Nova Colega.

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"Não é algo fácil de esquecer. São memórias que não podem ser jogadas fora. Porque elas te definem." - Melodia de Esperança.

Na escola, o primeiro a chegar é Márcio, ele se aproxima de mim, nos cumprimentamos, ainda não tínhamos muitos assuntos, era inicio de amizade, mas eu ficava feliz por saber que eles me consideravam um amigo em tão pouco tempo. Ele era mais reservado, um pouco parecido comigo.

- Como foi seu encontro ontem? – ele pergunta.

- Foi bom, apesar de termos saído como amigos, eu senti que ela demonstrava certo interesse em mim... Ou será que estou vendo coisas onde não tem?

Ele ri. – Depende... Pode ser que ela te ache bonito. – ele diz.

- Está dizendo que sou feio? – pergunto.

- Não... Você é bem bonito – ele diz, e sinto que ele fica sem jeito depois que diz isso.

Sorrio. – Obrigado, mas pode ser que Melinda não goste de caras asiáticos.

- Acho que ela não liga para isso, e você chama atenção justamente por isso. – ele fala.

- Será?

Lucas e Hugo chegam e começam a me zoar antes mesmo de ouvirem o que eu tinha para contar. – Dylan está apaixonado pela "princesinhda da turma D". – eles diziam isso repetidamente em forma de cantoria.

- Parem, estão o deixando envergonhado. – diz Márcio, também entrando no jogo.

- Vocês são chatos. – falo.

Eles riem. – Não pode falar nada, você gosta da Verônica, Hugo. – o lembro.

Ele faz uma careta de que por essa ele não esperava. –Tem razão... Estou perdido, feito você. – ele diz e ri.

- Por que foram gostar de garotas tão complicadas em? – pergunta Lucas, não perdendo uma oportunidade de nos tirar.

De repente, Melinda, Verônica e Isa passam por nós, somos pegos de surpresa, não tínhamos nos dado conta de que elas se aproximavam, será que elas haviam escutado tudo? Esperava que não. Dizemos "Oi", elas respondem e sorrirem, até demais para minha surpresa, deveriam ter escutado um pouco da nossa conversa, mencionando elas, ai... Que vergonha.

Para nossos espantos, elas param perto de nós, e ali permanecem. – Podemos ficar com vocês até que o sinal toque? – pergunta Isa.

- Claro, podem. – responde Lucas, meio abobalhado, e depois falava da gente...

Melinda fica do meu lado, e eu fico nervoso. Tento em controlar. – Ontem eu comecei a assistir aquele dorama, "A Little Thing Called First Love", - ela diz.

- E aí? Gostou?

Ela sorri. – Eu amei, nossa, eu fiquei apaixonada logo no primeiro episódio, o veterano é tão fofo... E lindo. Estou adorando, vi uns três episódios seguidos, eu não fazia ideia do quão bom e viciante, doramas poderiam ser. – ela termina de dizer e ri.

- Doramas? O que é isso? – pergunta Lucas, os restantes estavam sem entender nada do que falávamos.

- São séries asiáticas, vocês também deveriam assistir, são ótimos. – eu falo.

- Ah... Já vi a capa de alguns no catalogo da netflix, mas nunca assisti. – diz Hugo.

- Sério, eu assisti ontem e amei. – diz Melinda. – Já quero assistir vários outros.

- Isso acontece, quem entra nesse mundo, é bem difícil de sair. – digo.

Ela ri. – Acho que sei o porque, é totalmente diferente das séries americanas que estamos acostumados, séries asiáticas são mais fofas, mais românticas, mais tocantes e é mais puro também. – ela diz, com um sorriso no rosto.

- Nossa fiquei curioso agora. – diz Lucas.

Quando eu recomendei os doramas, eu realmente não esperava que ela fosse gostar tanto. Fiquei feliz, era como se estivesse um passo mais próxima de mim.

