Capítulo Dois

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Existem pessoas que acreditam na teoria da predestinação. Talvez pelo fato de se considerarem mais valiosos do que outros, mas também existem aqueles que correlacionam o assunto com as famosas maldições hereditárias. De fato algo que é totalmente o oposto do que os próprios pregam, pois como poderia Deus condenar alguém que já tem o seu destino traçado? Logo ele que tem especialização na verdadeira justiça e no mais puro amor.

Poderia-se dizer que há uma ponte entre a predestinação e o livre arbítrio, porém com tantos anos de ambição humana essa possibilidade foi enterrada pela medíocre e limitável filosofia humana. Tal incompreensão tornara os homens julgadores do seu próximo, ou seja, se tornaram na razão de condenarem as almas julgadas por eles mesmos como corrompidas. Assim foi denominado Kim Taehyung, um lobo entre as puras ovelhas.

Por mais que nunca tenha entrado em contato com a divindade, o garoto se viu desesperançoso quanto ao próprio futuro por não se sentir digno de qualquer perdão. Palavras foram ditas e perfuraram a sua mente inocente, as quais eram carregadas de nojo e o preencheu com angústia de si mesmo.

- Por que está chorando? - Seu pai lhe perguntou quando menino.

- Vou para o inferno, papai? - Ele perguntou tirando o rosto cheio de lágrimas da mão que o cobria. - Sou um vilão como nos filmes.

- Não acredito que vá para o inferno, Tae. - Seu pai sentou ao seu lado na cama. - Você parece muito com a sua mãe e ela não era uma vilã, era?

- Não. - Tae respondeu lembrando da gentileza de sua mãe que deixara saudade.

- Eu sou o vilão, filho. Tenho certeza que jamais será como eu.

- Como tem tanta certeza, papai?

- Porque tudo o que faz de mal é porque eu te obrigo. - Seu pai passou a mão em seu cabelo o acariciando e puxando os últimos fios os analisando. - Está na hora de cortar o cabelo.

*

- De fato um barraco. - Jungkook falou depois de segundos analisando os cômodos da casa de Taehyung o fazendo rir. - Você não tem medo do teto cair na sua cabeça a qualquer momento? Já imaginei isso três vezes e não estou aqui nem há cinco minutos.

- Não seja tão dramático, Jungkook. - Sophia passou por eles visitando os outros cômodos. - É uma boa casa para quem mora sozinho. - Ela parou na sala novamente. - É simples e os cômodos são bem divididos.

- Eu só acho que meus pais te aceitariam lá em casa numa boa. Eles só iriam te tornar mais um faxineiro da casa, mas você teria uma melhor condição de vida. - Jungkook explicou olhando com preconceito os móveis velhos.

- Kook, não seja assim. A casa ficou abandonada por um bom tempo, algumas reformas aqui e ali a deixaram no ponto. - Tae relevou.

- Também acho. Sem contar que Taehyung se tornou independente com a própria casa, isso é de grande valor. - Tae sorriu orgulhoso e Jungkook revirou os olhos.

- Okay. - Kook se deu como vencido.

- Agora está na hora de darmos um banho nessa coisa fofa. - Sophia se abaixou para massagear as orelhas de Bruce que fechou os olhos aproveitando o carinho. - Seu pai não cuida de você, né? - Ela falou com uma voz manhosa que fez Jungkook engasgar.

- Céus, Sophia. Por que não fala com ele com a sua voz normal?

- Jungkook, por que você não para de criticar tudo? - Vociferou e Jungkook engoliu em seco. Taehyung por um momento achou que estava entre um DR e preferiu não opinar sobre a questão. - Obrigada. - Agradeceu por Kook ter ficado em silêncio.

Blood Color | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora