Capítulo XXI

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Aviso: O capítulo possui conteúdo sensível de violência, se você não se sentir confortável não leia. O trecho está em negriro.

Boa leitura!

O

s primeiros dias do novo ano foram frios, úmidos e curtos. O céu permaneceu escuro, sob a ameaça constante da chuva, e o sol fraco do inverno não foi capaz de atravessar a densa camada de nuvens baixas.

O clima combinava com o humor melancólico de Jimin. Ele estava preocupado com os problemas
pessoais, mas acima de tudo preocupava-se com o tio, de quem tanto gostava. Colfax Park sempre fora um homem vigoroso e expansivo. Os amigos costumavam comentar seu gosto pela vida, os vários interesses, a curiosidade quase infantil e a incrível energia física. Sendo um homem que adorava estar na companhia de outras pessoas, principalmente em festas e outros eventos sociais, buscando tanto o prazer quanto os crioulos, jamais recusava um convite. Ou, pelo menos,
foi assim no passado. Agora, tudo parecia ter mudado.

Nas últimas semanas, Colfax recusara mais convites do que aceitara. Quando a noite caía, ele parecia mais relutante em deixar o conforto de sua casa. Jimin discutira suas preocupações com Avalina e Big Montro. Sabia que os dois também se preocupavam, pois não conseguiam disfarçar os sentimentos. Avalina fazia o possível para agradar o patrão, enquanto Montro o observava atentamente, como se esperasse que, a qualquer momento, Colfax fosse precisar de
sua proteção. Decidido a, simplesmente, confrontar o tio, Jimin apanhou-o sozinho em seu escritório, em uma tarde
invernal, e anunciou que precisavam conversar. Ao ouvir as palavras do sobrinho, Colfax franziu o cenho, parecendo preocupado, e disse:

- Menino, há algo errado? Diga-me e encontrarei a solução.

Jimin sorriu ao ouvir a frase familiar, pois era aquele o jeito de ser do seu querido tio. Colfax repetira aquelas palavras para ele dezena de vezes. Jimin sabia que ele o amava e que a sua felicidade era a principal preocupação dele. Colfax fazia o possível para transformar a vida do sobrinho em um adorável
conto de fadas.

Ora, o que faria ele sem o tio?

- Não se trata de nada que o senhor possa resolver - Jimin respondeu de bom humor -, mas sim de algo que eu devo resolver - Acrescentou, sentando-se ao lado dele.

- Receio não saber do que você está falando - Park admitiu, confuso.

Jimin respirou fundo. - Tio Colfax, o Senhor tem agido de maneira estranha ultimamente, e...

- Será que enlouqueci? - ele interrompeu, zombeteiro.

- Não vejo motivos para brincadeiras, Titio. Sabe muito bem do que estou falando. Tem se cansado facilmente, raramente sai à noite, parece passar a maior parte do tempo preocupado com alguma coisa,
e está sempre quieto e isolado. Está doente, tio Colfax? Está escondendo alguma coisa de mim?

- Meu querido menino, você sempre teve uma imaginação muito fértil - ele o repreendeu com gentileza. - Não. Não estou doente. Você sabe que fui abençoado com uma saúde de touro.

- Então o que está acontecendo?

- Velhice? - Ele sugeriu com um sorriso maroto.

- O senhor não é tão velho - Jimin protestou. - Acho que não está se sentindo bem e não quer me dizer.

Colfax mudou o foco da conversa para o sobrinho. - E você? Está tudo bem? Toda vez que o surpreendo sozinho, você está pensativo, como se algo o
preocupasse.

O Conde estendeu a mão para afagar o ombro do tio. - Minha única preocupação é o senhor.

- Nesse caso, não tem com o que se preocupar - ele garantiu, assegurando de que não havia nada de errado com ele.

Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora