Capítulo 24

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Ao abrir os olhos lentamente, Cheryl viu Toni na cama ao seu lado. Espantada, soltou um grito de surpresa.
Toni abre os olhos sobressaltada, pensava que estava sendo atacada.

- O que foi, Cheryl? - Ela senta na cama sentindo o coração acelerado.

- Você. Dormindo. Na. Minha. Cama. - Ela diz pausadamente apontando para o corpo de Toni. - O que é isso, Toni?

Toni bufou jogando-se na cama, bagunçando o cabelo e sorrindo de lado. Cheryl ficou encarando a mulher atrevida que sorria lindamente.

- Você estava tremendo de frio e bastante quente, Cher. Eu quis te fazer ficar melhor, só isso. Você acha que eu iria abusar de você sem sua permissão? - Cheryl corou ao sentir os olhos de Toni cair em seu corpo. - Vou descer e vê se o café da manhã está servido. Você pode ir tomando banho e se arrumando, pois, iremos visitar seu pai. Bom dia, Cherry.

Toni sorriu ao pronunciar pela segunda vez o apelido que tinha inventado para Cheryl. Ela entrou no banheiro, lavou o rosto, vestiu uma camiseta e saiu. Cheryl tinha um sorriso bobo nos lábios, sentiu o cheiro de Toni em si. Tratou de banhar-se, vestiu-se e ajeitou os cabelos que estavam soltos. Toni, que ficou um tempo conversando com a irmã na sala, voltou para o quarto ficando encostada na entrada admirando Cheryl.

- Você está aí faz muito tempo? - A jovem perguntou ao virar-se e se dar conta que estava sendo observada.

- Está aí uma coisa que eu nunca me cansarei é de te admirar. - Sorriu galante. - Pode ir descendo pra comer. Já já te encontro.

Cheryl encarou Toni por poucos segundos e saiu do quarto rapidamente. Ela estava confusa, o cheiro dela ainda estava muito presente em seu corpo. Ela acabou de tomar banho e ainda assim o cheiro estava forte. Desceu às escadas lembrando do que acabara de ouvir, sorriu.

- Bom dia, Cheryl. - Veronica cumprimenta a jovem assim que a vê. - Sente-se melhor?

- Um pouco. Bom dia, Veronica.

Sentou-se à mesa e foi tratada com muito carinho por todos. Levou sua mão até o pescoço lembrando-se que tem pouco tempo. Ouviu de Thomas que alguns lobos já estão em confronto com os vampiros e que outras alcatéias um pouco menores estão surgindo pra ajudar.

Toni apareceu no ambiente sentando-se à mesa pouco tempo depois. Comeram rapidamente e subiram juntas para escovar os dentes. Depois de prontas, saíram em rumo a carruagem que as esperavam.

- Eu preciso te contar uma coisa, Cherry. - Sussurrou Toni já no caminho para o casarão Blossom.

- Diga, Toni. O que aconteceu?

- Sua irmã foi ferida gravemente na perna ontem. Ela desmaiou pouco tempo depois. - Disse vendo as lágrimas nascerem nos seus olhos. - Ei, não chora. Ela vai ficar bem.

- Como você quer que eu fique bem, Toni? - Berrou deixando as lágrimas descerem pelo seu rosto. - Isso é coisa do Hal... Ele quer fazer mal para mim e para a Anne. Eu não posso deixar, não posso...

Toni abraçou Cheryl tentando fazê-la se acalmar. Sentiu o corpo dela tremer, chacoalhar pra ser mais exato. Cheryl ao sentir o cheiro de Toni tão perto, sentiu uma chama arder dentro de si.

- Toni... - Chamou inebriada.

Cheryl estava de olhos fechados, embriagada pelo perfume de Toni. Ao abrir os olhos, Toni a encarava e então viu seu olhar surpresa. Os olhos de Cheryl estavam brilhantes, como nunca Toni viu.

- Cheryl... - Sussurrou assustado com o brilho em seus olhos.

Em um movimento rápido, Cheryl puxa o pescoço de Toni unindo os seus lábios com os dela. As duas começaram um beijo avassalador, desenfreado. A mão direita de Toni pousou na cintura da jovem arrancando um suspiro da boca da mesma. Em um sobressalto, Cheryl solta os lábios de Toni levando as mãos ao local beijado.

- Me... Me desculpe, Toni... - Falou sentindo o rosto ruborizar. - Eu, eu não sei o que me deu e...

- Você está se desculpando por beijar sua mulher?- Toni passava as mãos em seus lábios lembrando do gosto maravilhoso dos lábios da sua esposa.- Não se desculpe, Cherry. Saiba que eu gostei.

A jovem se calou ainda bastante corada. Ela tentava entender como a beijou assim, sem mais nem menos. Forçou sua mente a esquecer esse episódio e focou no trajeto que fazia até sua antiga casa. Pouco tempo depois chegaram e muito antes da carruagem parar Cheryl já estava saltando da mesma.

- Anne! - Gritou passando por uns lobos abrindo a porta do casarão.- Onde está a Anne?

Cícera apontou para o quarto que se localizava no primeiro andar. Cheryl sem demora pôs-se a correr subindo as escadas. Toni acompanhou-a um pouco atrás. Observou sua esposa ofegante e bastante preocupada ao abrir a porta do quarto da irmã.

- Oh Anne... - Exclamou tomada por uma emoção inexplicável ao ver a irmã desacordada. - Minha querida irmã, acorde...

Clifford e Penélope estavam no quarto quando Cheryl abriu a porta desesperada. Penélope limpava o enorme ferimento na perna da mulher e Clifford ajudava no que podia. Estava aflito, preocupado. Os lobos já foram na frente para proteger o vilarejo e ele se via desarmado ao ver a filha assim, desmaiada.

- O médico do vilarejo pediu pra ela se transformar assim que acordasse pra acelerar a cura. - Clifford dizia passando as mãos por dentro dos cabelos. - Mas ela não acorda de jeito nenhum. Já tentamos de tudo, até provocar dor e ela não acorda.

- Se ela ficar adormecida, esse ferimento pode apodrecer devido a profundidade. - Toni ousou opinar. - Vocês precisam estar limpando o tempo todo, se possível não deixa-lo exposto. A garota é forte, vai acordar.

Cheryl estava com o rosto encostado no peitoral de Anne, chorando. Ouvia os batimentos lentos do coração dela, parecia agonizar por algo. Encarou Toni e depois encarou seu pai.

- O Hal voltou, pai. Por alguma razão ele quer fazer mal a mim e a Anne. - Levantou-se enxugando as lágrimas. - Eu não vou deixar ele me roubar mais ninguém. Eu estou pronta, irei me transformar. Eu serei membra das duas alcatéias mais fortes que esse mundo já viu e vou arrancar a cabeça desse desgraçado.

Toni se viu admirando a coragem da sua esposa e seus lábios deram um sorriso contido. Cheryl vai começar a sentir tudo na mesma intensidade que ela, todos os sentimentos e desejos. Como será que ela irá lidar dar com isso?

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora