ᴘʟᴇᴀsᴇ ᴅᴀᴅᴅʏ - 24

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Any Gabrielly

Estávamos todos reunidos no salão, esperando o diretor aparecer. Eu estava nervosa, sentia que algo ruim iria acontecer. Sabina não chegou perto de nós depois daquelas provocações, que por sinal, estão rondando minha cabeça até agora. Mas de longe, pude vê-la sorrir maliciosamente (de um jeito ruim), enquanto conversava com Meg.

Não sei quando surgiu essa amizade entre as duas, mas sei que assim que ela começou, Sabina virou outra pessoa. Eu não gosto nem um pouco disso.

Todos ali ou conversavam, ou mexiam no celular esperando a tal palestra acontecer. Ninguém sabe ao certo, sobre o que se trata. Não há nenhum professor aqui, apenas os alunos, o que aumenta minha preocupação.

- Vamos dar o fora daqui. - Joalin estava com o mesmo sentimento ruim, e algo me diz que ela já fazia idéia do que iria acontecer.

Assim que nos levantamos, as portas se abriram, revelando os pais e responsáveis dos alunos, - inclusive meus pais - que entraram e se sentaram nas cadeiras atrás de nós. Logo, o diretor apareceu e subiu ao palco.

- Devem estar se perguntando, o motivo de estarem aqui. - ele começou. Mr. Larry é conhecido por ir direto ao ponto. - Não se preocupem, é algo básico. Foram feitas algumas mudanças nas regras da escola, e eu queria deixá-los todos bem informados.

Ok, não há nada que eu deva me preocupar. Vão apenas dizer as regras. Talvez eu esteja paranóica demais.

- A primeira mudança que foi feita, é á respeito dos uniformes... - minha paranóia não me deixava prestar atenção em nada. Aquilo estava calmo demais.

Quando estávamos ouvindo a décima regra mudada, Sabina e Meg sairam do salão, e não voltaram. Ok, eu estou surtando aqui.

Joalin percebeu meu nervosismo, e segurou minha mão com força, passando-me segurança. Talvez seja bobo para alguns, mas eu adoro quando ela faz isso. Joalin é minha melhor amiga, e eu não á trocaria por nada.

- Chegamos ao fim. Pais e responsáveis podem se dirigir á porta principal, e aos alunos, voltando para a sala de aula. Nós ainda temos três horas. Agradeço a presença de todos. - Diretor Larry se despediu, e nós seguimos para a porta. Eu e Joalin resolvemos ir por último, e assim fizemos.

As pessoas me encaravam descaradamente. Alguns seguravam a risada, outros filmavam, e alguns me olhavam com pena. Alguns pais estavam boquiabertos olhando para as paredes, onde vários papéis estavam colados.

- Quanto é a hora, Any? - ouvi alguns alunos gritarem, e outros rirem.
O que está acontecendo?

Me aproximei da parede, e pude ver o motivo das piadinhas. Não. Não. Não. Não e não.

Elas estavam em todos os lugares. A mesma foto, pregada em todo o corredor, até a saída. Onde Sabina e Meg encaravam a confusão de braços cruzados.

Diferente de Meg, que sorriu ao ver minha expressão, Sabina encarava o chão.

Aquele dia, na sacada... o flash. Foi ela.

O rosto de Josh estava borrado, apenas eu e meu corpo nú estavam visíveis na foto.

Vergonha. Essa palavra me definia por completo.

Joalin me guiava para a saída, enquanto em enxergava tudo embaçado por conta das lágrimas. Por mais estúpido que fosse, eu queria que Josh estivesse ali, me abraçasse dizendo que tudo ficaria bem.

Meus pais estavam ali. Eles viram tudo. Se minha mãe já não me amava antes, agora ela provavelmente vai me colocar na rua.

Enquanto eu passava, algumas pessoas puxavam minha blusa, outros minha saia. Uma sensação horrível.

- Mas o que diabos...?! - Ouvi a voz do diretor. - Quem foi o responsável por isso?! - Ele gritava, estava furioso.

Joalin estava em choque assim como eu, mas não deixou de segurar minha mão em nenhum momento.

- Sabe o que seu namorado disse, quando contamos á ele oque iriamos fazer? - Meg segurou meu braço livre, olhando-me com deboche. - Desde que cubram o meu rosto. Eu não ligo.

Aquilo sim doeu. Doeu mais do que as palavras horríveis que ouvi, enquanto atravessava a multidão.

Quando vi, minha amiga já estava em cima da ruiva, distribuindo tapas por todo o seu rosto. Sabina encarava tudo em silêncio.

- Foi você. - minha voz saiu num susurro. Mas ela conseguiu me escutar. - Está feliz? Minha mãe me odeia, e meu pai deve estar sentido uma vergonha absurda de mim. Vou ter que conviver com piadinhas de mau gosto, porque não importa o quanto o tempo passe. Essas fotos nunca vão sumir. Espero que se orgulhe disso. Por que vai por mim, arrependimento é uma das piores coisas que se pode sentir nessa vida.

- ANY! - me virei para trás, era meu pai. Não fiquei para ouví-lo. Eu apenas atravessei a imensa porta de vidro, e corri.

Outro arrependimento.

Josh estava do outro lado da rua. Beijando outra mulher. A mesma que apareceu na casa dele, e comeu da minha lasanha.

×××

xoxo nic ❤️


Please Daddy ↬ beauany ᵇᵒᵒᵏ ᵒⁿᵉ/ᶜᵒⁿᶜˡᵘⁱ́ᵈᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora