Nada a ser ouvido

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O pinga-pinga da torneira,

O latido insistente do vira lata

O ronco que sobe e desce,

Qualquer barulho repetitivo

Me enlouquece.

O barulho do martelo na parede,

A reza baixa da religiosa,

A discussão que se intensifica.

O beat da música,

O som da rua,

Nada disso muda

Nada disso adianta.

Você só piora com o tempo

Parecendo um doente, que não tem

Um remédio que lhe cure.

Você coloca os fones,

Coloca uma música

E deixa que aquela letra que você

Conhece, mas não entende

Lhe entorpeça e que você durma.

Boa noite, seu esquisito.

Talvez amanhã seus ouvidos

Não escute, esses pequenos barulhos.

Um tempo a só(s)Onde histórias criam vida. Descubra agora