Capítulo 7

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Edgar

Eu estava decido confrontá-la, estava seguro de que a questionaria, mas ao invés disso falei a ela que daria o quarto pra ela, nem eu mesmo sei de onde tirei essa ideia, mas me lembrei de um conselho de meu pai "Só se ganha algo conquistando" aquilo perturbou minha mente, eu nunca precisei conquistar nada, sempre as coisas chegaram fácil pra mim, mas pelo visto eu teria que me esforçar, afinal eu estava louco de desejos por ela, ver ela daquela forma virou minha cabeça e eu queria mais do que nunca sentir que Manuela viesse ser minha.

Preparei o café com a intenção de me aproximar mais dela, deixá-la com o quarto foi uma jogada de mestre, mas sei que ainda terei muitas camadas para destrinchar, pois Manuela era muito misteriosa pra mim, fiquei horrorizado ao descobrir coisas sobre ela e o internato ao qual nunca procurei saber, assim que começamos o café eu fiz questão de fazer uma pesquisa rápida no celular sobre o colégio interno e quando vi para o que aquilo servia me deixou perplexo, agora compreendo tamanha obediência, ela foi ensinada a ser submissa ao seu esposo, por isso sempre me trata como eu fosse seu dono, fiquei analisando o qual interesse de Manuela querer ir para aquele lugar.

- Manuela por que decidiu ir para o internato? - questiono e ela me olha surpresa.

- Eu não decidi! - diz.

- Como não? - pergunto.

- Sinceramente achei que você que tinha me mandado pra lá. - fala.

Eu jamais a mandaria para um lugar que ela não quisesse ir, então a respondi - Eu não sabia que tinha ido porque mandaram, sempre achei que quisesse ir!

- Eu não tive muita escolha, assim que assinei o contrato, bem, o nosso contrato, meu pai me mandou arrumar as malas, eu fiz, Cris me levou até lá e fiquei até semana passada. - me diz e eu sinto que ela está magoada.

- Eu sinto muito, nunca imaginei isso! - falo tocando sua mão.

- Eu me senti muito sozinha, Cris me visitava apenas quando dava... - ela não terminou de falar e pude ver uma lágrima descendo no seu rosto.

- Eu fui lá! - falei soltando sua mão.

- Você foi? - me questiona limpando a lágrima.

- Fui quase todos os finais de semanas, fiquei sabendo que você fugia! - falo sorrindo.

Tento mudar de assunto, pois vi o quanto era doloroso falar sobre tudo isso.

- Como sabe? - me pergunta.

- A secretária me contava - digo.

- Eu sempre fiz tudo certinho, sempre tive cuidado quando saia a noite! - me diz.

- E pra onde você fugia? - pergunto curioso.

- A biblioteca! - ela fala.

- Sério? - falo surpreso, pois na idade dela eu fugia para beber, namorar e outras coisas mais, mas não a uma biblioteca.

- Eu disse nunca ninguém foi chamado por minha rebeldia, se descobriram e nunca contaram, seja porque sabiam onde eu ia! - suspira - A biblioteca é o meu lugar favorito. - termina.

Só agora pude notar que Manuela não queria casar como eu, ouvir sua história era até cruel para uma menina como ela, em meio a tanto assunto não consigo parar de encará-la, afinal ela era muito bonita e quanto mais ela falava a minha curiosidade sobre ela só aumentava. Saímos da cozinha e formos para o escritório.

- Por que me trouxe aqui? - me pergunta.

- Escuta Manuela só agora me dei conta de que casamos mais por obrigação, nós dois nem sequer se conhecemos de verdade, não vou negar que você é uma mulher atraente aos meus olhos e que sinto desejos por você, mas sinceramente o que aconteceu ontem eu não quero repetir, no dia em que achar que devemos consumir nosso casamento se é que vai acontecer algum dia, você vai dizer, eu jamais vou forçar algo, prometi pra minha família, sua família e a mim mesmo que faria esse casamento dá certo, se não somos marido e mulher, podemos então ser amigos até esse contrato acabar, o que acha? - pergunto.

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