A Esperança | The Originals | Elijah Mikaelson | HIATUS

Capítulo XX (I think, therefore, I am)

APRIL ORSENIGO

A dor que invade meu peito é notória. Eu não consigo distinguir ainda o que dói mais. Tivemos tantos momentos intensos e de reciprocidade que eu nunca imaginaria que ele fosse me deixar. Doeu. E como doeu.
Eu chorei como nunca, mas de alguma forma sabia que eu e sua família éramos como os polos dos imãs, poderíamos estar juntos, mas não nos encontraríamos. Sempre teria algo para nos repelir, no meu caso, pra me mostrar a realidade que pairava sobre mim.

Elijah podia me amar, e eu acredito que ele ame apesar de tudo. Só que acima do amor dele por qualquer um e qualquer coisa está sua família. Eu sabia que conseguiria sobreviver e passar por isso. Eu nunca seria comparada a importância que sua família tinha sobre ele.

Ele mataria por eles e estava disposto a morrer por eles nesse caso. Entrando em um covil cheio de gente que daria tudo para matá-lo só para atingir sua família.
Mas ele tinha tudo pronto, ao menos era o que eu imaginava.
Eu não perguntava muito sobre o que ele fez na Noruega, mas pelo que entendi, era relacionado a isso. A ela.

Descobri através de Hayley e Freya que Elijah tinha um plano que envolvia Antoinette, filha de Greta, e que ela estaria com ele boa parte do tempo. Ele fingiria bem, afinal, precisa soar convincente pra todo o grupo de sua mãe.
Hayley me disse que esse plano tinha tudo para dar errado e eu acredito que ela esteja correta. Freya me disse que fará o possível pra que tudo isso acabe rápido, pra que Elijah se conscientize de tudo que fez e corra atrás do prejuízo. Embora não seja necessário, depois de tudo não sei se quero ele por perto.

Quando atravessei a rua, no dia que ele me deixou na porta de casa e correu para a sua, contar a novidade, eu só sabia chorar e me afundar em tristezas por não saber como ajudá-lo e por me sentir abandonada, deixada. Até que Lara, Hope e Rebekah me mostraram que eu não poderia ajudar alguém que não quer ser ajudado. Ele escolheu fazer tudo sozinho, e sei que assim como ele faz tudo por sua família, eles também farão por ele. Ele vai ficar bem.

Aos poucos, eu fui entendendo o plano, mas eu não esperava ver eles dois andando pela rua. Elijah era um ótimo ator, e eu, uma péssima mentirosa.
Dizendo a todos que estava bem, e que torcia pra que tudo desse certo, quando o que eu mais queria era que tudo isso desse errado. Era egoísta, eu sei. Mas ainda mais egoísta foi o que ele fez comigo.

Posso parecer idiota, afinal ele me deixou pra ficar com ela e seguir esse plano. Mas justamente por ele fazer isso por um plano que eu me sinto melhor. Ele ainda me amava, de alguma forma eu sentia. Não sei se isso me conforta ou me afronta.

Alguns dias depois, Bob Hoffmann, meu amigo da Noruega, veio para cá, onde abriria o bar, disse que o veria para que escolhessemos os móveis e todas as coisas que faltam. Ele sim tem sido um ótimo amigo.

Eu por outro lado precisava trabalhar, o que pra mim estava sendo uma ótima distração.
Consegui me adaptar a rotina de acordar cedo e ir caminhando até a casa de repouso, ou asilo para os íntimos, e conhecer cada vez mais dos idoso de lá. Além de ser muito bem tratada por eles e distraída, pude praticar a dança ensinando eles e ainda estava conseguindo pintar. De alguma forma descobriram meus dotes e pediram que eu lhes ensinassem. Distração pra eles e um escape para mim.
Quando a aula atual terminou, acabei ficando por lá até o anoitecer, pintando e me divertindo com eles. Quando termino, vou caminhando para casa, o que também é um ótimo exército de distração.

Alguns passos pela Royal St, e não demora pra que eu veja Elijah com ela. Ele precisava ser visto com ela. Ele precisava que os outros vampiros tivessem confiança de que ele não estava com seu irmão Klaus e nem com sua família. E estava conseguindo. Depois de sair de casa, mudar sua forma de se vestir... Ele está convencendo todos. Inclusive a mim. Não é ele ali, é só um personagem.