Capítulo 1

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Sento- me mais uma vez em uma daquelas salas de espera de hospital, novamente o local está lotado

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Sento- me mais uma vez em uma daquelas salas de espera de hospital, novamente o local está lotado. O choro de criança é o barulho mais insuportável que eu já ouvirá.

Olho para o meu relógio o vendo marcar onze e meia - está em meu horário - caminho em passos longos sendo ignorado por todo aquele povo, passo de quarto em quarto checando prancheta por prancheta.

-Ah! Aqui está! Quarto 212! - digo entrando pela porta - Olá Jeff!- digo sendo ignorando, o de sempre - Hoje é seu dia amigão! - digo tocando na mão do enfermo deitado na cama de hospital.

-Me desculpe por isso Jeffrey! - digo sugando a alma de Jeffrey que exalava dor e sofrimento, esses são os mais difíceis de levar.

Saio do quarto me espremendo para passar pelas enfermeiras e médicos alarmados tentando ressuscitar Jeffrey.

Jeffrey era um cara novo, com seus 30 e poucos anos após descobrir o câncer no pâncreas, viu sua mulher e seus filhos se afastarem, ele enfrentou a quimio sozinho, cada dia mais amargurado e triste, a quimio não funcionou muito bem e eu tive que leva-lo. O problema do câncer não é o que ele faz com você, e sim com quem está a sua volta! 

Caminho até a saída do hospital já cansado de ouvir choro infantil, eu ainda tenho mais trabalho pela frente.

Atravesso a rua apressado e olhando meu relógio que está estragado, sugar vidas realmente é desgastante - admito-.

As ruas de Nova York não estão tão movimentadas como normalmente são, poucas pessoas acordam a essa hora para irem trabalhar.

-Humanos! - bufo - tão ingênuos. - murmuro revirando os olhos e passando a mão em meus cabelos negros.

Se eles soubessem quanto tempo perdem se preocupando com dinheiro, ou até mesmo com bens materiais. Cada um deles tem muito pouco tempo. A vida é um privilégio, concebido a todos  porém poucas almas são realmente felizes e proveitosas.

Corro para conseguir chegar a tempo, almas que escapam são trabalhosas, olho meu relógio novamente e ele marca sete e meia.

-Bem na hora! - murmuro.

Um caminhão passa a 180Km por hora, e Madelaine Wilson - uma bela mulher de meia idade- se atira a frente, o caminhoneiro nem tenta desviar - E nem deveria já estava previsto- passando por cima dela e a deixando estatelada no chão, em pedaços!.

-Mad! Mad! Mad!, Isso vai dar trabalho para limpar, você não me parece muito bem... Está em pedaços, eu diria. - digo dando uma breve risada-.

Recolho a alma de Madelaine, sentindo o amargor e todo o sofrimento que ela carregava, sinto falta de almas felizes.

Não demora muito pra vir uma pequena multidão ver o estrago, eles são tão curiosos.

-Por Deus! eu preciso de uma folga. - Digo tirando minhas luvas e as colocando dentro de meu sobretudo preto enquanto tento passar pela multidão-.

Entre a vida e a morte - Histórias de um CapituloOnde histórias criam vida. Descubra agora