O sinal tocou e tivemos que nos separar, já que éramos de salas diferentes. Durante a aula, uma garota da minha turma, que eu nunca havia conversado antes, sentou-se próxima a mim, e puxou assunto.

Ela tinha o cabelo cumprido loiro, todo cacheado, e olhos castanhos. – Oi. – ela diz.

- Oi. – respondo, estranhando um pouco.

- Sou a Ana. Seu nome é Dylan, não é?

- Sim, é sim.

Ela sorri. – Só queria ter certeza, já que sou nova aqui, é a minha primeira vez nesta escola.

- Também é a minha primeira vez aqui. Já fez amigos? – pergunto.

- Não, ainda não.

Sorrio. – Fez o seu primeiro agora. – digo.

- Obrigada, é um alívio saber disso, é tão ruim ficar sozinha...

- Sim, eu sei. Não é nada legal mesmo.

De repente o professor chama a nossa atenção, e nos calamos, já que não dava para conversar muito naquele momento. Ana parecia ser legal, e vi que ela estava um pouco assustada também, acho que deve ser difícil para ela fazer amizades, assim como é para mim, então, me senti na obrigação de ajudá-la.

Quando o sinal do intervalo tocou, a chamei para se juntar a nós, não queria que ela ficasse sozinha, queria ajudá-la a ter amigos novos. Caminhamos juntos, até encontrarmos Melinda e suas amigas. Elas nos olham surpresas, mas se aproximam.

- Essa é a Ana, uma nova amiga da nossa turma, ela é nova na escola e não tem muitas amizades. – eu tento explicar.

- Oi, Ana. – elas a cumprimentam e se apresentam.

Quando todos já estavam apresentados, começamos a falar. – Então, você é um pouco introvertida? – pergunta Verônica.

- Um pouco, mas estou tentando mudar isso.

- Pode contar conosco, você é muito bonita, e seu cabelo é maravilhoso, é natural? – pergunta Isa.

Ana sorri, parecia envergonhada. – É natural sim.Obrigada, vocês também são lindas.

Começamos a conversar sobre séries, até que Melinda toca no assunto dos doramas com Ana, para que ela também conhecesse, mas para a surpresa de todos, ela já conhecia os doramas e assistia.

- Você também assiste? Eu amo doramas! Assisto desde o ano passado, sou muito viciada nesse mundo asiático. – ela diz e sorri.

- Eu comecei a assistir o meu primeiro ontem. – diz Melinda.

- Ah, você vai amar cada vez mais. Qual começou a assistir?

- A Little Thing Called First Love.

- Eu já assisti esse, é maravilhoso.

- Sim, também estou achando.

- Estamos boiando no assunto. – comenta Lucas, e ri.

- Acho que todos terão que assistir doramas, para podermos entender e participar dos assuntos... – diz Verônica.

- Desculpa gente, é que quando começamos a falar sobre doramas, ficamos empolgadas. – diz Ana, sorrindo.

- Não fazia ideia de que você gostasse. – falo.

- Confesso que me aproximei de você por causa disso, eu me senti mais a vontade pelo fato de você ser asiático. – ela diz e em seguida sorri envergonhada.

- Ah... Tudo bem é... – eu dizia, até ser interrompido por Melinda.

- Então, Dylan... Eu posso ir à sua casa hoje? – ela pergunta, sem mais e nem menos. Todos ficam com os olhos arregalados, surpresos, inclusive eu.

- Pode. Estou livre hoje à tarde. – falo, sem jeito.

Ela sorri satisfeita e eu fico feliz, mas com vergonha ao mesmo tempo, por causa dos meninos e das meninas que escutaram e estavam nos olhando de forma assustadora. Eu não fazia ideia do motivo que levou Melinda a querer ir à minha casa, mas, saber que ela iria lá, por causa de mim, fazia eu me sentir muito feliz, e curiosamente, ainda mais apaixonado.

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