Aquelas Férias em Paris | Revisando

Prólogo

Eu vou contar uma história pra vocês.

Não dessas que a gente vê nos cinemas com direito a vilões e mocinhos.

De antemão já adianto que na vida real nem sempre se precisa de um vilão pra estragar as coisas entre o casal apaixonado. E o dito final feliz pode não ser bem da maneira que a gente espera, ou quando a gente espera. A realidade tem essa característica de às vezes ser bem surpreendente.

Mas antes de tudo, permitam-me que eu me apresente.

Meu nome é Peter, muito prazer.

E essa história é sobre mim.

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Mil novecentos e noventa e quatro foi um ano memorável.

Foi nesse ano que a seleção Brasileira liderada pelo craque Romário, conquistou o quarto título mundial FIFA nos estados Unidos, ao vencer a Itália numa final eletrizante.

O momento emocionante em que após conquistar o título, os jogadores da Seleção mostraram uma faixa com os dizeres: "Senna... Aceleramos Juntos, o Tetra é Nosso!" é uma lembrança ainda bem viva na minha memória.

Foi uma bela homenagem ao tricampeão mundial de F1, Ayrton Senna que havia falecido em maio daquele mesmo ano e não nego que mesmo não sendo um amante de esporte quase que derramei algumas lágrimas quando assisti a cena pela TV.

Além destes acontecimentos ainda tivemos a implantação do Real como moeda oficial brasileira, a exibição do anime Os Cavaleiros dos Zodíacos pela primeira vez no Brasil, a eleição do presidente Fernando Henrique Cardoso e a morte do maestro e criador da bossa nova, Tom Jobim.

Foi em noventa e quatro que completei quinze anos e fechei aquele ano com uma memorável viagem à Paris.

Por incrível que pareça esse evento me marcou mais do que os acontecimentos citados acima, pois uma viagem à França vai ser sempre algo da qual a gente vai fazer questão de se lembrar com carinho.

Paris é Paris, não é meus amigos?

Fazendo uma retrospectiva de tudo o que vivi até aqui percebo que foi essa viagem que iniciou em mim o homem que eu me tornaria dali a alguns anos, porque vivenciar as aventuras e as desventuras do primeiro amor costuma ser algo muito significativo na vida de uma pessoa.

Na minha foi um divisor de águas.

Foi naquele ano também que a relação frágil eu mantinha com o meu pai foi por água a baixo de vez.

Mas isso é assunto pra outra hora.