-Capítulo Sessenta e Dois-

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(Seis dias depois do acidente...)

─ Faz seis dias que eu não vejo e não falo com o Vin, estou desesperada. Ele não atende as minhas ligações, não responde as minhas mensagens, eu vou até lá e ninguém abre a porta, acho que ele dispensou todo mundo que trabalha lá, a casa parece abandonada. ─ Falo andando de um lado para o outro no meu quarto. ─ Minha mãe diz para eu ser paciente, mas como posso controlar meus nervos sem saber de nada?!

─ Relaxa Verônica! Ele acabou de perder os pais de uma forma trágica, ele precisa ficar sozinho por um tempo. Tenho certeza de que logo ele vai te procurar. ─ Olho para Lorrany que estava sentada na minha janela ascendendo um tabaco.

─ Eu entendo que ele precisa de um tempo, mas ainda fico preocupada! ─ Me jogo sobre a cama. ─ Da última vez que ele desapareceu assim eu o encontrei desmaiado sobre o chão. ─ Cubro meu rosto com as mãos.

─ Você explicou a situação para a diretora? ─ Peter pergunta entrando no quarto segurando uma das minhas canecas de chá, o vejo sentar-se na cadeira da minha mesa de estudos ao lado de onde Lorrany estava.

─Sim, foi uma conversa bem longa, mas acho que fiz a bruxa entender. ─ Respondo me lembrando da cara de desgosto que ela me olhou durante toda a conversa.

─ Acredita que a popularidade do Vin aumentou nesses últimos dias? Todo mundo está agindo como se fossem os melhores amigos dele e falando do quanto os pais dele eram incríveis. ─ Ela diz revirando os olhos do outro lado da cama.

─ Nem eu cheguei a conhecer os pais do Vin, era para ter um jantar depois que eles voltassem da viagem. Agora eu nunca vou conhece-los. ─ Digo sentindo um pesar no coração.

Os dias estão sendo tão difíceis, não consigo parar de pensar no Vin, a preocupação aumenta a cada dia sem nenhuma notícia dele. O olhar curioso das pessoas sobre mim me deixa desconcertada e irritada, afasto todos que se aproximam querendo saber mais sobre o Vin e o acidente, algumas garotas sentiam uma raiva irracional de mim, era como se eu tivesse matado os pais dele e o afastado da escola para elas.

Como se eles o conhecessem.

...

Saio do banheiro enrolada na toalha enquanto secava meu cabelo com outra, estava precisando de um banho. Visto meu pijama e desço para comer algo com a toalha enrolada na cabeça, depois eu pretendo usar um secador de cabelo, a última coisa que eu quero é ficar dente agora. Depois de 50 tentativas de contato co9m o Vin, desisti para me cuida u pouquinho, faz dias que não me alimento direito. Imagino como ele esteja se sentindo agora.

A tarde foi se passando e eu estava na minha quinta xícara de chá quando escuto uma batida na porta, me levanto deixando a tigela de pipoca sobre a mesa de centro junto a xícara. A pessoa do outro lado bate na porta novamente e eu me apresso para abrir. Me surpreendo ao ver os amigos do Vin me encarando.

─ Oi pessoal, aconteceu alguma coisa? Tiveram notícias do Vin? ─ Pergunta imaginando mil e umas possibilidades.

─ Verônica, viemos contar a você como Vin está. ─ Jeremy diz arrumando os óculos em seu rosto, meu coração acelera e eu saio de casa.

─ Por favor digam, faz dias que tento falar com ele e nada, estou muito preocupada. Eu fui até casa dele e ninguém me atendeu. ─ Sinto se formar um nó em minha garganta.

─ Ele não quer ver ninguém, tivemos que pular a janela da casa dele para vê-lo, quase nos machucamos devido à altura. ─ Bem diz cruzando os braços.

─ Então, como ele está? ─ Pergunto franzindo as sobrancelhas.

─ Ele está péssimo, Verônica, não toma banho a dias e... ai! ─ Jack resmunga ao receber um beliscão no braço de Jeremy. O loiro se afasta e Jeremy toma a frente falando?

─ Dando continuidade ao que Jack estava dizendo, ─ encara o amigo o repreendendo ─ Vin não está bem, ele não atende e não atende o telefone porque está desligado e Vin está deitado na cama desde o dia que saiu do hospital, concluímos isso porque as roupas são as mesmas. Tentamos de tudo para fazê-lo levantar e comer algo, mas ele não se meche e parece não ouvir nada também, as únicas palavras que ele disse foi para irmos embora. ─ Quase posso ouvir meu coração se partir. Solto um suspiro deixando meu corpo descansar na porta.

─ Sabe quando será o funeral? ─ Pergunto.

─ Será domingo de manhã, nós até iriamos, mas o tio dele comentou no hospital que será fechado apenas para a família e o Vin quer ficar sozinho. Ele nunca fala da boca pra fora, se é isso que ele quer, é isso que vamos fazer. ─ Bem diz enfiando as mãos nos bolsos.

─ Que?! Não, não podemos deixar ele sozinho agora. Ele... ele precisa saber quem tem a gente do lado dele. ─ Gaguejo9 sentindo o nó na garganta se intensificar, não quero chorar agora, não na frente deles.

─ Verônica, eu conheço o Vin como ninguém e eu lhe garanto que tudo o que ele precisa é realmente estar sozinho agora, ele está processando as coisas ainda. ─ Agora foi a vez de Jack falar, mas nada do que ele disse me convenceu.

─ Tudo bem. ─ Digo fingindo me dar por vencida, não entra na minha cabeça isso. Vin precisa estar rodeado de pessoas que o amam.

─ Obrigada gente, eu estava ficando louca sem saber nada dele. Fico um pouco mais aliviada por saber que ele está em segurança em casa.

─ Não precisa agradecer, qualquer coisa avisamos. ─ Jack fala estendendo a mão e eu a agarro.

Depois de me despedir entro novamente trancando a porta, tudo isso está apertando meu coração de um tanto, chega a doer. Saber que Vin está sofrendo é horrível, mais horrível ainda é não poder fazer nada para ajudar, me sinto inútil. Passo as mãos pela minha cabeça tentando encontrar folego, são tantos pensamentos, eu preciso vê-lo, preciso estar com ele.

─ Aguente firme. ─ Sussurro para mim mesma. Seria tão bom ter minha mãe agora, ela tem todas as respostas.   

Hoje foi curtinho para mostrar como está nossa querida Verônica no meio de tudo isso

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Hoje foi curtinho para mostrar como está nossa querida Verônica no meio de tudo isso.

Estou de luto pelos personagens, quando eu planejei essa parte do livro eu não pensava que ia me doer tanto.

Aguenta firme Vim, vai precisar.

Próximo capítulo vai ser narrado pelo Vin.

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