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Eu: meu almoço hoje fica na conta de quem?- pergunto me sentando no bar da dona Solange
Metralha: teus irmãos que sr virem- fala e os dois fazem careta
Magrim: ela mora contigo, tua responsabilidade- fala e eu dou risada da cara de tacho dos dois.

Acabou que quem pagou o meu almoço foi o Pesadelo, almoçamos todos juntos rindo, conversando, zoando, tirando onda um com a cara do outro, te falar viu?! A gente junto da bom não, só dá merda.

[...]

Entro no closet de toalha e vejo o cofre aberto, olho no quarto para ver se acho o Metralha e nada do bonito, tiro um malote de dentro do cofre e escondo em baixo de umas roupas minhas, estou pegando o dinheiro por pegar? Não! Legal, o Metralha é gente boa, é engraçado, é tudo, mas viver assim para mim não dá, porra eu fui vendida para ele, não dá pô, sem condições de viver assim, na minha humilde opinião, tenho plano de fuga? Não, mas tenho plano de fugir, desculpa mas não dá para viver assim não.

Metralha: tomou banho?- pergunta e eu confirmo com a cabeça fingindo procurar alguma roupa
Eu: da licença para mim me trocar por favor- peço e ele sai do closet na mesma hora.

Visto uma calcinha preta de renda, uma calça xadrez soltinha no corpo, um cropped preto de alcinha e uma havaianas de glitter.

Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo num coque bagunçado, desço plenissima vendo os meninos jogando videogame e vou pra cozinha, começo a ajeitar o jantar, uma garotinha entra na cozinha anima e me olha confusa.

Eu: oi princesa- falo me abaixando para ficar na altura dela- você deve ser a Valentina- falo a reconhecendo como a garotinha da foto que o Metralha me mostrou
Valentina: você é a namorada do meu papai?- pergunta tombando a cabeça pro lado toda fofinha e eu dou risada
Pesadelo: ela é a namorada do seu pai sim boneca- fala pegando a menina no colo
Eu: sou?- pergunto e ele me olha com aquela cara de "concorda diabo"- sou- falo e ela sorri batendo palmas
Valentina: então você é a minha nova mamãe?- pergunta pulando no meu colo
Metralha: a Tina tá aqui?- pergunta entrando na cozinha e sorri vendo a sobrinha
Valentina: papai ela é a minha nova mamãe?- pergunta me abraçando e eu olho assustada pro Metralha e pro Pesadelo
Metralha: sei não, é?- pergunta confuso me encarando
Pesadelo: é sim pequena, ela é a sua nova mamãe- fala e eu olho assustada pro Pesadelo.

Ah pronto, agora ele me vem com essa, dou umas porradas nele viu?! Ah mas eu vou descer a mão nele, esse homem tem algum problema na cabeça é possível não.
O Metralha pega a sobrinha do meu colo e sai da cozinha conversando com ela e o Pesadelo se mata de dar risada.

Eu: você tem demência? A menina cresceu sem os pais, procura uma figura materna que não seja a avó e tu fala isso para ela? Tu sabe o porquê eu estou aqui e ainda inventa essa Lucas- falo e ele arregala os olhos
Pesadelo: puta merda, não tinha pensado nisso- fala e bate na testa- vacilei né?!- fala e eu confirmocom a cabeça
Eu: você não sabe o quanto Lucas, você nem imagina o quanto tu vacilou- falo e dou as costas para ele indo mexer nas panelas.

[...]

Entro no quarto da Valentina para ver se ela está com fome e vejo ela deitada com o Metralha enquanto ele faz carinho nela para dormir.

Metralha: quer que o papai cante para você dormir?- pergunta e ela confirma com a cabeça
Valentina: aquela música lá papai- fala se aninhando no peito do Metralha
Metralha: sou eu que vou seguir você, do primeiro rabisco, até o bê-a-bá, em todos os desenhos coloridos vou estar, a casa, a montanha, duas nuvens no céu, e um Sol a sorrir no papel, sou eu que vou ser seu colega, seus problemas ajudar a resolver, te acompanhar nas provas bimestrais, você vai ver, serei, de você, confidente fiel, se seu pranto molhar meu papel, sou eu que vou ser seu amigo, vou lhe dar abrigo, se você quiser, quando surgirem, seus primeiros raios de mulher, a vida se abrirá, num feroz carrossel, e você vai rasgar meu papel, o que está escrito em mim comigo ficará guardado, se lhe dá prazer, a vida segue sempre em frente, o que se há de fazer, só peço a você, um favor, se puder, não me esqueça, num canto qualquer, sou eu que vou seguir você, do primeiro rabisco, até o bê-a-bá, em todos os desenhos coloridos vou estar, a casa, a montanha, duas nuvens no céu, e um Sol a sorrir no papel, sou eu que vou ser seu colega, seus problemas ajudar a resolver, te acompanhar nas provas bimestrais, você vai ver, serei, de você, confidente fiel, se seu pranto molhar meu papel, sou eu que vou ser seu amigo, vou lhe dar abrigo, se você quiser, quando surgirem, seus primeiros raios de mulher, a vida se abrirá, num feroz carrossel, e você vai rasgar meu papel, o que está escrito em mim comigo ficará guardado, se lhe dá prazer, a vida segue sempre em frente, o que se há de fazer, só peço a você, um favor, se puder, não me esqueça, num canto qualquer- canta todo desafinado, mas a cena é tão fofinha, a Valentina rapidinho dormiu no colo dele e ele sorriu fazendo carinho nela
Eu: quem diria que tu é um paizão- falo e ele me olha assustado
Metralha: tá aí faz tempo?- pergunta e eu confirmo com a cabeça- bora sair daqui antes que ela acorde- fala levantando devagar, saímos do quarto da Valentina e fomos pro dele, me deito na cama e ele deita do meu lado.
Eu: é fofo o jeito que tu cuida dela- falo e ele sorri de lado
Metralha: ela gostou de você- fala e eu sorrio
Eu: ela é uma fofura- falo e ele sorri

Meu Glorioso PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora