Prometida à Alfa - Choni

Capítulo 21

Toni seguiu a cavalo juntamente com Veronica em rumo a divisa do vilarejo com a floresta negra. As duas estavam arfantes devido ao galope do cavalo e a sensação de perigo cada vez mais próxima. Ouviram uivos e sons de luta cada vez mais perto. Resolveram dispensar os cavalos seguindo à pé.

- Melhor escondermos essas mochilas no alto de alguma árvore por aqui. , Veronica sugere. - Transformadas iremos chegar lá mais depressa.

Toni pega a mochila de Veronica e sobe na árvore deixando-as bem escondidas. Nunca se sabe por quanto tempo ficarão na batalha.

- Vamos, transforme-se! - Toni diz ao descer da árvore.

Os olhos castanhos de Veronica ganham um brilho sem igual e logo um grande lobo surge. Diferentemente de Toni, o lobo de Veronica era mais claro e continha uma mancha amarelada cobrindo metade da cabeça.

Toni seguiu sua irmã e logo estava transformada. Correram por entre as árvores em direção ao confronto

- Vamos dar o nosso melhor, irmã. - Veronica comunica-se através do pensamento com Toni.

- A vitória é nossa!

Chegaram ao local e grande era a sangria. Lobos e vampiros duelando em busca da vitória, em busca dos seus objetivos. Eram centenas, muitos vampiros atacavam os lobos. Mas os lobos não ficavam pra trás. Um lobo castanho claro com um corte na região do olho direto aproxima-se das duas.

- Anne e Clifford juntamente com sua alcatéia estão lutando. Vão logo! Alguns já estão ficando sem forças...

Thomas ordenou e assim suas filhas entraram na briga arrancando cabeças de vampiros. Aquilo não parecia que acabaria logo...

                                 ... 

Já era noite quando Cheryl abriu os olhos sobressaltada. Arrependeu-se pelo gesto ao sentir sua costela doer um pouco. Sentou-se na cama e lembrou do que aconteceu antes de adormecer. Sentiu-se envergonhada por ter parecido um animal raivoso na frente da sua sogra, no seu primeiro dia nessa casa. Duas batidas na porta é ouvida e assim Bernadete entra.

- Vim trazer uns biscoitos com suco pra você, menina. - Ela aproxima-se deixando a bandeja perto de Cheryl. - Sente-se melhor?

- Estou só um tanto envergonhada. - Cheryl abaixou a cabeça. - Qual o seu nome?

- Bernadete, menina. - Disse tão amável que fez Cheryl lembrar-se de Penélope. - Por que essa carinha triste?

- Lembrei-me de alguém que tenho muito afeto maternal, já estou sentindo falta dela. - Murmurou pesarosa. - Enfim, por enquanto que como você poderia me contar como está a situação lá fora, no confronto.

Bernadete contou tudo o que viu e soube por aqueles que fugiram do confronto temendo a morte. Os vampiros estavam atacando com força, mas ainda não era causa perdida. Os lobos da alcatéia nascente eram bastante habilidosos, mais do que os da crescente. Mas ficava claro que um dependia do outro para vencer essa guerra que inicou-se.

- Será que a Toni vai ficar bem? - Perguntou no automático arrependendo-se ao se dar conta do que disse. - E a Veronica, o meu pai...

- Não se condene por ser verdadeira na minha frente. - Bernadete sorriu. - Tenha em mim uma amiga, menina. E tenha fé que a Deusa da lua dará essa vitória nas mãos dos lobos.

Bernadete recolheu a bandeja prometendo voltar com o chá mais tarde. Cheryl, com muito esforço, levantou-se e foi tomar um banho. Já que provavelmente Toni não voltaria hoje, vestiu uma camisola de tecido negro um pouco transparente. Sua intenção era deixar o corpo respirar um pouco, tanto tecido as vezes era desnecessário.

- Ai, minha Deusa da lua... - Suspirou corrompida pelo medo. - Protege os lobos, à todos. Apresse em dar-nos essa vitória, por favor.

Encostou-se na cabeceira da cama trazendo pra si seu diário que fez questão em trazer. Sentia-se livre para desabafar escrevendo e tendo a certeza que ninguém o lerá.

1° dia de casada

O dia hoje resume-se a dor, acabei caindo do cavalo devido a uma tentativa infantil de ser mais rápida que a Toni. Ontem nos casamos, a cerimônia foi linda. Mas tudo sumiu da minha mente ao ouvir da sua amante um plano insensível das duas só para me afastar. Tentei muito fingir uma irritação sem tamanho, mas acabei desarmando. Nunca fui de guardar raiva das pessoas, mesmo elas merecendo. Infelizmente os vampiros resolveram atacar e todos os lobos das duas alcatéias tiveram que ir, poucos ficaram para a proteção dos mais fracos. Estou com medo, confesso, mas já intercedi para a Deusa da lua, ela não falha. Sinto-me sozinha, uma solidão angustiante. Talvez saudades de casa, talvez saudades de alguém.

Fechou o diário e passou as tiras em volta na intenção de fecha-lo ainda mais. Inevitavelmente pensou em sua mãe, fechou os olhos para aproveitar melhor essas lembranças.

Flashback on:

- Cher, eu disse pra você não pegar os docinhos. - Penelope reclamava com a filha que estava toda lambuzada.

Era a festa de seis anos de Cheryl, e como Penélope gostava, as filhas ajudavam com os docinhos. Cheryl mais comia do que ajudava, sempre era assim.

- Chame a Anne pra ajudar, corre.

Cheryl saiu da cozinha indo até o jardim chamar a irmã. Anne adorava jogar bola, não cansava de ficar chutando-a em direção a parede como se fizesse um gol.

- A mamãe tá te chamando pra ajudar a fazer docinho, nini. - Colocou as mãos sujas na cintura parecendo mandona.

- Já vou, Cher. Eba, doces!

As duas deram as mãos e correram juntos de volta pra cozinha. Penelope sorria ao ver Cheryl se lambuzando e nini implorando por mais estando com a boca cheia.

De repente, alguém bate na porta e Penélope deixa suas filhas na cozinha indo atender. Nini ficou entretida com os doces, já Cheryl resolveu seguir sua mãe.

- O que você quer, Hal? - Penélope parecia impaciente. - Será que você quer que o Clifford te mate?

- Eu só quero você, Penélope. Diz pra mim que você vai abandonar o Clifford, por favor. Eu crio suas filhas e podemos ter mais filhos se você quiser, só não me deixe como estou.

- Hal, pare! - Penélope  empurrou a porta, mas Hal colocou o pé. - Minhas filhas estão em casa, Hal. Suma, ande!

- Eu não desistirei de você, Penélope. Nunca, meu amor.

Cheryl se encolhe atrás da parede e volta correndo pra cozinha quando ver que sua mãe conseguiu fechar a porta. Penelope voltou forçando um sorriso e voltando a fazer doces.

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Wattpad tá meio bugado... acabei postando duas vezes pq achei que não tinha ido mas enfim