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║Convivência║

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║Convivência║

"Chenle!"

"O que?!" 

"Para!"

"Eu não tô encostando em você!" - se defendeu na maior cara de pau, com um dedo a milímetros de tocar a bochecha do mais novo.

"Mas para!"

"Mas eu não tô encostando!"

"Então para de não me encostar!"

"Tá bom"

No mesmo instante, o garoto pôs o dedo no amigo. Uma pena que Jisung decidiu virar na mesma hora, fazendo que seu nariz fosse atingido, ao invés da bochecha.

"Ah!!" - reclamou, levantando as mãos e passando a abrir e fechar os dedos, como se quisesse esmagar a cabeça de do chinês.

Mas a verdade é nunca poderia fazê-lo. Muito menos com o garoto rindo de um jeito tão bonito.

Desistiu, levantando do sofá.

"Onde você vaaai?" - o dono da casa questionou, sem se dar o trabalho de pausar o filme que passava na tela. Estava chato mesmo.

"Vou comer e vou ficar longe de você!"

Dando aquele sorrisinho sapeca, o Zhong seguiu a voz do maior até a cozinha.

"Vai comer o que? Você só sabe fazer miojo"

O Park o olhou com tédio e lhe deu a língua.

"Eu fico feliz com biscoitos" - decidiu, pegando um dos potes de vidro bonitos da senhora Zhong.

"Não vai deixar cair no chão!"

A fala do amigo fez o coreano parar no lugar, apertando o pote contra o peito, assustado. Não queria fazer isso. Não podia. Tinha uma relação boa demais com a mãe de Chenle para arriscar assim.

Queria ser bem-vindo ali para sempre.

Colocou então o pote de volta em um ligar seguro, dizendo para o mesmo ficar quietinho ali. Chenle assistiu a cena em divertimento, rindo levemente de como o mais novo era bobo. Sentou-se na bancada despreocupadamente, ele mesmo pegando um biscoito.

"Lembra quando a gente quebrou a janela da sua casa?" - perguntou, relembrando um dos muitos dias que jurou ver a alma de Jisung sair do corpo de tanta preocupação.

O coreano estreitou os olhos, como que querendo parecer ameaçador para o chinês. Querendo, veja bem, porque sendo Chenle, nunca conseguiria algo assim de verdade.

"Não foi a gente! Foi você! E você ainda fugiu depois"

"Eu era criança, tá?" - fez descaso da agitação do Park.

"E eu era um ano mais novo que você!!"

O chinês terminou de mastigar, levantando um dedo como se pedisse para o outro esperar seu argumento. O disse, então, com toda a certeza do mundo.

"Mas você sempre foi maior. Tem que me defender"

Assim que as palavras saíram de sua boca, seu coração acelerou.

De repente, Chenle percebeu que via um significado muito mais profundo ali do que simplesmente uma travessura de crianças. Estava falando sobre outra coisa.

Era como se seu lobo sentisse sua ansiedade, porque em meio segundo já estava se sentindo inquieto.

Mas não durou mais que isso, porque o amigo lhe cortou os pensamentos, com uma expressão confusa que seria muito bonitinha, se não fosse o fato de o chinês esperar uma amorosa no lugar. Ou até de desprezo. Esperava qualquer coisa, menos o que foi dito a seguir.

"Eu hein, desde quando você quer ser protegido? Não, isso não combina com você. E não foi o que a gente prometeu também!"

Com o peito doendo, o chinês engoliu em seco.

"O que foi que a gente prometeu?"

O Park piscou algumas vezes, surpreso com a pergunta.

"Ué..." - o garoto sorriu, como se fosse óbvio. - "Que a gente sempre ia se defender. Juntos!"

Aquilo fez um rebuliço na mente e corpo do chinês.

Conviver com Park Jisung era uma caixinha de surpresas. Por mais que sempre achasse já conhecê-lo por completo, o garoto ainda conseguia lhe pegar desprevenido algumas vezes. Fosse com palavras, gestos ou sorrisos.

E Chenle gostava disso.

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