Bônus - Louis e Ingrid

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Louis Clair

Os policiais me revistaram antes de me autorizarem a entrar no quarto do hospital em que Elaine está, pelo que sei ela ficar aqui até o dia do julgamento e a proteção está bem distribuida pelo local. Adentro a sala e ela me encara quando paro ao lado da maca, seu rosto ainda está com hematomas por causa da surra que levou da Lola, cruzo os braços.

— Eu quero saber o que você ganha em fazer as pessoas sofrerem. Primeiro o Noah, querendo obriga-lo a se casar com Marjorie, mas agora já sabemos o porque da sua insistência. Achou que ele seria um idiota com eu fui em todos esses anos, Elaine? Depois veio Alícia, inventando que não sou o pai dela, mas o teste de DNA mostrou que você só queria machuca-la. E agora a Rebecca, dizendo que sou o pai biológico dela, isso é não é ruim porque eu a amo, mas dizer que matou a mãe dela, Elaine? Que história é essa? — ela ri.

— Alícia não é sua filha, você com certeza falsificou aquele exame para ele dar positivo e agradar a filha mimada.

— Dois anos depois do Vincent nascer Gregory fez vasectomia porque ele não queria mais saber de filho, mas pelo jeito ele não ti contou nada, né?

— E quem disse isso? A sonsa da Ingrid? Estão juntos? Você realmente tem um péssimo gosto para mulheres, Louis!

— Eu sei, eu com certeza estava louco quando me envolvi com você.

— Você foi um péssimo marido! Me traiu com a Celina e ainda teve uma filha com ela.

— Você me traiu primeiro com o Gregory, Elaine! Eu não lhe traí e sabe muito bem disso, quando me envolvi com a Celina estávamos separados, mas você tinha que estragar tudo e dizer que eu estava mentindo.

— E ela acreditou feito a idiota que era, igual a filha mesmo.

— O que você fez com ela, Elaine? —

— Como você já sabe, Celina não perdeu o bebê como aquela carta dizia. Quando eu descobri que ela estava grávida, a levei para o Brasil, lá seria mais fácil de dar um sumiço nela e ninguém perceber. Fiz ela escrever para você, mas uma semana depois a maldita fugiu e se escondeu tão bem que não a encontramos, mas contratei umas pessoas para ficar de olho e me avisar caso a vissem na rua e ela apareceu quando o bebê já estava com um mês, voltei para o país e quando me viu, saiu correndo e foi ajudada por um taxista que passou na hora. Dois dias depois ela largou a criança no portão do orfanato onde Rebecca foi adotada e foi para São Paulo e fui também, e em poucos dias foi morta a tiros, para todos em uma tentativa de assalto, com certeza foi enterrada como indigente já que nem a Cath sabe aonde a irmã foi parar — ela conta com tanta naturalidade que eu me assusto.

— Quando se tornou essa pessoa fria, Elaine? Ou já era assim e eu nunca percebi?

— Que pessoa fria, Louis? Eu não mando as pessoas entrarem no meu caminho, não aconteceu o mesmo com a Lola porque ela não quis mais saber de você.

— Você é doente! Quando for julgada será internada em um hospício!

— Eu não estou louca! — tenta me acertar, mas seguro seus pulsos.

— Sim, você está! E eu fico triste em saber que meus filhos vão sofrer com isso.

— Eu pouco me importo com eles, nenhum deles merecem o meu respeito, sempre foram um peso na minha vida.

— Tenho pena de você, Elaine!

— Eu não preciso da sua pena! E eu não quero saber de ninguém me visitando, odeio falsidade.

— Está fazendo um favor, Elaine! — me viro e saio sem dizer mais nada.

Me sento no banco do meu carro e respiro fundo, passando a mão pelo cabelo. Como me enganei assim? Eu a amava, mesmo passando por tudo, sempre tentei ser um bom marido e fui fiel, mesmo ela dizendo o contrário. Dou partida e sigo para a casa de Rebecca, avisei que iria visitá-la depois de passar no hospital. Pierre me atende na porta e avisa que minha filha está no quintal dos fundos brincando com as crianças. Passo pelas portas de vidro e meus netos me recebem com um abraço, me abaixo dando um beijo na cabeça de cada um.

Vidas Cruzadas | Spin-off Trilogia AmoresOnde histórias criam vida. Descubra agora