A poesia pode ser como o oceano
Profundo e cheio de correntes
Que podem levar a lugares inesperados.
Até mesmo as suas profundezas.
Navios cheios de tesouros e corpos
Descansam em seu leito.
Assim como Sentimentos
Inconfessos ou à flor da pele.
Náufragos buscam ilhas.
Pescadores lançam suas redes
Em busca de inspiração.
Pôr-se ao mar da poesia
É aventura que não é pra todos.
O marinheiro de primeira viagem
Pode se afogar.
O velho marinheiro só quer saber
De balançar na rede.
Já perdeu o encantamento.
O mergulhador experiente
Já não se deslumbra mais.
O aprendiz precisa primeiro
Aprender a nadar.
Poemar é preciso
Para que o poeta
Sobreviva às ondas
Que o ameaçam engolir
Caso não aprenda a nadar.
Brincar na beira da praia
Não é opção para o poeta;
O vislumbre do infinito
O faz querer viajar.
O navio é sua imaginação,
Sua passagem, a caneta.
O oceano, seu coração.