Capítulo 12

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Talvez poste alguns mais tarde 😘
Lembre-se - Trate Sempre As Pessoas Com Gentileza ❤️

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Lili terminou de fazer a mala e conferiu as três bagagens lotadas com um sorriso triste.
Parecia que estava se mudando, e, de fato, achava que estava. Cole a queria com ele. O tempo todo. Ela ainda não tinha muita certeza de como se sentia em relação a isso.
Adorava todos os momentos do seu casamento com Brett. Não gostava de ficar sozinha e, nos meses após sua morte, não quis ficar só nem um momento. Deus, quando ela se lembrava de quem e o que ela era, parecia encolher.
Uma simples ida ao mercado bastava para fazê-la chorar. Cole vinha, a levava até o mercado para ter certeza de que sua cozinha estava sempre bem abastecida de comida. Ela não comia fora e não foi a nenhum restaurante por um ano depois do enterro.
Só depois desse período é que começou a sair para almoçar, por causa dos pedidos de Chessy e de Kylie. Mas jantar? Nem uma única vez desde que Brett morreu. Doía muito.
Não queria ser sociável, ver-se entre conversinhas banais quando tudo o que conseguia era lembrar como ela e Brett riam e se amavam.
Brett adorava comer fora. Adorava boa comida e jantares finos. Ele a havia levado para alguns dos melhores restaurantes do país - e da Europa. Foi por causa dele que ela começou a beber bons vinhos, mas não sabendo a diferença entre um vinho tinto e um branco e muito menos as nuances entre marcas e vinícolas diferentes.
A adega dela ainda estava bem estocada, sem nenhuma garrafa aberta, exceto aquela de que Brett mais gostava. Era um vinho que ela fazia questão de ter à mão. No aniversário da morte dele, ela abria aquela garrafa e bebia com ele, com a memória dele. Saboreava cada gole, desejando a cada respiração que ele estivesse ali para compartilhar com ela.
Suspirou. Chega disso. Estava começando uma página nova em sua vida. Talvez fosse um erro. Talvez estivesse tomando a pior decisão - uma decisão emocional. Mas ela era movida pela emoção. Tinha os sentimentos à flor da pele e, como Brett e Cole comentaram, bastava olhar em seus olhos para saber exatamente como estava seu humor.
Ela não tinha artifícios ou a energia necessários para mostrar o que não sentia. Não sabia como mascarar suas emoções e nem achava que deveria fazer isso. Como resultado, Brett sempre soubera quando ela estava infeliz ou preocupada e movia o céu e a terra para corrigir o que quer que estivesse errado.
Cole também seria assim, tinha certeza. Ele era afetuoso e gentil. Delicado e compreensivo.
Seria paciente com ela e não a culparia pelos erros que fizesse. Mas ela não queria errar.
Queria enfrentá-lo de igual para igual, não como uma mulher fraca que precisasse de conserto.
Só ela podia consertar sua própria vida e seu coração partido: ninguém mais. Talvez este fosse o primeiro passo para reivindicar sua independência, o que parece um pouco estúpido, considerando-se que ela queria um dominador e não queria decidir nada ou ser forçada a fazer escolhas difíceis.
Lili não queria pensar. Só queria... ser. Era só isso. Ser feliz, inteira novamente, ou ao menos tão inteira quanto pudesse, já que havia perdido metade de si mesma.
Talvez Cole pudesse fazer isso por ela. Talvez lhe desse aquela parte da sua alma que estava faltando. Ou talvez ela estivesse fazendo algo muito errado. Como iria saber sem tentar?
Respirando fundo, arrastou as malas até a sala e olhou o relógio. Cole dissera que voltaria para pegá-la em duas horas. Concordaram que ela levaria o carro dela também, caso precisasse ir a algum lugar quando ele não pudesse levá-la. Mas ele insistiu muito em dizer que, na maioria das vezes, estariam juntos. Ele tomaria conta dela e de qualquer coisa que precisasse. Não planejava passar muito tempo longe.
Também não sabia como se sentia sobre isso, mas a parte do seu coração mais solitária se sentiu aliviada por não ficar mais sozinha. O resto? Veria aos poucos. Um dia de cada vez.
Não fazia bem pensar no futuro quando precisava viver o hoje. O presente. Porque, como ela havia aprendido bem, o futuro não tinha garantias: ele é o que se fizer dele.
Ela tinha quinze minutos antes que Cole chegasse, tempo suficiente para ligar para Chessy e Kylie e contar sobre sua decisão. Mas teria de aguentar a mesma conversa duas vezes e não era o que queria: as perguntas, a descrença, a surpresa, as dúvidas.
Seria mais fácil mandar um e-mail para as duas, explicando seus planos.
Satisfeita com esta decisão, pegou o notebook que estava na mesa de centro, sentou no sofá e abriu seu e-mail.
Depois de pensar em qual seria a melhor forma de contar a suas amigas o que estava acontecendo, resolveu entrar de cabeça, falar bem casualmente, sem entrar em detalhes. Só deu uma explicação básica e disse como poderiam entrar em contato se precisassem dela. Ela imaginou que seu celular fosse começar a tocar no momento em que elas recebessem o e-mail, então pediu que não fizessem isso.
Explicou que precisava de alguns dias com Cole para se localizar. Prometia contar tudo o que estava acontecendo e que elas almoçariam juntas no final de semana, embora não estivesse muito animada com a ideia, porque provavelmente o almoço terminaria em interrogatório.
Tinha acabado de enviar o e-mail quando a campainha tocou. Sua pulsação acelerou e Lili se levantou, alisando a calça jeans.
Era isso. Cole tinha chegado para buscá-la.
Com uma ponta de tristeza no coração, olhou novamente a casa que havia sido sua e de Brett. Talvez ela devesse ter se mudado dali logo após a morte dele. Provavelmente não fora saudável manter a casa do mesmo jeito. Havia várias fotos deles e retratos dele pela sala e outros cômodos.
Lili e Brett felizes. Sorrindo. Apaixonados.
Finalmente ela havia limpado o armário e doado suas roupas. Mas todas as bugigangas, troféus, placas, fotos? Ainda estavam onde eles tinham colocado. Claro que Cole não queria morar aqui. Era difícil competir com um homem morto, ainda mais com tantas lembranças pela casa. Como Cole poderia esperar que ela focasse nele?
Enquanto abria a porta, fez um voto silencioso de se dedicar ao máximo. Daria cem por cento de si para Cole. Sem amarras. Sem restrições. E com certeza não faria uma comparação mental entre Cole e Brett no quesito sexo. Não era justo com nenhum dos dois, nem com ela.
Cole estava à porta, de óculos escuros, mas, quando ela o viu, ele os colocou sobre a cabeça para poder olhar para ela. Havia algo no olhar dele que a fazia tremer por dentro.
Parecia intenso, quase pensativo. Havia um ar triunfante refletido ali.
- Está pronta? - ele perguntou baixinho.
Lili sorriu, determinada a não demonstrar hesitação. Estava completamente comprometida.
Não iria desanimar e não daria a Cole razão alguma para questionar o seu comprometimento.
- Tenho várias malas - hesitou. - Não tinha certeza sobre o que levar, então peguei um pouco de tudo. Uma delas tem minhas "coisas de menina". Tenho certeza de que são coisas que você não tem.
Ele também sorriu.
- Não se preocupe, querida, agora que você é minha, é meu dever e honra prover para você.
Então se precisar de alguma coisa mais tarde, vou me certificar de que você a terá.
Ela enrugou a testa.
- Mas não quero que compre nada para mim. Posso pagar.
Ele apertou os olhos e faíscas saíram deles. De repente ela ficou com a impressão de que tinha falado algo errado, embora estivesse determinada a começar com o pé direito.
- Você é minha - ele disse firmemente. - E eu provenho para quem é meu. Você me deu sua confiança e sua submissão. Meu dever como homem que vai tomar conta de você é satisfazer cada necessidade e desejo seu. Então se acostume, Lili. Minha intenção é mimá-la sem fim. E não vou ficar satisfeito se você questionar cada presente que eu te der.
- Ah - ela respirou fundo. Não havia pensado nisso sob aquele ângulo, mas tinha ainda muito o que aprender sobre este tipo de relacionamento.
Até agora, parecia que ela ganhara muito mais do que ele com este acordo. Mimada? Mal acostumada? Cuidada? O que ele ganhava em troca? Cole dissera que ela era suficiente, que a confiança e submissão dela eram suficientes. Mas claramente ele deveria receber mais com este relacionamento.
- Agora que resolvemos isso, mostre onde estão suas malas e eu levo até o carro.
Lili ia começar a dizer que ela mesma poderia fazer isso ou ao menos ajudar, mas, como que adivinhando, ele a silenciou com um olhar rápido e severo. Com a mão no ar, ela mostrou onde as malas estavam na sala.
Cole precisou de duas viagens para levar todas suas coisas para o porta-malas do carro.
Depois, ele a levou até o banco dos passageiros e se sentou ao volante. Para a surpresa dela, antes de ligar o carro, ele se aproximou e a beijou. Com intensidade. Desejo. Nada daquela doçura que mostrara até então.
Ele devorou sua boca até que os lábios de Lili formigaram e incharam. Quando se afastou, Cole tinha os olhos cheios de desejo e fogo.
- Espero mesmo que saiba onde está se metendo - Cole murmurou, enquanto ligava o carro.
- Você disse que não queria esperar, então estamos começando agora mesmo. Assim que pisar na minha casa, você me pertencerá. Será minha para que eu faça o que quiser.
As palavras flutuavam sobre ela, quentes e excitantes. Seu pulso batia forte e sua boca ficou seca. Nem mesmo umedecer os lábios aliviava aquela secura repentina.
- Estou pronta - disse calmamente. - Sei onde estou me metendo, ou, ao menos, tenho uma boa ideia. E eu quero, Cole. Quero... você.
Havia ferocidade na expressão dele. Lili estremeceu incontrolavelmente. Excitação. Mas principalmente ansiedade. Estava a um passo de algo novo e provavelmente maravilhoso.
Talvez não fosse, mas nunca saberia se não tentasse.
Quando chegaram, ela abriu a porta e começou a descer do carro, mas Cole segurou sua mão e a puxou de volta.
Sem dizer uma palavra, ele desceu e foi até sua porta. Estendeu a mão e eles entrelaçaram os dedos.
Ela estava se mudando para a casa de Cole Sprouse. Iria transar com Cole Sprouse. Meu Deus, Cole seria seu dono. Começou a tremer assim que se levantou: estava começando a reagir.
Tudo parecera tão surreal e agora era a hora. Estava a ponto de embarcar numa aventura sexual e estava morrendo de medo. O que será que Cole queria com ela? Ele tinha experiência naquele estilo de vida. Tinha certas expectativas, que ela não via a hora de satisfazer.
- Lili, querida, você está tremendo como uma vara verde.
Ela olhou para ele, se sentindo culpada. Não queria que ele percebesse que estava nervosa.
Mas, como ele mesmo dissera, estava tremendo da cabeça aos pés. Como ele poderia não ver?
Ou sentir? Suas mãos estavam entrelaçadas e sua pele estava fria e úmida, apesar do calor do dia.
Lili apertou sua mão e deu um sorriso tranquilizador.
- Vai dar tudo certo. Sei que está nervosa, mas não tem motivo.
- Acabou de passar pela minha cabeça que você tem muita experiência neste estilo de vida e eu, nenhuma - ela sussurrou. - O que tenho para lhe oferecer? Tenho certeza de que uma novata não está na sua lista de desejos.
Ele parou na frente da porta e a encarou com um olhar duro.
- O que você tem para me oferecer é algo que ninguém poderá um dia me dar. É você, Lili.
Você está se dando a mim e isso é tudo o que quero e preciso. Juro. Você não faz ideia há quanto tempo sonho com isso. Com a gente. Juntos. Sim, quero transar com você, mas é muito mais que isso. Talvez você não acredite ainda, mas vai acreditar. Eu garanto.
Sua calma promessa a confortou. Ela apertou sua mão e então sorriu.
- Com certeza você faz bem para meu ego, Cole. Não tenho me sentido bonita faz muito tempo. Nem desejável. Aliás, nem desejo vinha sentindo.
- E agora? - ele perguntou. - Você sente? Por mim?
- Ah, sim - ela respirou fundo. - Fiquei muito chocada, nunca esperei me sentir assim a seu respeito. Nunca imaginei que iria querê-lo tão intensamente. Mas aqui estamos.
- Muito obrigado - ele murmurou. - Fico feliz em saber que não sou o único que está sofrendo aqui.
Ela sorriu.
- Que tal fazermos algo sobre este sofrimento?
Ele ficou tão chocado que Lili se arrependeu em ser tão direta. Sentiu a vergonha subir pelo pescoço, uma onda de calor inundando seu rosto.
Então, ele soltou um murmúrio longo e se abaixou para reivindicar sua boca.
- Acho que é uma excelente ideia, vamos entrar. Pego suas coisas depois. Quero que se acomode, que se sinta confortável aqui, Lili. Quero que considere esta casa como... sua.
Ele a levou para dentro, uma onda de frescor tomando conta dela, tirando o rubor de sua face.
Já estivera muitas vezes na casa de Cole, mas nunca conhecera outros cômodos além da sala, da cozinha e do quarto de hóspedes. Ele a conduziu através da sala e subiram as escadas para o quarto principal.
Lili sentiu em seu corpo a atmosfera masculina do quarto dele. A cama era enorme e tinha muitos travesseiros. Era uma cama com dossel e ela nunca imaginara que ele gostasse deste tipo de mobília. Era quase feminino, algo que uma mulher teria em seu quarto.
- Sobre o que está pensando? - ele quis saber.
Ela o olhou e sorriu.
- Bobagens. Vi sua cama e pensei que não parece combinar com o que conheço de você.
Nunca imaginei que tivesse uma cama com dossel.
Um brilho apareceu em seus olhos e divertimento em seus lábios.
- Preciso de um lugar para amarrar minha mulher. É natural que eu tenha o equipamento apropriado para esta tarefa.
Novamente ela enrubesceu. Devia estar bem corada. Foi então que pensou que não devia ser a única mulher que vira esta cama. Isso a perturbava, embora não devesse. Cole não lhe devia nenhuma explicação sobre seu passado sexual. Pelo amor de Deus, ela estava casada! Claro que não esperava que ele ficasse sozinho, ainda mais quando achava que não teria qualquer chance com ela.
- E agora, sobre o que está pensando? - perguntou.
- Mais bobagens - ela murmurou.
- E?
Ele não ia deixar barato e, que droga, ela era muito sincera, até em detrimento dela mesma.
Lili suspirou.
- Estava pensando sobre as outras mulheres que estiveram em sua cama... Nesta cama - disse tristemente. - Bobagem, eu sei. Mas me incomoda.
Cole fez com que ela se virasse e, segurando-a pelos ombros, fez com que olhasse diretamente para ele.
- Não houve outras mulheres aqui, Lili. Aqui, não. Não vou negar que houve outras mulheres, mas não as trazia aqui. Não conseguia. Talvez antes que Brett morresse, eu tivesse conseguido, mas depois? Não conseguia nem começar um namoro. Não quando meu objetivo era você.
- Nem sei o que dizer - ela murmurou. - Eu sei que não deveria ser, mas é muito importante para mim saber que faz um tempo que você não fica com alguém, Cole.
Ele se inclinou e beijou a testa dela.
- E é muito importante para mim saber que você não ficou com ninguém desde o Brett.
Tinha medo de perdê-la para outro homem por esperar tanto em me declarar como fiz.
Lili torceu o nariz.
- Como sabe que não houve outros homens?
Ele sorriu.
- Eu saberia. Pode ser que você não tenha me visto todos os dias, mas eu ia ver como você estava. Ficava observando. E esperando.
Ela hesitou, mas acabou sorrindo, tocada pelo fato de que ele estivera lá. Esperando por ela.
Ele a conduziu de costas até que suas pernas bateram na cama. Então fez com que se sentasse na beirada e, segurando as mãos dela, ajoelhou-se à sua frente.
Tudo bem, ela não sabia nada sobre dominância e submissão, mas não estava fazendo tudo ao contrário? Não seria ela quem devia estar em posição de subserviência, e não o inverso?
- O que está fazendo, Cole? - perguntou baixinho. - Não sou eu quem deveria estar ajoelhada para você?
Ele sorriu, segurando as mãos dela.
- Querida Lili, estou a seus pés, literalmente. Admito que não é uma posição em que normalmente fico. Mas, com você, todas as regras mudam. Eu quis colocar a gente de igual para igual para a conversa que teremos. E talvez até eu queira me humilhar para você, para provar uma coisa.
- Provar o quê? - perguntou, curiosa.
- Mesmo cedendo tudo, é você quem realmente detém o poder neste relacionamento que estamos começando. Pode parecer contraditório, mas é a mais absoluta verdade. As cartas estão na sua mão. Você é quem comanda, porque é você quem decide se quer ou não me dar sua submissão. Só uma mulher forte e segura entrega o controle para seu parceiro. E na verdade, você está se submetendo a mim, mas meu desejo de agradar você é muito maior que o desejo de te dominar e controlar. Faz sentido?
Ela concordou.
- Acho que sim. Nunca tinha pensando nisso dessa maneira.
- Pense agora - ele orientou. - E ouça tudo o que vou dizer. Vou ditar as regras, embora deteste esta palavra. Não há regras entre nós, querida. Nem normas de procedimentos. Espero que a gente curta o que vamos fazer. Eu quero dar prazer a você e quero que você dê prazer a mim. É um acordo que precisa beneficiar a nós dois e que eu espero que nos ajude a encontrar a felicidade.
- Parece justo.
- Agora, minhas expectativas. Ou regras, se prefere chamá-las assim. Prefiro pensar que são pedidos, com os quais você pode concordar ou não. Mas quero que tenha uma ideia bem clara do que vai acontecer entre nós porque quero que tenha a oportunidade de desistir. Não é o que eu quero. Espero que deseje as mesmas coisas que eu. Mas só há um jeito de descobrir: ditar as regras a partir de agora.
- Certo. Estou pronta, Cole. Não se segure mais. Estou quase morrendo porque não sei o que devo fazer. Tenho tanto medo de errar e desapontar não apenas você, mas a mim também.
Cole deu um sorriso deliciosamente carinhoso. Isso a fez se sentir quente por dentro, onde antes tinha estado fria por tanto tempo.
- Não vai me desapontar. Não acredito que seja possível. O único jeito disso acontecer é se for embora sem nos dar uma chance. Não estou dizendo que será um mar de rosas no início.
Haverá ajustes que nós dois teremos de fazer. Concessões. Mas juntos acho que podemos superar qualquer obstáculo no nosso relacionamento.
- Você diz coisas maravilhosas - Lili retrucou. - Não sei como consegue ver dentro do meu coração, como sabe tanto sobre mim quando eu mesma sei tão pouco.
Ele passou a mão no rosto e nos cabelos dela, enrolando os cachos soltos.
- Regra número um, e não há uma ordem certa. Então seja paciente enquanto enumero todas elas. E compreensiva. Sei que você terá perguntas, mas guarde-as para o fim, quando eu terminar de dizer todas as instruções. Depois, poderá fazer tantas perguntas quanto quiser.
Conversaremos sobre o que não entender. Serei o mais sincero possível, mesmo se eu achar que a verdade pode te assustar ou intimidar.
- Pode começar - ela disse. - Estou ouvindo. Não vou interromper ou fazer perguntas até que tenha terminado, mesmo que pareça muito difícil - acrescentou, com um tom grave.
- Está certo. Primeiro: quando você está aqui comigo, nesta casa e estamos sozinhos, quero você nua, a não ser que eu diga o contrário. Começando agora mesmo, ou melhor, quando eu acabar de listar minhas regras.
Seus olhos se arregalaram, mas ela manteve sua promessa e mordeu o lábio para que não começasse a contestar imediatamente.
- Segundo: quando eu mandar você fazer alguma coisa, espero obediência instantânea e incondicional. Talvez você não entenda por que estou pedindo, mas espero que confie em mim e que esteja disposta a tentar.
Ela concordou. Não parecia tão difícil, embora não fizesse ideia de que pedidos seriam aqueles. Uma parte dela ansiava pelo desconhecido. Outra parte estava morrendo de medo.
Ela odiava não saber exatamente onde estava se metendo ou com o que estava concordando.
- Não espero que se ajoelhe em minha presença, a menos que eu peça. Só quero que o faça quando eu intimar a sua presença. Então, gostaria que se ajoelhasse, os braços sobre as coxas, as palmas da mão para cima. Esta é uma posição padrão que mostra submissão. Coxas abertas para que nenhuma parte sua fique inacessível a mim ou a meu olhar. Ou então quando eu retornar do trabalho ou de uma viagem qualquer. Quando voltar para casa, gostaria que estivesse na sala, de joelhos, esperando por mim. Quero que você seja a primeira coisa que eu vou ver quando entrar pela porta. Quero ter motivo para voltar para casa. E se você estiver aqui, esperando por mim, acredite, querida, é o que eu mais vou querer. Você, esperando, minha recompensa depois de um longo dia.
Lili ficou com a impressão de que isso era importante para Cole. Algo de que ele gostava e que desejava. E se era o caso, queria fazer por ele. Agradá-lo, fazê-lo feliz e nunca desapontá-lo. Era orgulhosa demais para isso. Não, talvez ela não tivesse a experiência das outras mulheres que ele conhecia, mas isso não iria impedir que fizesse seu melhor para ser a submissa mais desejável com que ele já tenha se relacionado.
Não havia meia medida para ela. A partir do momento em que decidira embarcar neste novo estilo de vida e explorar sua sexualidade e suas necessidades, sabia que iria entrar de cabeça.
Não iria se conter e se doaria completamente, sem reservas. Esperava que o homem com quem estivesse apreciasse esse presente. E nada nas palavras de Cole a faziam suspeitar de que ele não fosse estimar e proteger o presente da sua submissão.
- Quando eu der uma ordem, espero obediência imediata. Sem hesitação. Sem perguntas.
Quero que confie que a levarei para um lugar de que vai gostar e onde vai se sentir segura.
Pretendo nunca pedir algo que você não queira fazer. Não quer dizer que não vou forçá-la a sair da sua zona de conforto. Mas, como disse antes, quanto mais longe formos, mais rápido saberei quais são seus limites. Nunca vou ultrapassá-los de propósito, a menos que tenhamos discutido sobre isso e concordado em tentar.
Ela novamente assentiu, porque, como as outras exigências, essas também pareciam razoáveis.
- Falamos brevemente sobre castigo e dor. Dor pode ser muito erótica se aplicada corretamente. Para ambos. Muitas mulheres gostam que um homem exerça dominação com chicotes, cintos, mãos ou outros métodos. Vou usar todos eles ao longo do tempo. Mas não gosto do castigo pelo castigo. Prefiro pensar que são recompensas. Parece bobagem, mas depois que você experimentar vários níveis de dor, espancamento e outras coisas também, acho que vai entender o que estou tentando explicar. Vou forçar seus limites, fazer com que quase os ultrapasse. Prestarei atenção e, com o tempo, estarei sintonizado com o que seu corpo e você são. É meu trabalho, como seu dominador, saber exatamente o que você quer e precisa, às vezes melhor do que você.
- É o que quero - Lili comentou, baixinho. - Quero um homem que tome as rédeas. Um homem que não faça perguntas nem me force a tomar decisões. Eu quero que essas escolhas sejam feitas para mim. É o que me excita. Não consigo explicar essa necessidade ou desejo, mas está aí. Talvez desde sempre. E quero que faça isso, Cole. Estou preparada para ir mais longe, porque confio em você e sei que nunca vai querer me machucar.
- Dou muito valor a essa confiança, Lili, faz com que eu me sinta mais humilde - disse gentilmente. - Você não tem ideia de como é valioso receber esse presente seu.
