POV AINÊ
A manhã passou rapidamente, após nosso intervalo voltamos para a sala. 12:45 fomos liberados para o almoço, as melhores uma hora e meia gastas durante o dia.
O refeitório estava lotado, Jonah me apresentou para alguns amigos e amigas, nos sentamos em uma mesa perto da porta lateral e todos já trataram de me inteirar de como tudo funciona, os mais populares e mais nerds, melhores e piores professores, enfim.14:15 estávamos de volta em nossa sala, onde fiquei até o horário da saída. Jonah foi comigo até o estacionamento, nos despedimos com um abraço e eu fui ao encontro de Philippe, que estava encostado no capô de seu carro enquanto mexia no telefone.
Philippe: demorou - disse ao me ver perto.
Ainê: saí exatamente no horário que bateu o sinal.
Philippe: já está com um namoradinho novo? - perguntou ao entrarmos no carro.
Ainê: o que? Não! Está maluco?
Philippe: "Bye Jonah, see you tomorrow" - respondeu irônico, exatamente como respondi Jonah na saída.
Ainê: a, da licença né Philippe, Jonah é meu amigo, ele só me ajudou por ser meu primeiro dia.
Philippe: Bye Jonah.
Não respondi mais, tá doido, tirando com a minha cara, palhaço.
Fomos para casa em silêncio, quando fui tentar contar sobre o dia acabei tomando um vácuo imenso, então optei por abaixar o vidro e ir tomando uma brisa californiana enquanto não chegávamos.Chegamos em casa e Thaís foi nos receber praticamente no portão, já me bombardeando de perguntas antes mesmo de eu fechar a porta do carro.
Thaís: mas e aí, como foi? - ela estava eufórica.
Ainê: calma Tha - ri - vamos entrar, estou morrendo de fome.
Thaís: algum menino bonito? - questionou quando já estávamos em meu quarto.
Ainê: muitos - ri me jogando na cama - mas com certeza nenhum é para o meu bico.
Thaís: deixa disso, garota! Se joga.
Ainê: me jogar para daqui 8 meses ter que abandonar? Acho que prefiro ficar pendurada mesmo.
Thaís: nem me lembra disso, mas enfim, quando você for de maior pode vir para cá livremente.
Ainê: de maior eu serei daqui um mês e meio, mas me falta verba para sair viajando a todo momento - fui sincera.
Thaís: mentira! - praticamente gritou - você vai fazer 18 aninhos daqui algumas semanas e não me contou nada, Ainê Maria?
Ainê: mas por que eu contaria?
Thaís: não é óbvio? Precisamos comemorar - alegrou-se.
Ainê: a não, Tha, por mim não precisa nem cantar parabéns - realmente não precisava.
Thaís: ficou maluca? Seu primeiro aniversário aqui nos Estados Unidos, sua maioridade, como não comemorar? - parecia indignada.
Ainê: eu não vim aqui para fazer sua família gastar comigo, sabe que faço o máximo para ser econômica, nunca que vou deixar vocês gastarem com festa.
Thaís: tudo bem, senhora de 80 anos, não faremos nada - bufou sentando no puff - mas podemos sair, o que acha?
Ainê: por mim tudo bem.
Thaís: sabia que pelo menos uma coisa ia conseguir - disse se sentindo vitoriosa.
Ficamos mais um tempo conversando sobre a Universidade, fazendo algumas contas para ver se eu conseguiria ver tudo o que ela planeja.
Estamos em abril, Thaís fará aniversário em maio, já está planejando festa e tudo, sua formatura será em julho, sim, aqui nos Estados Unidos o ano letivo é totalmente diferente ao do Brasil, ficarei aqui até comecinho de janeiro, então passarei com eles o dia de ação de graças, Natal e virada de ano, além de estar no aniversário de Thaís, Philippe e Esmeraldina e na formatura da Tha. Meu aniversário é dia 03 de junho, então comemorarei com eles esta data também.Fomos interrompidas com alguém abrindo a porta com tudo, sem aviso prévio:
Philippe: jantar - avisou.
Thaís: você quase conseguiu ser educado, Philippe!
Philippe: queria o que?
Thaís: que batesse na porta e gentilmente perguntasse se poderia entrar, vai que uma de nós estivesse nua!
Philippe: estariam nuas por que? - perguntou sugestivo.
Thaís: isso foi um exemplo, querido! - respondeu revirando os olhos.
Philippe: só estou chamando vocês para comerem, precisa de tanta cerimônia?
Thaís: não é cerimônia, é educação.
Philippe respondia tudo com naturalidade, Thaís praticamente tentava ensinar a ele sobre boas maneiras e eu estava como um peixe fora d'água.
Ainê: vamos comer então, gente? - me intrometi acabando com a discussão dos dois.
POV THAÍS
Ainê está parecendo uma velha, daquelas que não gosta de sair nem para festejar o próprio aniversário. Pelo pouco que a conheci, sei que não é muito amiga de festas enormes, mas que com certeza gostaria de um bolinho para comemorarmos.
Nós jantamos um strogonoff maravilhoso feito pela nova ajudante, benza Deus que mão boa para comida.
Ainê e eu ficamos assistindo por mais algumas horas, até ela decidir ir dormir, até porque ela estava estudando pela manhã e durante a tarde toda. Terminei meus exercícios do colégio e fui até o quarto dos meus pais.Thaís: precisamos conversar - falei logo após entrar no quarto.
Esmeraldina: pode falar, filha, o que aconteceu? - já me perguntou preocupada.
Thaís: acalme, mãe, nada de ruim - ela suspirou - acontece que dia três de junho é o aniversário da Ainê, 18 anos, vai ser o primeiro aniversário dela longe da família mas também estando aqui nos Estados Unidos, ela não acha necessário festa, nem nada grande, disse que por ela não precisava nem cantar um parabéns...
Zé Carlos: poxa vida, por que ela não nos contou que seu aniversário estava chegando?
Thaís: justamente para não nos preocuparmos com nada, mas pensei em fazermos algo, ela topa sair para algum lugar, mas não acho suficiente.
Zé Carlos: tem alguma ideia em mente?
Thaís: pode ser que sim, mas iria precisar da ajuda de vocês para... - fui interrompida.
Philippe: reunião de família e ninguém me chamou - entrou no quarto, sentando em uma das poltronas - qual é a boa?
Thaís: aniversário da Ainê.
Philippe: humm, e o que querem fazer? - pareceu interessado.
Thaís: é o seguinte...
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Aceito críticas construtivas, se puderem me ajudar divulgando eu ficarei muito grata! Espero que gostem e soltem a imaginação enquanto lêem 💗
Deixe sua estrelinha ⭐IC: "O Intercâmbio"
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A Estranha Perfeita - Philnê
RomansaDe um lado, uma jovem garota sonhadora, moradora do Rio de Janeiro, que finalmente realiza seu intercâmbio, partindo diretamente para a casa de pessoas completamente desconhecidas. De outro lado, um homem frio, que anda com pessoas erradas, apenas...