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Diário do Damon

July, 25th, 2014 aka O dia.

Tinha parado para observar Stiles dormir calmamente no travesseiro do outro lado da cama, o Sol ainda não tinha nascido e tudo o que eu queria era que demorasse mais alguns anos para que ele o fizesse, assim conseguiria manter a visão do meu castanho dormindo calmo por mais tempo. Mas logo ele iria acordar. Rapidamente olhei para o relógio vendo que ainda eram 4h da manhã, não tinha a necessidade de dormir e Sti sabia disso mas não me impedia de deitar ao seu lado na cama e ouvir ele divagar sobre tudo e todas as coisas que passavam naquela mente rápida dele - Insira aqui todos os palavrões existentes - Eu amo ele. E não é só amor, é paixão, amor, desejo tudo junto e misturado.

Fiz o pré-café da manhã do meu garoto, como o de costume. Outra coisa que gostava com Stiles, a rotina. Pareciamos estar noivos ou pelo menos sermos namorados. Esperaria até os primeiros raios de Sol para preparar tudo, andei até a sala vendo Stefan sentado de frente para a lareira com o meu pedido em mãos. Devo ter sorrido porque Stefan logo se levantou me dando a deixa para sentar na outra poltrona.

Tem certeza? - Ele perguntou.
Mas é claro. - Respondi. - Nunca tive tanta certeza na vida.

Devia ter escutado aquela vozinha que apareceu no momento em que Stefan colocou a caixinha com o anel favorito de mamãe em minhas mãos. Ela dizia: Não se precipite. Mas a outra voz gritou: Ele te ama, na mesma intensidade.

Todos os sentimentos misturados. O simples pensamento de que um dia ele irá morrer me faz querer transformar ele sem nem pensar duas vezes mas sei que nunca faria isso sem o consentimento dele e também sei que ele ama ser humano. O humano sarcástico e imortal do Pack McCall-Hale. Ele, Mieczyslaw "Stiles" Stilinski. Meu golden eyes.

Fiquei olhando para o anel pelo que devem ter sido horas porque ouvi os pássaros cantando, corri para a cozinha para terminar de preparar o café de Sti. Os preferidos dele estavam postos na bandeja. Panquecas com calda de chocolate, suco de laranja, uma maçã e a caixa do anel ali de penetra. Era uma ideia linda, pedir ele em namoro.

Sabe, conhecer ele foi um dos planos inefáveis de Deus, se é que ele existe, estávamos fadados à nos conhecer e nos apaixonar.

Quando o encontrei sentado na cama, passando as mãos pelo rosto no intuito de acordar, me vi disposto a me entregar no meio desse mundo de pessoas desinteressadas e com medo de se apaixonar, como eu também já havia sido. Stiles é com quem os dias podem ser chamamos de dias bons só por estar com ele, são bons demais para serem descritos e mesmo assim são narrados por suspiros e sorrisos. Ele seria o meu parceiro de crime para esse crime que é estar vivo, no meu caso morto. Planejaríamos mais viagens do que dias disponíveis. Conseguiria finalmente matar as borboletas na barriga (e descobriria depois que elas nunca morrem). Eu faria poesias para ele, sem ser poeta. Ele roubaria minhas blusas e casacos.

Moraríamos na vida um do outro.*

Íamos. Repetição necessária para entender que isso não vai acontecer.

Não terá viagens ou blusas roubadas, nem poesias, só existirá um coração partido demais. Ele foi embora e deixou um bilhete.

Só levou meu coração, suas roupas e livros, entre eles o meu favorito - O oleandro branco - cujo o exemplar que lia, por acaso era dele. Ele tinha trago quase todos os seus livros e peças de roupas para cá. Alguns livros ainda estava na mesa, algumas meias sem pares espalhadas pelo guarda-roupa e os cabides jogados pela cama. Nada fora tocado desde que entrei no quarto. Tudo deixado do jeito que estava.

Roupas. Livros. Ele. Desapareceram.

Apenas escrevendo essas páginas e lembrando de tudo o que passamos juntos, esperava mais que um simples bilhete amarelo de despedida com 5 curtas linhas. Esperava uma despedida dramática em que pudesse o pedir em casamento e receber um "não" seguido de um "espere até eu me formar, aí nos casamos, ligeirinho." ou somente um "Até algum dia, Lestat.". Mas no fim só recebi um bilhete ridículo que diz:

"Eu te amarei, aqui e para sempre. Mas eu quebro tudo o que toco e não quero quebrar você.
Espero que entenda,
seu Stiles."

Mal ele sabia que eu já estou quebrado e que ele estava me consertando. Mas no fim ele tinha feito como todos, tinha sumido. Sem deixar um número de celular, endereço ou qualquer rastro para que eu seguisse.

Ele foi o último que eu deixei entrar no meu coração.

Não vou desligar minha humanidade se é isso que você, caro leitor espera depois de ler tanto sobre mim. Não. Desligar seria a pior opção, quando eu voltasse sentiria toda a dor multiplicada por mil. E não quero sentir aquilo nunca mais.  Citando o livro adolescente: "Este é o ruim da dor. Ela tem que ser sentida". Não quero me lembrar de Stiles, mas no fundo sei que mesmo que me engane por décadas e séculos até que nenhum humano lembre da existência de Stiles Stilinski, eu nunca irei parar de amá-lo.


Ele era e ainda é, o meu amor épico.

° ° °

Mais um capítulo, só porque eu sou um anjo e também porque meus dedos estavam coçando para postar esse capítulo. Sinceramente, caiu uma lágrima quando eu vi o edit e depois li o capítulo.

Os (*) são pra indicar os pedaços de texto que não me pertecem e só foram adaptados para encaixar no contexto da fic, foram retirados do "o livro dos ressignificados". São todos obras do incrível: João Doederlein @akapoeta.

Uma amiga minha me indicou o livro dele e agora eu estou com a obra dele completa na estante. Vocês já viram o trabalho dele? Eu achei tão lindo.

não esqueçam, qualquer erro ortográfico ou de continuidade, me avisem please.

edit de hoje, por: Black Aster

até mais pessoas!

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⏰ Última atualização: Nov 06, 2023 ⏰

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