- Tem mais alguma coisa, ou já falamos de tudo?
Ele sorriu.
- Uma submissa impaciente, não é? Adoro seu entusiasmo, sua vontade de acreditar em mim para saber o que você vai gostar! Sim, há outras coisas, mas não quero derrubar tudo em cima de você no primeiro dia na minha casa.
- Você dormirá na minha cama toda noite. Haverá noites em que vou amarrá-la para que fique indefesa e dependente de mim para tudo. Farei amor com você enquanto estiver espalhada e amarrada nas colunas da cama, seu corpo disponível para mim quando eu resolver tomá-lo. E vou possuir você com frequência, Lili. Antes de irmos dormir. Durante a noite. E será a primeira coisa de manhã, antes mesmo que você esteja completamente acordada. Vou penetrar em seu lindo corpo e serei a primeira coisa que vai sentir de manhã. Serei a última coisa que vai sentir antes de dormir à noite. E irá para cama sabendo que é minha e que me pertence, de coração e alma. Não terá como duvidar disso, porque não passará um dia sem que eu prove isso para você.
- Ainda não ouvi um único aspecto negativo - Lili retrucou. - De verdade, parece bom demais para ser verdade.
Seu rosto ficou mais sério.
- Não será tudo perfeito. Você precisa saber onde está se metendo. Precisa se preparar para o fato de que talvez não goste de tudo o que planejei. A última coisa que quero é assustar ou repelir você. Ou que não se sinta confortável com algo que fiz você fazer. A comunicação entre nós é muito importante. Quero que você seja completamente sincera comigo mesmo se for algo que ache que não quero ouvir ou saber. Quero que prometa que vai me contar o que se passa na sua cabeça quando fizermos estas coisas. Quero saber como você está se sentindo, o que as coisas que fizermos juntos a fazem sentir. Não quero que sacrifique seu prazer e divertimento porque está preocupada em me desapontar. Acredite quando digo que, se eu não puder lhe proporcionar o máximo do prazer, então não quero fazer isso. Parece que tudo o que digo é sobre mim. E para alguns dominadores, é mesmo. Não tem nada a ver com o prazer, desejos ou mesmo a felicidade da mulher submissa deles. Porém, eu não sou assim tão egoísta.
Espero que nunca me torne tão egocêntrico. Proporcionar prazer a você me faz feliz. É tudo o que quero. É tudo que peço. Então, sim, embora seja em parte sobre meu prazer e como me agradar, fique sabendo: fazer você feliz é o que me fará feliz e satisfeito. É o que preciso, Lili. Preciso de você.
Ela colocou os braços em volta de Cole e o abraçou bem apertado, escondendo seu rosto no pescoço dele.
- Acho você perfeito. Tão perfeito que me faz pensar se você não é bom demais para ser verdade. Não apenas a situação, mas você.
- Estamos na mesma página, acho - Cole sorriu. - Parece que estamos dizendo as mesmas coisas, mas talvez de uma forma um pouco diferente. Nós dois queremos as mesmas coisas.
Você quer ser feliz e quer que eu seja feliz em nosso relacionamento. Por outro lado, eu quero que você seja feliz, em primeiríssimo lugar, porque, acredite no que eu digo, querida: sua felicidade me tornará extremamente feliz.
Devagar, ela exalou o ar de seus pulmões.
- É o que eu quero, Cole. Estou pronta para entrar de cabeça. Serei sincera. Não sei se posso aguentar você pisando em ovos por mais alguns dias e eu sem saber quando tudo irá começar. Estou pronta agora.
- Então, o que quero que faça, enquanto pego suas malas do carro, é que tire a roupa. Leve o tempo que quiser, use o banheiro, faça o que precisar para se sentir mais à vontade, mais confortável. Quero você nua a noite toda. Quero fazer uma comida bem especial e alimentá-la eu mesmo. E quero apreciar a visão do seu belo corpo enquanto faço isso por você. E depois que comermos e estivermos prontos para ir dormir? Aí vamos para a cama juntos para ver se você é tão doce e sexy como nos meus sonhos. Está na hora de realizar meus sonhos. Os meus e os seus.

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