23- Trégua

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Dan

Já estava escurecendo quando eu cheguei na casa, subi os degraus carregando todo o meu desânimo nas costas. Descobri que quem está por trás do desaparecimento do meu avô é o meu tio Gael, isso foi tão decepcionante. Já sei que terei que encontrar esse testamento, o qual não faço ideia de onde possa estar, ainda por cima o Erick terminou comigo. E o que mais me impressiona é que tudo isso aconteceu em apenas um dia.

Antes de abrir a porta, escuto o meu celular tocar. Ana estava me ligando.

Chamada.

Ana: Dan.

Dandara: Aconteceu alguma coisa?

Ana: Não! não aconteceu nada, eu só liguei pra avisar que eu vou dormir aqui na Monsie, pensamos em assistir um filme antes, teria algum problema?

Dandara: Não. Tome cuidado e se divirta!

Chamada off.

Seria uma boa idéia mesmo a Ana ficar na casa da Monsie, poderia distrair ela um pouco.

Assim que entrei na casa eu dei de cara com o Oscar, ele estava sentado na cozinha com uma garrafa de whisky na mão, seu supercílio tinha um corte por onde o sangue saia e escorria pelo seu rosto, o canto da sua boca também sangrava. Fiquei olhando para ele, tentando imaginar o que teria acontecido.

- Desculpa não ter ido com você hoje. - ele diz assim que me vê parada na sua frente.

- Esquece isso. O que aconteceu com você? - pergunto assustada analisando os seus ferimentos.

- Fui tentar fazer com que os Santos e os Profetas tivessem uma trégua, as coisas desandaram e acabou que não deu muito certo essa minha tentativa. - ele diz virando a garrafa dando um gole grande.

- Tem alguma coisa para fazer algum curativo? - pergunto, ele aponta para a parte de baixo do armário. - Parece que não tivemos um dia bom. - digo limpando os seus ferimentos, ele faz umas caretas, mas me deixa fazer o curativo.

- É, pelo visto você não teve o melhor dia também. O que aconteceu?

- Bom, eu tenho que achar um testamento, um que não faço a mínima idéia de onde é o paradeiro, o Erick terminou comigo e a pessoa por trás de tudo o que está acontecendo é... O Gael, dá pra acreditar? - explico admirada com o que eu falei, sem acreditar que isso tudo aconteceu no mesmo dia.

- Aquele moleque terminou com você? - Oscar pergunta, o que me fez olhar confusa para ele.

- Pra tudo tem uma primeira vez né, mas você só conseguiu prestar atenção nisso? Sério mesmo? - pergunto o encarando.

- Foi mal, eu deveria ter ido com você, mais uma vez me desculpa por não estar lá - Oscar diz me olhando. - Como você sabe eu acabei me metendo em problemas. - oscar finaliza.

- Você teve que resolver as coisas da gangue, sua prioridade no momento, e mesmo assim eu liguei para o Martin ir comigo. - digo sentando à mesa depois de ter guardado tudo.

- Eu sei, liguei para ele antes. - Oscar diz.

- Então vocês voltaram à se falar? - pergunto.

- Uhum. - Oscar diz enchendo um copo de whisky. - Quer beber um pouco e esquecer tudo só por hoje? - Oscar pergunta me entregando o copo.

Aceitei a bebida, acho que eu precisava, afinal, a Ana não estava lá, então não teria problemas. Bebemos toda a garrafa de whisky que estava pela metade e algumas cervejas que tinha na geladeira. Conversamos sobre como aconteceu aquele nosso mal entendido na minha festa, nos perguntamos como estaria a Mônica, isso me fez lembrar do Javier também, prefiri não manter contato com eles, por isso acabei me afastando.



°Oscar •°

Disse para a Dandara que eu lhe acompanharia quando ela fosse até a sua casa, mas eu tinha esquecido que eu havia marcado uma reunião com o líder dos Profetas, achei que daria tempo de fazer as duas coisas.

Sai de casa e fui até uma casa onde os Profetas se reuniam, chegando lá, tentei convencer eles de que o melhor agora seria uma trégua para o bem de todos, mas não fui ouvido, a conversa de um conflito antigo voltou e começamos a discutir, tudo demorou mais do que o esperado.

- A gente pode fazer um acordo. - um dos líderes dos profetas diz assim que voltei a falar da trégua. - A gente pode fazer isso se você nos entregar Jefferson.

- A trégua seria para o benefício de todos e se eu entregar esse território, a gente sairia perdendo. - digo o encarando.

- Então não tem trégua. - ele diz sinalizando com a mão para que eu saísse.

Sai de lá com aqueles profetas me encarando, eu não poderia entregar o território em troca de uma trégua que com certeza seria temporária. Fui até o meu carro que estava estacionado à algumas casas dali. Assim que abri a porta do meu carro, senti alguém agarrar meu pescoço, era um dos profetas, eu ainda consegui me soltar, mas logo aparece mais dois dos profetas, dois deles me segurava enquanto o outro me batia.

- Se não nos der o que queremos, a gente toma. - um deles diz antes de irem.

Não achei que aqueles filhos de uma puta iriam chegar nesse nível de covardia, mas eles fariam de tudo para ter e provar que são os donos de tudo. Estava com muita raiva naquele momento, mas a única preocupação que vinha na minha cabeça era sobre a Dandara.

Já estava tarde e não chegaria à tempo para ir com a Dandara, então decidi ligar para o Martin, era a pessoa que mais confiava apesar de temos brigado. Liguei para ele e expliquei que não daria para ir com a Dandara, não disse o que tinha acontecido comigo se não seria mais uma coisa para ele se preocupar, ele concordou sem pensar duas vezes, o que me fez ficar mais tranquilo.

Antes de ir para casa, comprei uma garrafa de whisky no caminho, chegando lá não havia ninguém em casa, Cesar e Ana estavam na casa da Monsie. Peguei a garrafa de whisky e comecei a beber, estava pensando em algo para me vingar dos profetas, sempre são eles que começam algum conflito, dessa vez será eu.

Sai dos meus pensamentos quando vi a Dandara na minha frente me olhando confusa. Ela contou sobre tudo que aconteceu com ela assim que falei sobre os ferimentos que estavam no meu rosto, disse que o Gael estava por trás disso tudo, que deveria encontrar algo para ele, e que o moleque lá tinha terminado com ela.

Ofereci uma bebida para ela, achei que merecíamos, pra compensar o dia fudido que tivemos. Conversamos um pouco até ela ver que, estávamos ficando bêbados.

- Melhor pararmos de beber, acho que você não quer ficar de ressaca amanhã. - Dandara diz tirando uma das cervejas da minha mão.

- Verdade, temos muita coisa para resolver. - digo levantando, levantei com uma certa dificuldade, meu abdômen doia devido ao que tinha acontecido mais cedo.

Assim que a Dandara me viu levantar, ela me ajudou à ir até a minha cama.

- Espera! - digo segurando sua mão antes dela sair do meu quarto.

Continuar?

Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora