Capítulo 8

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pov Steve
-Steve, estão te esperando na sala de emergência para examinar os pacientes e encaminha-los para a cirurgia.- Ouço uma das enfermeiras me falar e assinto rapidamente com a cabeça. Quando chego a emergência, confesso que me assusto. Pelo que entendi, uma família colidiu com um caminhão, o motorista do caminhão está sendo operado e as pessoas do carro estão aqui. Eles estão muito feridos. Respiro fundo e vou fazer meu trabalho.

-Jade.- Chamo a médica responsável pelo setor de neurologia.- O pai precisa ir para a cirurgia imediatamente, já fiz a tomografia e os resultados estão ali para você analisar, vou me higienizar e te espero no bloco cirúrgico, ok?- Digo apressado, porque não temos muito tempo. Poucos minutos depois, Jade entra na sala e decidimos um plano de ação. O resto da família está estável e, por enquanto, não vão precisar de cirurgia.

-Steve, precisamos ser mais rápidos, se não, vamos perder ele.- Ela diz apreensiva. Temo que, mesmo com muitos esforços, não dê para salvá-lo. Mas continuamos nos empenhando e dando nosso melhor. Passam-se 30 minutos, até eu ouvir sua voz novamente.

-Steve, cheque as pupilas...- Ela diz e eu obedeço. Sem reação. Analisamos os demais reflexos, fazemos mais exames. Infelizmente, não foi o suficiente. Saímos da sala de cirurgia e vamos buscar notícias da família. A esposa dele é a que está em melhor estado e a única apta a conversar.

-Senhora...- Chamo. Ela me olha atentamente.

-Sim? Meu marido entrou para cirurgia, tem notícias dele?- Ela pergunta esperançosa e meu coração aperta. Como eu dou essa notícia? Uma família inteira vai perder algo hoje.

-Meu nome é Steve e essa é Jade, nós fizemos a cirurgia do seu esposo. Os ferimentos eram muito graves, fizemos tudo que estava ao nosso acalce para salvá-lo, mas, infelizmente, ele não resistiu. Eu sinto muito.- O rosto dela muda naquele momento. A perda. O luto. A angústia.

-Como assim? Não é possível... Mas... Isso não pode estar acontecendo...- Ela diz enquanto chora e o que nos resta fazer é dar palavras de apoio e a encaminhar para o psicólogo do hospital, porque ele que trata dessas questões e pode abordar sobre doação de órgãos. Ficamos mais alguns minutos com ela e, depois, examinamos outros pacientes e recebemos outros casos. E assim corre nosso plantão. Eu só consigo pensar nas quatro pessoas mais importantes da minha vida. Eu só quero abraçá-los. Assim que o dia amanhanhece, eu arrumo meus pertences pessoais, faço a higiene matinal e vou em direção a minha casa. Chego e a casa está silenciosa, sinal de que as crianças estão dormindo. Aproveito para preparar o café da manhã deles, nesse meio tempo vejo que meu amigo acordou.

-Roggers.- Ele dá um aceno com a cabeça e eu retribuo.

-Como foi por aqui? Eles se comportaram?- Pergunto curioso, Bucky sempre os acoberta.

-Foi tranquilo, jogamos basquete, vimos filmes. Nenhum problema.- Ele diz calmo e eu rio.

-Vou fingir que acredito.- Ele ri um pouco.

-É sério cara, não rolou nada demais por aqui. Pode ficar tranquilo.

-Tudo bem. Você pode terminar de fritar as panquecas? Tenho que acordá-los.- Ele assente e eu explico rapidamente a forma de fazer. Depois disso, subo para o quarto da minha filha mais nova. Ela dorme tranquilamente e me dá até dó de acordar.

-Bom dia amor.- Digo dando beijos no rosto dela. Ela abre os olhinhos de modo cansado e, quando vê que sou eu, ela levanta e me dá um abraço apertado.

-Bom dia, papai.- Sorrio e mando ela se arrumar para o colégio e descer para tomar café. O segundo quarto é o de Pietro. Faço mesmo ritual com ele, Thor e Nat. Claro que Pietro fez manha para acordar, mas agora estão todos na mesa tomando café.

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