Sou acordado de um jeito não muito agradável. Alguém me balança de um lado para outro e a luz do sol entra pelas frestas da janela.
― Noah, acorde. ― Chamou uma voz familiar.
Pigarreei antes de finalmente abrir os olhos.
― Não quer se atrasar para o primeiro dia de aula na escola nova, né? ― Meu pai perguntou se afastando. ― Em 5 minutos quero você lá em baixo. ― E saiu do quarto.
Fiquei um tempo deitado. Estou cansado e desanimado de mais.
Resolvi levantar e fui direto para o banheiro. Tomei um banho gelado e rápido. Depois, vesti calça jeans, uma camisa de manga preta e calçei os meus tênis brancos.
Peguei a minha mochila azul e ajeitei o meu cabelo na frente do espelho, mas percebi que se ele está arrumado de mais, fica estranho. Então baguncei os fios novamente e saí do quarto.
Passei pelo corredor, desci as escadas e joguei a mochila em cima do sofá.
― Fiz ovos mechidos. ― Disse Joey, colocando a comida no meu prato.
Me juntei ao meu pai e me sentei ao seu lado.
― Eu irei te levar hoje à escola. ― Retrucou o homem de cabelos castanhos ao meu lado. ― Mas só hoje. ― Avisou me lançando uma piscadela. ― Está nervoso para o seu primeiro dia de aula no Colégio Lawvencille Jensen? ― Meu pai me fitou atento.
― Eu... Não sei. ― Dei uma pausa. ― Acho que sim. ― Respondi dando um sorriso de lado.
No início desse ano, eu e minha irmã estávamos na Escola Eiston.
Em um dia, ela foi no banheiro feminino e eu fiquei esperando a Charlotte do lado de fora, mas ela estava demorando muito.
Pedi que uma das meninas dali do corredor entrasse no banheiro e chamasse pela minha irmã.
A garota entrou e deu um berro lá dentro. Depois voltou aos prantos.
Todos se reuniram em volta da menina e ela disse que encontrou o corpo de Charlotte no chão do banheiro, morta.
Depois disso, meu pai decidiu me matricular em outra escola.
Ainda estão investigando o caso. Minha irmã ― diferente de mim ― era bem popular, ou seja, ela tinha vários amigos e inimigos.
― Vai dá tudo certo. ― Retrucou Joey sorridente. ― Tenho certeza. ― Se levantou.
Sorri de lado e terminei de comer.
[...]
Eu e meu pai entramos no carro e partimos em direção à escola.
Enquanto Joey dirigia, eu observava a paisagem no lado de fora.
Depois de alguns minutos, chegamos no nosso destino.
― Boa aula. ― Falou o homem ao meu lado. ― E boa sorte. ― Sorriu.
― Tchau, pai. ― Abri a porta do carro.
― Tchau, meu filho. ― Respondeu e eu saí.
Meu pai foi embora e eu fiquei andando pela entrada, olhando ao redor.
Tinha um caminho de cimento até o grade portão de ferro. No lado direito e esquerdo tinham vários bancos de madeira.
Algumas pessoas conversavam, outras me encaravam. Engoli em seco.
Me sentei em um banco vazio e deixei a minha mochila ao meu lado esquerdo.
Percebi que uma garota que usava um colar com um pingente de "R" estava me encarando. Seu cabelo era castanho liso, ela usava uma roupa praticamente toda rosa e seus olhos eram castanhos escuros. A garota estava no meio de um grupo de meninos.
― Não liga pra Rachel. ― Umm garoto moreno se aproximou e sentou ao meu lado. ― Quando um aluno novo chega na escola, ela fica fitando a pessoa para saber se quer fazer amizade.
― Já percebi que ela não quer fazer amizade comigo. ― Retrquei e o garoto ao meu lado riu.
Ele tinha o cabelo bagunçado como o meu e usava uma roupa simples.
― Aliás, meu nome é Thomas. ― Se apresentou, sorridente.
― Noah.
― Noah, o aluno novo. ― O garoto ao meu lado olhando pro céu e riu. ― Daqui a pouco o sinal toca. Você já pegou o calendário com as suas aulas?
― Não.
― Vamos à diretoria pegar o calendário. ― Sugeriu se levantando. ― Eu te acompanho.
Levantei e começamos a andar. Logo entramos na escola, passamos pelo corredor e subimos as escadas.
Atravessamos um grande corredor e paramos na frente de uma porta que tinha uma plaquinha escrito "diretoria".
Thomas bateu três vezes na porta e girou a maçaneta. Logo de cara, nos deparamos com três pessoas sentadas no pequeno sofá da sala.
Um garoto alto e magrelo com o nariz sangrando se encontrava do lado direito do sofá; um menino baixo e gordinho com um saco de gelo na cabeça estava no meio; e no lado esquerdo, um menino que usava óculos e tinha um livro em mãos.
Todos nos fitaram quando a porta foi aberta.
― Bem-vindo à Lawvencille Jensen. ― Cochichou Thomas ao meu lado e eu engoli em seco.
― Oh, você deve ser o aluno novo! ― Gritou um homem saindo de uma sala. ― É essa a impressão que vocês querem passar ao aluno novo? ― Perguntou fitando os meninos que aparentemente tiveram uma briga feia e eles me fuzilaram com o olhar. Será que eu sou o próximo? ― Venha. ― Disse pra mim e eu entrei na salinha.
Me sentei em uma cadeira e o homem negro se acomodou em sua poltrona de couro atrás da mesa.
― Bom, eu sou o Sr. Jensen. Mais conhecido como O diretor. ― Começou apontando pra si mesmo. ― Você é o Noah, certo?
― S-sim.
― Suponho que você queira o calendário de aulas, não é? ― Levantou uma sobrancelha e eu assenti.
O diretor tirou uma folha de uma gaveta e me entregou ela.
•••
Continua...
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Que Se Torne Realidade
Mystery / ThrillerCONCLUÍDO *** +14 E se os seus pesadelos virassem realidade? Bom, é exatamente isso que Noah vive. Atenção: contém gatilhos como assassinatos, violência e depressão Iniciado: 19/01/21 Finalizado: 21/07/21 *** Plágio é Crime Crie a sua própria histór...