Jisung in Boderland

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Em cada capítulo eu deixei algumas músicas para usarem como trilha, e como eu uso o computador pra isso ela toca de boa sem afetar a forma com que eu leio a história, mas quando eu fui ver no cel isso era diferente. Então para que todos possam ouvir com as emoções indicadas vou deixar aqui no começo a playlist de cada um.

Bryce Fox - Horns. | a música deve ser tocada no momento em que o clipe com ela aparecer no capítulo, então deixem aí preparado ok? Espero que gostem, tenham uma boa leitura! :)

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— Tá bom, mãe, pode deixar, vou comer direitinho assim que sair daqui. — disse o jovem ao que passava o pano úmido sobre o balcão, retirando a sujeira acumulada de um pacote que havia estourado na mão de um dos clientes, o telefone apoiado sobre o ombro. — Não, só mais uma hora. — respondeu a pergunta da mais velha e então ouviu o pequeno sino da porta principal tilintar, avisando que alguém havia entrado na loja. — Chegou gente, vou ter que desligar, beijo. — se despediu antes de apertar a tecla e findar a ligação.

Por ser de madrugada poucas pessoas estavam nas ruas, mas algumas já começavam a sair para pegar os primeiros ônibus para irem ao trabalho ou voltando de alguma festa ou compromisso que tiveram durante a noite.

Observou o garoto não muito mais velho que si rumar a seção de frios, onde ficavam bebidas, sanduíches, refeições prontas e lanches rápidos como onigiris (bolinhos de arroz em formato triangular), sticks de queijo ou salsichas. Notou ao que o moreno pegou um potinho de leite fermentado e dois dos sanduíches da seção, e acompanhou o garoto no que ele foi para uma outra seção e pegou mais sabe se lá o que, francamente, por que tanta demorar tanto pra pegar as coisas? Eram cinco horas da manhã e Jisung só conseguia pensar que queria dormir.

Estava exausto de sua cansativa rotina. Saia da loja às seis, quando chegava o outro atendente para lhe substituir, ia pra casa e depois saia novamente as dez, quando ia para seu segundo emprego em um café. Seu trabalho lá não era muito diferente do na loja de conveniência, ficava no balcão como caixa e as vezes tinha que limpar algumas mesas. Seu turno acabava às dezesseis e então ele ia para casa mais uma vez, dormir mais um pouco e comer alguma coisa.

Se achou que acabou, se enganou. As sete e meia da noite ele saia mais uma vez, agora para ir aos encontros de rap que faziam todas as noites. Uma vez tentara entrar em uma empresa de música, mas aparentemente não era o que eles procuravam, então ficava ali com alguns amigos, brincando e treinando para poder melhorar e quem sabe um dia se tornar um rapper de verdade.

Não tinha talento o suficiente para chamar a atenção de olheiros de agências importantes mas também não era inteligente o suficiente para entrar na faculdade de música ou qualquer outra, além de não ter dinheiro suficiente para pagar por aulas de cursinhos ou de canto.

Saia de lá por volta das onze, quando ia comer alguma coisa rápida e em seguida ia para o emprego noturno, e então o ciclo recomeçava e continuava todos os dias.

Desde que se mudara da Malásia e voltara para a Coréia sua vida vinha sendo difícil. Morou com os pais até o ensino médio, quando foi com eles para o país estrangeiro. Não aguentou muito as divergências do local, sentia falta dos amigos, da cultura, e de tudo ao que estava habituado. Por isso, pediu aos progenitores pata voltar sozinho para seu país de origem e depois de muitas tentativas conseguiu, o que não esperava é que nada do que planejara para si fosse acontecer.

Esperava entrar em uma agência de idols e poder mostrar sua música para todos, mas foi chutado das duas que lhe aceitaram. E desde então, vivia assim. Sua mãe sabia que trabalhava mas acreditava que fazia isso porque as despesas da empresa lhe cobravam muito. Ao menos fora capaz de contar a verdade a genitora.

𝕭𝖔𝖉𝖊𝖗𝖑𝖆𝖓𝖉  [chanmisung]Onde histórias criam vida. Descubra agora