, seus cabelos estvam soltos, com um moletom branco e uma calça preta. - Estraguei o final de semana de vocês né?
-Você sabe que não ruiva. - Riu. - Você está bem? - Assenti. - Eu não entendi muito o que aconteceu, você me deixou preocupada.
-Eu só não gosto quando me tratam com possessividade. - Em partes não era bem uma mentira.
-Desculpa, eu nem sei o que deu em mim.
-Tudo bem, já passou.
-Eu só achei que depois do nosso beijo a gente iria...- Interrompi.
-Foi um desafio Dayane. Não passou disso. - Falei, não iria deixar ela cria nenhuma expectativa do que não iria acontecer nunca.
-Claro, não passou disso. - Era perceptível o tom triste na voz dela. - Acho que já vou indo Carol, até amanhã. - Falou e saiu.