Meu Beta

║9║

║Casal║

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"Chenle?"

O chinês sorriu ao abrir a porta, logo rindo alto pelo fato de Jisung estar de terno ali, em plena tarde, na frente da sua casa - com crianças passando de bicicleta bem na frente e apontando para o Park.

"Você se arrumou!" - observou, enquanto olhava o mais novo e concluía que, apesar da atenção lhe deixar encabulado, Jisung não estava tentando se esconder. Ao invés disso, o garoto lhe ofereceu uma expressão que, pelos anos de amizade, entendeu como um "cala a boca" mudo.

"Você mandou!! E você também tá arrumado!" - apontou para o terno quase idêntico que o Zhong trajava, deixando-o com o aspecto de príncipe - príncipe este que o chinês já era, aos seus olhos e de acordo com a cabeça do próprio Zhong.

"Nha" - Chenle deu de ombros, logo saindo de casa e fechando a porta atrás de si. 

Mesmo sendo ideia sua ter um "encontro" para oficializar o fato de que eram companheiros e tentar se comportar como um casal "normal", o chinês nunca gostou muito de "normal". Sendo assim, apesar Jaemin e Haechan terem se mostrado mais que solícitos em lhe ajudar a planejar, tinha decidido que faria algumas coisas de seu jeito.

Por exemplo, os amigos disseram que um jantar seria ótimo, mas dessa forma não poderiam aproveitar os doces de seu restaurante preferido, que só eram servidos no horário do café da tarde. E se tinha algo que ele tinha passado a adorar, era doces.

Foi esse seu argumento e motivo - os motivos, na verdade, no plural, pois insistia em dizer que os salgados do menu também eram os favoritos de seu par - que estava reclamando de calor dentro da roupa quente no caminho que faziam a pé.

E, na verdade, enquanto Jisung se preocupava a cada dois segundos achando que o mais velho iria cair por andar na beira do meio-fio, Chenle se viu mais uma vez numa bolha só deles. E estava ali outra coisa que os amigos diziam, mas que preferia ignorar: o fato de sempre ficar num mundinho particular quando estava com o Park.

Chegaram ao local e se viram discutindo sobre tudo, conversando sobre as pequenas coisas ao invés de simplesmente escolher algo do cardápio. E ali, novamente, estava toda a mágica. O jeito que Jisung teimava consigo sobre abacate ser ou não uma fruta, e o rostinho simplesmente adorável de quando mostrou o resultado da pesquisa no celular, mostrando-se certo. 

Algo na total entrega, nos gestos singelos e nos sorrisos fáceis o cativava. Ou talvez fosse a timidez que surgia nos momentos mais engraçados, as bochechas que se inflavam de modo a deixá-lo fofo quando estava bravo. Ainda não tinha escolhido, mas definitivamente havia uma série de motivos para estar contente por estar ali. Com ele.

"Então..." - O Park começou após um curto silêncio após ambos finalizarem a comida - "É assim que vão ser nossos encontros?"

"Por que? Não gostou?" - o chinês respondeu em tom de provocação, recostando-se levemente na cadeira.

Pensou que Jisung já iria suspirar e o repreender pelo jeito brincalhão, mas o que viu foi o maior se debruçar para frente. Daquele jeito, de perto, o garoto parecia ainda mais impressionante. A camisa desceu levemente pelos pulsos quando as mãos se uniram e os cotovelos foram postos na mesa. As mãos que sempre implicou que eram grandes lhe pareciam masculinas e bonitas, e o relógio no punho era, de certa forma, atraente.

"É que eu tava pensando..." - o mais novo iniciou, num tom baixo, convidativo - íntimo, até.

"Hm?" -  Chenle se viu indo em direção a si, hipnotizado pelos olhos brilhantes.

"Sabe o que a gente podia fazer agora?"

Não tinha jeito nenhum do Zhong mentir, seus olhos mudaram de cor em interesse, mesmo que muito rapidamente, quase imperceptivelmente. Um arrepio lhe atravessou a espinha, e o garoto não saberia explicar o porquê. Culparia a voz rouca e grave do Park.

"O que?" - quase sussurrou, sua respiração falhando por um segundo com o sorriso ladino que invadiu o canto da boca do maior.

Jisung olhou para os lados de forma travessa, como se estivesse pronto para aprontar algo e decidir se o local estava vazio o suficiente para a reação do mais velho. Então voltou a encarar os orbes castanhos que não tinham desviado de si.

"Podíamos encerrar esse encontro..."

Fez suspense de propósito, aproveitando uma das raras vezes em que podia deixar o chinês ansioso, e não o contrário.

"...jogando basquete!" - propôs com um sorriso convencido no rosto, certo de que seu convite era irrecusável e silenciosamente sugerindo que sua ideia de encontro era mais legal que a do Zhong.

"Woah, Park Jisung, sério!!" - o menor soltou exasperado, alto demais, enquanto se levantava da cadeira.

Olhou o mais novo com os olhos semicerrados e mordendo o interior da bochecha, numa batalha de olhares - o seu, determinado, contra o surpreso do outro.

"Sua ideia..." - iniciou, falando baixinho e se debruçando sobre a mesa, de forma a aproximar o rosto com um leve sorriso do maior. 

Jisung esperou que ele concluísse, sem saber ainda como reagir. Como Chenle sempre o deixava daquele jeito? Ao mesmo tempo nervoso, com mil borboletas no estômago, e completamente viciado na sensação?

Seu coração disparou e seu peito ficou quente quando o menor finalmente deu-lhe o resto da resposta.

"Is legend!!!"

☾

Ai xent... por que eu sempre faço isso?
Eu SEI que é uma shortfic, mas ainda dá muita dó de dizer que estamos acabando *snif*