O zelador do prédio comercial em que eu trabalho me contou uma vez que viu uma moça pelas câmeras de segurança andando sem rumo no meio da madrugada em que ele fazia turno, isso já há muito tempo.
Ele diz ter acompanhado ela até o nono andar pelas câmeras de vigilância quando ela sumiu de vista ao ir pelas escadas de incêndio — que na época, pela falta de orçamento, não foram instaladas.
"Eu tava sentindo dona Susana, ia dar merda!" me disse o zelador exaltado ao lembrar.
E foi dito e feito!
A moça apareceu no corredor novamente, para o alívio do zelador... Alívio esse que durou pouco ao vê-la correr pelos corredores desesperada.
"Era como se alguém tivesse perseguindo ela mas não havia ninguém."
Já com a arma em mãos e um dedo no telefone para ligar para a polícia, o zelador diz ter parado ao ver algo acontecer.
"Uma sombra, dona Susana! Apareceu e notauteou a menina! Levou ela arrastada por aquele carpete até eu não ver mais nada!"
Eu, que já estava impressionada com o relato perguntei o que ele havia feito depois.
"Liguei pra polícia, oras! Não devia ter feito pois riram de mim! Nessa hora eu tava me cagando de medo porque o que eu vi não era desse mundo, não senhora!"
Concordei já desconfiando que a polícia sabia de alguma coisa pela familiaridade da ligação. Contei a minha suspeita e ele concordou ao dizer:
"Antes de vir trabalhar aqui tiveram outros como eu que viram o que eu vi, só que ao vivo e a cores. Que fizeram a mesma ligação que eu."
Já arrepiada, perguntei o que era.
"Era a moça do 608, dona Susana. Ela gosta de fazer graça quando chega gente nova."
"E ela tá viva?"
"Não. Morreu quando o namorado arrastou ela pelos corredores e jogou ela no poço do elevador."
"Ah."
E foi só o que eu disse ao sair dali. Nunca mais olhei aquele prédio com os mesmos olhos.
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Que tal uma estrelinha ⭐?Srta. W
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Historietas Macabras: Para leitores que tem pressa | Vol. 01
Historia CortaO ser humano é inegavelmente atraído por histórias que exprimam o horror desde os tempos imemoriais. Repassadas oralmente, elas colocam os filhos dos seus filhos para dormir, deixando subentendido o aviso de que o mal está sempre à espreita. Em "His...