YA NO TIENE NOVIO | CHARLES LECLERC

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O tempo em Mônaco estava especialmente quente para uma noite de outono, mas não era aquilo que estava fazendo as palmas das mãos de Charles suarem e ele sabia disso — mesmo que tentasse desesperadamente se enganar ao colocar a culpa na meteorologia

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O tempo em Mônaco estava especialmente quente para uma noite de outono, mas não era aquilo que estava fazendo as palmas das mãos de Charles suarem e ele sabia disso — mesmo que tentasse desesperadamente se enganar ao colocar a culpa na meteorologia.

Se olhando uma última vez no espelho, o monegasco arrumou o cabelo castanho antes de pegar a chave do carro e finalmente sair de casa, com um destino tão certo quanto familiar em mente.

Fazia algum tempo que ele e Esther não se viam. Meses, se fosse ser exato. Entre o calendário abarrotado de corridas e as visitas extras que tinha que fazer à sede da Ferrari, Leclerc não saberia dizer qual havia sido o último fim de semana em que pôde ficar em casa e realmente descansar.

Não era como se ele e a amiga de longa data não estivessem acostumados a passar algum tempo longe um do outro — muito pelo contrário. Entretanto, daquela vez era diferente. A situação era diferente. Esther precisava dele, e Charles sabia disso. Ele sentia em cada mensagem que trocavam desde o dia em que tudo aconteceu. Sentia no tom de voz dela durante as ligações. Via em seus olhos nas chamadas de vídeo ocasionais que faziam.

E, por Deus, ele precisava dela na mesma medida, ainda que por motivos diferentes.

Charles precisava se certificar de que a amiga estava bem. Precisava vê-la com os próprios olhos e abraçá-la. Precisava deixar com que chorasse no seu ombro, se assim ela quisesse — ainda que pudesse apostar que jamais faria isso. Precisava estar lá por ela, o que quer que aquilo significasse.

Precisava de Esther, simples e puramente.

E o estava matando ter a consciência de que aqueles motivos não eram os únicos. De que, no fundo, estava sendo egoísta e se deixando levar por uma velha esperança que, apesar de ter perdido força com o passar dos anos, ainda estava entranhada nele como um parasita.

Assim que chegou no prédio da garota, subiu os três lances de escada de dois em dois degraus, impaciente demais para esperar pelo elevador. Entretanto, no momento em que se viu parado em frente à tão conhecida porta branca, respirou fundo para recuperar o fôlego e sentiu todo o seu corpo relaxar quando finalmente tocou a campainha.

Apesar de ainda ser relativamente cedo, Esther estava quase dormindo, enrolada como uma bola sobre o sofá da sala enquanto lutava para continuar prestando atenção no filme que assistia. O barulho alto e estridente a pegou de surpresa, quebrando o silêncio que reinava sobre o apartamento e a fazendo pular de susto.

Coçando os olhos, a menina arrastou as pantufas até a entrada, mas todo e qualquer resquício de sono desapareceu assim que seu cérebro processou quem era a pessoa que estava do outro lado da porta.

— Eu não acredito que você realmente está aqui! — Esther sorriu largo, se jogando nos braços do amigo. — Caramba, Don Juan, dessa vez eu quase senti a sua falta.

Quase sentiu a minha falta? — Charles caçoou, apertando-a contra o próprio corpo antes de afrouxar o abraço e a beijar na bochecha. — Por esse abraço eu diria que você sentiu muito a minha falta.

EFÊMERO | LIVRO DE CONTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora